Sua Majestade, O Bardo

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Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Nota Rápida - adendo ao meu fragmento de diário

Não poderia deixar de citar: Neste mês de novembro de 2007, eu igualei meu récorde de posts - 14 textos!!! A mesma quantidade de posts que eu escrevi em fevereiro de 2006. Desde abril deste ano que eu não escrevo tanto no meu blog. E imaginar que houve mês que eu ficava imaginando: o que eu irei colocar no blog, para ele não ficar muito desatualizado? Ironias da vida...

Fragmentos de um diário - Pré-Balanço do ano

Será que Papai Noel ainda vai me dar algum presente neste natal? Eu acho difícil que ele venha ainda me dar mais alguma coisa, uma vez que nestes últimos meses se sucederam vários eventos prazerosos na minha vida pessoal.

Bem, já em setembro eu ganhei um quadro do pintor Junior da Hora. Um quadro belíssimo de um jovem mestre valenciano. Depois, vieram a publicações de alguns artigos no jornal Valença Agora - artigos que falam de minha cidade e que mereçaram bons comentários do poeta valenciano Ângelo Paraíso Martins (http://paraisomartins.zip.net). E neste mês de novembro fui agraciado com dois prêmios: O primeiro, no dia 10, a Câmara Brasileira de Jovens Escritores escolheu meu poema "O Beijo" para a integrar a antologia "Panorama Literário Brasileiro 2007/2008 - As 150 melhores poesias do ano". Ontem, dia 26 de novembro, o Sr. Almir de Oliveira, presidente da Academia de Letras do Recôncavo, liga para minha casa avisando que o meu poema "Feitiço da Lua" ganhou a menção honrosa no Concurso de Poesia da Academia. E, Last, but not least, pude trocar mensagens com minha amiga cabo-verdiana Margarida Fontes, autora do blog Os Momentos (http://odiaquepassa.blogspot.com/) e com o jovem poeta valenciano Aécio Flávio - talento que esyá revelando na minha terra. Isso paar não falar com as conversas que tive com o meu amigo Martiniano Costa, atual presidente da CUT-Bahia.

São coisas pequenas e grandes, na verdade, coisas pessoais cuja única importância só diz respeito pra mim, mas não me deixa de me alegrar. Bem, falo isso, pois meu meio de ano foi péssimo: um crise na minha vida amorosa levou a uma depressão psicológica, que pensei que eu não poderia esperar de mais nada de bom para este ano. agora, olhando retrospectivamente, comecei o ano nas nuvens, quando vivi meu idílio amoroso, logo após o meu aniversário eu atravessei meu inferno astral e agora aqui estou eu comemorando minhas recentes conquista na minha carreira literária, que a bem da verdade andava hibernando nestes dois últimos anos. Isso para confirmar um aquele verso "A vida vem em ondas, como o mar".

Bem, isso é pra me lembrar qure ano vêm é o ano de minha formatura na UNEB, ano de eleições municipais, ano que eu devo me preparar para mestrado me Literatura. Ano que devo também pensar em publicar mais um livro meu -afinal, a profissão que euescolhi para minha vida é a de Escritor. E isso eu não irei renunciar nunca!

Era só isso que eu gostaria de dizer por agora. E espero que Papai Noel não se esqueça do meu presente de Natal - vários livros para minha biblioteca, dentro os quais, o mais novo de Bruna Surfistinha (hehehehehe)

Feitiço da Lua

Feitiço da Lua
(Menção especial no III Concurso de Poesia da Academia de Letras do Recôncavo)

Valença, 01º de setembro de 1996 (23h00)

Bailando, a imagem tua,
Sobre as veredas do meu coração,
Gotas douradas de orvalho são.
Amo-te, minha amada, fada,
Juro-te pelo feitiço da Lua.

Tu voas em meu coração, tua
Face emoldura a magia do amor.
Corro apaixonado com uma flor
Para te dares, minha singela dama.
Tu és mais bela que a Lua.

A doçura, em teu rosto, se insinua.
Tu és toda paixão e feminilidade,
Rainha das Deusas e das Beldades.
Fazei de mim teu escravo, teu servo:
Meu amor é maior, maior que a Lua.

Teu colo de bailarina, teu ar de princesa,
São dádivas raras, presentes da Natureza.
Juro-te sim, que nunca vi tais encantos.
Não chores, não minto ou engano:
Tua beleza é tão forte quanto a Lua

Sonho acordado por teus beijos,
Teus lábios acendem meus desejos.
Enfeitiço-me co’o brilho de tuas estrelas,
Quão doce é ser acariciado por tuas mãos
Sobre o manto pálido da Lua.

III Concurso de Poesia da ALER

III Concurso de Poesia da Aler
Saiu os resultados

Bien, Saiu o resultado do III Concurso de Poesia da Academia de Letras do Recôncavo / ALER (http://www.aler.org.br/). De novo, ganhei a menção honrosa pelo meu poema "Feitiço da Lua", escrito à 11 anos atrás(!!!). Aliás, foi um dos últimos poemas que eu escrevi antes de me mudar para Salvador.

A cerimônia de premiação ocorrerá em Câmara Municipal de Cruz da Almas, no dia 14 de dezembro, à noite.

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Nota oficial da Academia


Após reunião da Comissão Julgadora, a ALER divulga resultados finais do seu III Concurso de Poesias, Edição 2007, que homenageia o poeta cruz-almense Luciano Passos, patrono da cadeira nº 24, em primeiro lugar foi classificado o poema: “A beleza da alma de um poeta”, de autoria da poetisa Marilene Oliveira de Andrade, da Cidade de Varzedo, Bahia; em segundo, “De cotidianas coisas”, de Cristiane de Jesus Barbosa, da Cidade de Cruz das Almas; em terceiro lugar, o poema “Passos”, de Elaine Cristina Sant’Ana dos Santos, da Cidade de Muritiba.

Pelas qualidades dos trabalhos apresentados, a Comissão houve por bem conceder Menção Honrosa as seguintes poesias.

Feitiço da Lua José Ricardo da Hora Vidal – Salvador – Ba

Fé, alimento da alma - Almir Santos Rodrigues – Santo Antônio de Jesus – Ba

Cidadão, Poeta e Advogado - Claudemiro Fonseca Peixoto – Cruz das Almas – Ba

Terra de Todos - Gonçalo Ramos de Souza – Nazaré – Ba

Signo - Jorge Rabelo Mendes – Seabra – Ba

Somos iguais?! - Juliana dos Santos Ribeiro – Cruz das Almas – Ba

Quero Falar de Crianças - Yasmim Manatta Camardelli – Salvador – Ba

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O Retorno Econômico das Faculdades para Valença - Artigo

O Retorno Econômico das Faculdades para Valença

O último decênio se caracterizou no estado da Bahia pela expansão do ensino superior. Isso se refletiu em Valença, que deixou de ser uma mera exportadora de estudantes (cérebros) para ser uma cidade que conta com três instituições: Um “campus” da Universidade de Estado da Bahia (UNEB), a Faculdade de Ciências Educacionais (FACE) e a Faculdade Zacarias de Góis (FAZAG); além de lutar pela instalação do Centro de Pesquisas Costeiras, “campus” da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). Com o aumento da possibilidade de Valença se tornar um pólo universitário, abri-se uma nova alternativa para o crescimento da economia local.

A vinda da UFRB para nossa cidade consolidará a posição de sermos centro de atração de estudantes, professores e pesquisadores. E junto com a fauna acadêmica vem oportunidade de divisas, emprego e renda para a população valenciana, através dos serviços de apoio aos estudantes, do turismo de eventos e na pesquisa e produção de conhecimento.

O campo de serviços de apoio aos estudantes é um dos mais promissores e de retorno econômico imediato. O estudante universitário, já por definição, um jovem que acabou de sair da casa dos pais para começar uma vida mais independente, precisa de teto para se abrigar – lucra o setor imobiliário e a construção civil. Este mesmo estudante também necessita se alimentar, de um lugar onde possa pelo menos fazer algumas das refeições diárias – lucra a agricultura (setor de hortifrutigranjeiros), lanchonetes e restaurantes. Estudantes e professores necessitam comprar material didático (por exemplo, livros, cadernos e disquetes) e serviços de apoio ao estudo (como impressão, acesso à internet e aluguel de equipamentos) – lucram o comércio e loja de serviços, a exemplo dos cybercafés, copiadoras e locadoras de DVD. Finalmente, estudantes, professores e funcionários necessitam de lazer, algo que possa ocupar o tempo ocioso – lucram os bares, os artistas (que poderão se apresentar para um público mais refinando), boates e produtoras de eventos como shows, peças e festivais. Claro que estes são os serviços de consumo diário, pois além desse há os voltados para formatura, como fotógrafos, programação visual para convites, produção de festas, filmagem e roupas. O crescimento na demanda por imóveis e alimentação foi sentido em Feira de Santana, com a vinda da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), em que o bairro que circunda a instituição viu a proliferação de kitchenettes, restaurantes e lanchonetes. Da mesma forma que famosa Livraria Progresso, situada na Praça da Sé, só pode florescer e deixar marcas na cultura baiana (como a edição de livros) por causa da proximidade com a veneranda Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesus – semente da UFBA e de todo o ensino superior do Brasil.

Se estas oportunidades já seriam o suficiente para crescer o olho e a ânsia para instalação de mais faculdades em Valença, é porque não foi analisado ainda o impacto no setor de turismo. Este setor lucrará bastante com os eventos acadêmicos. A necessidade que os estabelecimentos de ensino superior têm de intercâmbios com outras instituições e divulgação de suas pesquisas faz com a realização de congressos, encontros temáticos e seminários sejam uma constante na vida acadêmica. Logo, a malha hoteleira e turística da cidade é acionada com a chegada de um público seleto, presente em qualquer estação do ano e que além de participar dos eventos também quer se divertir. Aliás, um exemplo disso nossa cidade de Valença experimentou no início de setembro de 2006, quando a FAZAG promoveu um evento com a participação de estudantes de outras cidades. Além da ocupação de leitos de hotel fora da alta estação, a cidade ganhou com a venda de comida, bebida e oferta de divertimentos para estes professores e estudantes. Ao invés da cidade ficar refém do turismo de veraneio (restrito aos meses de verão e dependentes do bom tempo), o turismo de eventos acadêmicos ocorre todo o ano, não dependente do clima e ainda pode impulsionar outros tipos de turismo, como o histórico-cultural, rico manancial que ainda não foi devidamente descoberto em nossa cidade.

Finalmente, outra oportunidade de lucro para Valença é de se tornar um centro produtor de conhecimento. A sociedade contemporânea elegeu como uma de suas mais caras, importantes e estratégicas mercadorias o saber e a tecnologia. Algo que possa se produzir mais, com qualidade e com menor custo. E as universidades e faculdades são por excelências os centros de produção de conhecimento, de desenvolvimento tecnológico e de descobertas científicas. Além do emprego para os auxiliares na realização das pesquisas, os “royalties” oriundos das patentes revertem para o município na forma de impostos e taxas.

Este retorno a nossa cidade já recebeu, ainda que de forma incipiente, com as três instituições já existentes. Contudo, a vinda de um campus de uma universidade federal, como a UFRB, muito mais que prestígio, consolidará Valença como um forte pólo universitário do interior e poderá incentivar tanto a atração de outras instituições de ensino superior (quer privadas, quer públicas), como a ampliação das já existentes, com a instalação de novos cursos, como Letras, Enfermagem e Engenharias.

O nosso povo, intuindo isso, já se mobilizou para a instalação imediata do campus da UFRB, como mostra as matérias que saíram nos jornais da terra nos últimos meses. A prefeitura, principal beneficiária com a arrecadação de impostos e taxas, deveria não só adiantar suas obrigações para a construção do campus da Universidade Federal do Recôncavo Baiano como criar as condições para que os setores de habitação, comércio, turismo e serviços voltados para o público acadêmico possam se desenvolver na nossa cidade, de forma ordenada.

Não nos enganemos. A vinda da UFRB não significará apenas a vinda de mais estudantes para Valença. Significa também a vinda de futuro, dinheiro, emprego e oportunidades para quem souber aproveitar. Basta o atual governo municipal fazer sua parte que o nosso povo fará a sua.

Bibliografia
FORUM da UFRB. Baixo sul unido para a implantação do campus. Valença Agora. Valença. 14-fev. a 21-fev. 2007.p. 04.
AUDIÊNCIA pró campus da UFRB tem participação maciça da população. Valença Agora. Valença, 28-mar. a 074-abr. 2007. p. 06-07.
UNIVERSIDADE federal do recôncavo – afinal o povo acordou. O Farol. Morro de São Paulo e Valença. Jan. 2007. p. 06
AUDIÊNCIA une a região em torno da UFRB. Costa do Dendê. Valença, Fev/Mar. 2007. p. 03
MARTINIANO continua lutando pela vinda da UFRB. Rolando na Orla. Valença. Jan. 2007. p. 19
CENTRO de pesquisas costeiras é criada na cidade de Valença. Rolando na Orla. Valença, fev.2007. p. 07

Salvador, 15 de novembro de 2007. 05h02 AM

Ricardo Vidal, 29 anos, escritor. Autor do livro “Estrelas no Lago”. Participou de várias antologias e foi menção honrosa nos concursos de poesia da revista Iararana (2002) e da ALER (2005). Fundador e ex-diretor da UMES-Valença (1994-1996). Estuda Letras/Inglês na UNEB-Salvador. Blog: www.bardocelta.blogspot.com. E-mail: cve_livros@hotmail.com

Disponível no site do Valença Agora: http://www.valencaagora.com/x/b/bs.php?bl=1&menu=398

sábado, 10 de novembro de 2007

Homenagem para Valença

Só para constar, Minha querida Valença, cidade natal, comemora hoje (10 de novembro) 158 anos de elevação à categoria de cidade. O município de Valença, contundo, já comemora 208 anos de idade. E no dia 08 de novembro último, comemorou 250 anos de devoção popular à Nossa Senhora do Amparo. Minha amada cidade, parabéns!!!!!!!!!!!!

Como sugestão de leituras, ficam os meus poemas "Cântico de Amor de um Ausente" e "Balada para o Progreso de Valença" e o conto "Lendas do Amparo".

LEMOS & RELEMOS - Valença Agora 131

LEMOS & RELEMOS - Arte, Gente, Empresas e Negócios.
ricardolemosarte@hotmail.com

FRASE DA SEMANA: “A minha proposta no PT é unificar o partido aqui em Valença” (Ruy Lima – Candidato a Presidente do PT)
NOTA de RICARDO VIDAL: Tem meu apoio no PED-PT de 02 de dezembro de 2007

VALENCIANO DENTRE OS MELHORES POETAS DE 2007

O escritor valenciano Ricardo Vidal, 29 anos, foi escolhido pela Câmara Brasileira dos Jovens Escritores (CBJE) como um dos 150 melhores poetas publicados em 2007 e participará da antologia Panorama Literário Brasileiro 2007. O livro será lançado em dezembro próximo, na sede da editora, na cidade do Rio de Janeiro. O texto escolhido de Ricardo Vidal foi o poema “O Beijo”, publicado em março deste ano, no volume 34 da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos. O poema estreou no jornal Valença Agora, na edição de 21 de fevereiro deste ano.

QUEM É O AUTOR. Ricardo Vidal também já ganhou prêmios literários. Em 2002, foi o terceiro lugar (menção especial) no Concurso Nacional de Poesia da revista Iararana. Na ocasião, três de seus poemas foram publicados na oitava edição da revista, que também foi lançada na Europa, nas cidades de Paris (França) e Budapeste (Hungria). No ano passado, foi menção especial no II Concurso de Poesia da ALER com o “Soneto da Solidão”.
José Ricardo da Hora Vidal nasceu em Valença em 1978. Estudou no Colégio Social e no Educandário Paulo Freire (EPF). Na época em que foi aluno do EPF, participou ativamente do movimento estudantil. Foi dos fundadores da UMES-VA, chegando a Diretor de Imprensa no biênio 1994-1995. Mora em Salvador desde 1996, contudo visita a cidade regularmente. Atualmente está quase concluindo o curso de Letras/Inglês da UNEB, após ter estudado Jornalismo na UFBA – curso que abandonou, faltando três semestres para a formatura.
Ricardo Vidal é bisneto do maestro Barrinha (autor da música do Hino de Valença), sobrinho-neto de Antônio Sereia (benfeitor de Valença e construtor do Estádio Municipal de Valença), sobrinho do poeta Valdo da Hora e primo do pintor Junior da Hora e do vereador Zé da Hora. É filho de Antonio José Conceição Vidal e de Vilma da Hora Vidal.

Fonte: http://www.valencaagora.com/x/b/bs.php?bl=1&menu=274

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

E-mail da CBJE, anunciando a publicação do meu poema na Antologia

Panorama Literário Brasileiro 2007/2008‏
De: Antologias (antologias@camarabrasileira.com)
Enviada: quinta-feira, 8 de novembro de 2007 14:26:04
Para: Ricardo Vidal (bardocelta@hotmail.com)

Câmara Brasileira de Jovens Escritores
A casa do novo autor brasileiro - Fundada em 29 de dezembro de 1986
Rua Crundiúba 71/201F - Rio de Janeiro/RJ
http://www.camarabrasileira.com/


Os melhores poemas de 2007

Prezado poeta,
José Ricardo da Hora Vidal (20/04/1978) - Salvador/BA.
Estudante/Escritor
Poema: "O Beijo"

É com satisfação que informamos que o seu poema "O Beijo" foi selecionado para compor a Edição Histórica do Panorama Literário Brasileiro 2007/2008, com lançamento previsto para o dia 5 de dezembro de 2007.

Nesta edição, excepcionalmente, estamos reunindo 150 poetas brasileiros contemporâneos que tiveram suas obras indicadas pela Comissão de Avaliação da CBJE e aprovadas pelos Grupos de Leitura especialmente criados para este fim.

Veja detalhes do processo seletivo e os nomes de todos os poetas que estão sendo publicados, em: http:///

Especificações da obra:
Livro no formato 14x21cm - 170pp - Miolo em papel offset 90g
Capa em policromia, plastificada, com orelhas, fino acabamento
Com ISBN e Código de Barras
Capa: Paola Benvenutti
Produção visual: Alexandre Campos

Centenas de exemplares distribuídos para mais de 400 Bibliotecas Públicas do país.
RESERVE JÁ O SEU EXEMPLAR!!!

Saiba que para nós é motivo de orgulho e satisfação ter você com personagem desta Edição Histórica, que no seu quarto ano consecutivo registra a realidade mais autêntica da arte poética brasileira nos anos 2.000.

Cordiais saudações,
Gláucia Helena / Pres. Conselho de Administração
Georges Luiz / Editor

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Comentário do Autor: É hoje que eu não durmo por causa d'alegria. Quanto falta para eu ganhar o Prêmio Nobel de Literatura???

O Lado Recôncavo de Valença - artigo

O lado recôncavo de Valença

Ricardo Vidal, 29 anos, escritor. Autor do livro “Estrelas no Lago”. Participou de várias antologias e foi menção honrosa nos concursos de poesia da revista Iararana (2002) e da ALER (2005). Fundador e ex-diretor da UMES-Valença (1994-1996). Estuda Letras/Inglês na UNEB-Salvador. Weblog: www.bardocelta.blogspot.com
E-mail: cve_livros@hotmail.com

Na convenção municipal dos Democratas (ex-PFL), realizada em Valença no dia 19 de outubro de 2007, o deputado estadual Heraldo Rocha fez a infeliz declaração de que Valença não receberia um campus da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), pois nossa cidade não faria parte desta região… Considerando que ele se arroga em dizer que nos representa na Assembléia Legislativa, esta declaração mostra o quanto desconhece sobre nossa história e nosso povo. O nosso município de Valença tem a singularidade de ser a síntese do litoral do Estado da Bahia, por ter tanto características da Região Cacaueira como (principalmente) do Recôncavo baiano. E os fatos estão aí para comprovar que Valença é o Cacaueiro do Recôncavo.

Nossa vocação de ser o limite entre as zonas de influência de Salvador e Ilhéus é patente desde o período colonial. Embora as terras valencianas FORMALMENTE pertencentes à Capitania dos Ilhéus (constituindo-se no limite norte da mesma), a verdade histórica mostra que desde aquela época está ligada ao Recôncavo. O professor Waldir Freitas, no seu livro “A Industrial Cidade de Valença: um surto de industrialização na Bahia do século XIX” afirma, inclusive, que Valença, estando “perfeitamente integrada à vida econômica do Recôncavo”, caracterizava-se como “simples extensão da área diretamente controlada pelos Governos com sede em Salvador”. Cairu, Valença, Taperoá, Boipeba, todas essas terras neste período se desenvolveram como centros de abastecimento, fornecendo madeira e farinha mandioca pro Recôncavo. Também pelo seu valor estratégico, nossa região integrou o perímetro de defesa de Salvador, em que o Forte do Morro de São Paulo constituía o baluarte sul do sistema de apoio do Recôncavo (juntamente com os fortes de Santa Cruz do Paraguaçu e de São Lourenço na ilha de Itaparica) à defesa da capital.

No Dois de Julho (data por excelência do Recôncavo), a então vila emancipada de Nova Valença enviou o Reverendo Theodózio Dias de Castro como seu representante do junto ao Conselho Interino – com sede em Cachoeira – que lutava pela independência da Bahia. É de se notar que, enquanto nas outras vilas e cidade da Bahia fora do Recôncavo só havia notícias das lutas, Valença participou ativamente na independência, não só com homens e mantimentos como também foi no nosso litoral (no canal de Tinharé, entre Valença e Cairu) viu o nascimento da primeira esquadra da Matinha de Guerra Brasileira, quando os navios de Lord Cochrane, chegados do Rio de Janeiro, se encontrou com a heróica Flotilha Itaparicana do tenente João das Botas, conforme lembra o professor Edgard Oliveira no seu livro “Valença: dos primórdios à contemporaneidade”.

Nossa ligação com o Recôncavo continuou quando Valença participou da industrialização da região, com a vinda das fábricas de tecidos (primeira com a Todos os Santos, hoje em ruínas, e depois com a Nossa Senhora do Amparo, atual CVI). No caso da Cia. Valença Industrial, a ligação com Salvador (e por tabela, com o Recôncavo) era tão forte que seu iate, a “Industrial” fazia linha com o porto de Salvador (e não com o porto de Ilhéus) e por lá comprava algodão e vendia o tecido. Também foi no bairro soteropolitano do Comércio, na esquina da Rua da Grécia com Avenida Estados Unidos que a CVI manteve seu escritório por anos.

E ainda hoje, Valença se liga ao Recôncavo no plano cultural, seja na produção dos saveiros e escunas – embarcações típicas da Bahia de Todos os Santos, seja através dos nossos escritores, que participam da Academia de Letras do Recôncavo (ALER). Como lembra o presidente da ALER, Sr. Almir de Oliveira, já na fundação da entidade se havia a preocupação de integrar Valença e Taperoá (cidade que apenas geograficamente eram consideradas Baixo Sul Baiano) dentro dos limites de atuação da academia. E esta intenção se materializou com a eleição de seis valencianos para o quadro da Academia (Ivamar Batista, Macária Andrade, Mustafá Rosemberg, Rosângela Góes, Alfredo Neto e Araken Vaz Galvão), na participação do Prof. Dr. Dário Loureiro como membro benfeitor da entidade e na existência de uma sub-sede da ALER no campus da FACE na cidade.

Bem, pelo o que agora foi exposto, parece que Valença não teria ligações com a região Cacaueira. Nossa cidade é o limite sul das Terras do Cacau. Por conta disso que Valença conta com um escritório da CEPLAC e uma unidade da EMARC. Da mesma forma, até 1883, Valença integrou a jurisdição da Comarca de Ilhéus, mantendo assim coesa por 349 a unidade administrativa da antiga capitania. No ponto de vista agrícola, nossa ligação maior é com Ilhéus. Mas no ponto vista cultural, histórico e prático, nós de Valença somos Recôncavo.

Valença foi agraciada pelo destino de ser o limite destas duas importantes regiões do Litoral Baiano – cuja divisa simbólica pode ser localizada nas margens do nosso Rio Una. Sendo assim, seria natural que nossa cidade mereça ganhar um campus da UFRB, por possuí todas as condições históricas e culturais. E a vinda desta universidade é de máxima importância para o desenvolvimento (principalmente econômico) da nossa cidade, que possui tudo para ser uma perfeita cidade universitária. Esta luta é de todos nós e cabe ao governo municipal saia de sua inércia e encampe sua OBRIGAÇÃO de providenciar a instalação do campus da UFRB, respondendo um anseio geral de todos nós que amamos nossa cidade. Mesmo que o seu desinformado deputado, putativo representante da Valença, diga o contrário…

Bibliografia
OLIVEIRA, Edgar Otacílio da Silva. “Valença: dos primórdios à contemporaneidade”. Salvador: Secretaria de Cultura e Turismo, 2006. (Coleção Cidades da Bahia)
OLIVEIRA, Waldir Freitas. “A industrial cidade de Valença”. Um surto de industrialização na Bahia do século XIX. Salvador: Centro de Estudos Baianos da Universidade Federal da Bahia, 1985.
OLVEIRA, Almir de. Academia de Letras do Recôncavo: Apontamentos para a história. Revista da Academia de Letras do Recôncavo. Santo Antonio de Jesus: Academia de Letras do Recôncavo, Nº 01, 2005. p. 13-16.
DEMOCRATAS em convenção. Valença Agora. Valença, 25-out. a 01-nov. 2007. p. 05.

Valença, 27 de outubro de 2007.

Publicado no Jornal Valença Agora, edição nº 131

VALENCIANO DENTRE OS MELHORES POETAS DE 2007

VALENCIANO DENTRE OS MELHORES POETAS DE 2007

O escritor valenciano Ricardo Vidal, 29 anos, foi escolhido pela Câmara Brasileira dos Jovens Escritores (CBJE) como um dos 150 melhores poetas publicados em 2007 e participará na antologia Panorama Literário Brasileiro 2007. O livro será lançado em dezembro próximo, na sede da editora, na cidade do Rio de Janeiro. O texto escolhido de Ricardo Vidal foi o poema “O Beijo”, publicado em março deste ano no volume 34 da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos. O poema estreou no jornal Valença Agora, na edição de 21 de fevereiro deste ano.

Foi uma grata surpresa quando recebi a notícia, pois a mensagem chegou quando eu es-tava aqui em Valença, festejando a Lavagem do Amparo. Só vim saber da indicação dois dias depois, quando eu retornei pra Salvador” – declarou Ricardo Vidal. Esta é a segunda vez que Ricardo Vidal participa do Panorama Literário Brasileiro. Em 2004, seu poema “Cântico dos Lírios” foi escolhido, depois deste poema ter sido publicado no volume 10 da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, após ter sido um dos três poemas que ganharam o terceiro lugar no Concurso promovido pela revista Iararana em 2002.

O Panorama Literário Brasileiro, segundo as palavras dos editores, “é um documento histórico, que é editado no seu quarto ano consecutivo”. Foram avaliados todos os trabalhos inscritos para as seletivas da CBJE durante este ano. Os membros do Conselho Editorial da CBJE escolhe-ram os poemas, sendo também ouvida a opinião dos leitores. O volume terá 170 páginas e cerca de 400 exemplares serão destinados às Bibliotecas Públicas do país. A lista completa dos demais selecionados está disponível na internet, no endereço www.camarabrasileira.com/panorama2007-2008.htm.

CARREIRA DE SUCESSO. Com este honraria, a bibliografia de Ricardo Vidal ganha o oitavo volume. Pela CBJE, o jovem escritor publicou poemas e contos na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos (volumes 08, 10 e 34), Antologia de Contos de Autores Contem-porâneos (volume 01) e Panorama Literário Brasileiro (edições de 2004 e 2007). Pelo Educan-dário Paulo Freire, participou do livro Quase Escritores. Em 2004 lançou seu primeiro livro, Es-trelas no Lago. Além dos livros, Ricardo publicou seus textos em websites, jornais e revistas. Ri-cardo Vidal também assina um weblog, Castelo do Bardo Celta (http://www.bardocelta.blogspot.com/), além de possuir uma página no website da CBJE (www.camarabrasileira.com/ricardovidal.html).

Ricardo Vidal também já ganhou prêmios literários. Em 2002, foi o terceiro lugar (menção especial) no Concurso Nacional de Poesia da revista Iararana. Na ocasião, três de seus poemas foram publicados na oitava edição da revista, que também foi lançada na Eu-ropa, nas cidades de Paris (França) e Budapeste (Hungria). No ano passado foi menção especial no II Concurso de Poesia da ALER com o poema “Soneto da Solidão”.

QUEM É O AUTOR. José Ricardo da Hora Vidal nasceu em Valença em 1978. Estudou no Colégio Social e no Educandário Paulo Freire (EPF). Na época em que foi aluno do EPF, participou ativamente do movimento estudantil. Foi dos fundadores da UMES-VA, chegando a Diretor de Imprensa no biênio 1994-1995. Mora em Salvador desde 1996, contudo visita a cidade regularmente. Atualmente está quase concluindo o curso de Letras/Inglês da UNEB, após ter estudado Jornalismo na UFBA – curso que ele abandonou faltando três semestres para a formatura.

Ricardo Vidal é bisneto do maestro Barrinha (autor da música do Hino de Valença), sobrinho-neto de Antônio Sereia (benfeitor de Valença e construtor do Estádio Municipal de Valença), sobrinho do poeta Valdo da Hora e primo do pintor Junior da Hora e do vereador Zé da Hora. É filho de Antonio José Conceição Vidal e de Vilma da Hora Vidal.

Fonte: A Voz da Região: http://www.avozdaregiao.com.br/ver.php?manchete=491 (em 08-out-2007)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A propósito de um quadro

Salvador, 07 de novembro de 2007.

Caro Mestre Junior da Hora



Gostaria de ter dito estas palavras em viva voz, para expressar a minha gratidão pelo belíssimo quadro que me mandaste. Mas, como é a vida: no dia em que eu pude viajar pra terrinha, acabou que não nos encontramos. (Ah, já estou sabendo do novo emprego – felicidades e sucesso). Por isso, uso do espaço do meu blog para mandar-te esta mensagem e tornar público o meu agradecimento pelo presente.



Agradeço de coração o soberbo presente que me mandaste. Ele é magnífico! Maravilhoso!! Quimérico!!! Feérico!!!! Como dizem os ingleses, “Terrific”!!!!! É uma jóia que eu coloquei no meu quarto, junto com meus livros. Sabendo o quanto gosto dos meus livros, então tu já entendeste que pus o teu quadro dentre as coisas eu mais prezo e amo neste mundo.



Fiquei encantado com o jogo de claro/escuro entre as tintas azuis e brancas, em que noite e luz aparecem numa rima forte, rara, brincando com os contrastes. E o que falar da composição? Bem equilibrada, com o farol ocupando um terço lateral e emanando luz para direita, o reflexo turvo do farol nas ondas da praia e as árvores por detrás do farol, feitas com pinceladas expressionistas. As texturas ficaram interessantes, principalmente aquelas decorrentes do uso da espátula – como o telhado vermelho da casa e o contorno do farol. Outro ponto digno de nota foi ter posto as imagens fortes (diria até, as mais ricas em cores) na esquerda – exatamente onde nós ocidentais começamos a leitura. Depois de se concentrar nas figuras e nos símbolos expressos, a mente pode seguir em devaneios para direita, onde a luz caminha para o branco. Na esquerda encontramos as mensagens, a noite azulada, os vermelhos e os laranjas quentes da construção, o verde fugaz da mata – verde nervoso que também pode para uma fogueira (estaríamos falando na devastação da natureza?) – o farol ereto e rijo, másculo e poderoso a indicar os caminhos; enquanto na direita deixamos o branco, a reflexão, a serenidade. Aliás, é este contraste entre uma esquerda forte a irromper para o mundo toda uma gama de falas e conceitos e sentimentos que me fascinou no quadro. Pena que eu não conheça mais sobre artes plásticas para melhor expressar minhas impressões sobre este teu quadro. Caro Junior da Hora, tu és um mestre nas artes e por isso eu te saúdo: “Evoé, Grande Pintor, Evoé!”.



Depois que recebi teu quadro (imagine, uma belíssima pintura de um mestre!), minha mente ficou em ebulição. Minha mão coça em fazer um poema ou uma crônica. E com certeza, meu próximo livro terá a pintura na capa. Outra possibilidade é aproveitar a pintura num pôster. Nossa avó Valdete com certeza ficaria felicíssima em ver um pôster como esse: um quadro do neto artista plástico junto com um poema do neto escritor. Se, por um lado, admito que eu seja egoísta o suficiente para guardar com carinho a pintura original pra a visão de alguns eleitos, eu também creio que uma cópia deva ser acessível para a admiração dos outros – como todos os seus quadros, caro primo. Idéias não faltam!!! Qualquer coisa que eu fizer, tu serás o primeiro a saber e a ter uma cópia.



Sabes que eu sou teu fã incondicional. Agradeço de coração o presente e te garanto que este quadro será o primeiro de minha coleção. E outras pinturas eu irei comprar na tua mão no futuro, pois a ti desejo o mesmo sucesso de Picasso, Dalí, Goya, El Greco, Velásquez, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Portinari, Ticiano, Rafael Sanzio, Giotto, Botticelli, Hieronymus Boch, Van Gogh, Gauguin, Renoir, Toulouse-Laucret e Klint.



Um abraço fraterno do teu primo,



Ricardo Vidal

Aniversário do BLOG - atrasado

Meu pai, Sr. Antonio, Eu e minha mãe, Sra. Vilma, em Valença

Casa de Jorge Amado, 2002. Lançamento da Revista Iararana #08
e entrega dos prêmios aos vencedores do II Concurso Iararana de Poesia


Só agora percebi: no último dia 16 de outubro o meu blog comemorou o seu segundo aniversário. Já possui mais de 100 posts, com artigos, poemas, contos, memórias, comentários e notícias escritos em português, inglês e espanhol!!!!!! Tudo isso e parece que foi ontem quando escrevi o prefácio deste blog...

Bem, com quase uma quinzena de atraso, fica o post lembrando aniversário do Weblog "Castelo do Bardo Celta". Com a palavra, os senhores leitores....

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Carta para o Jornal Valença Agora

Caro Senhor Editor-Chefe do Jornal Valença Agora

Saudações.

Li na versão on-line a nova edição do jornal. Além de ficar lisonjeado com a publicação do meu artigo, igualmente fico feliz com a manifestação de Profa. Macária Andrade sobre o atual estado do prédio onde nasceu Conselheiro Zacarias. Nestas horas que eu me pergunto: Cadê um Secretário de Cultura (que não seja também de Turismo, Industria, Comércio e outras bizarrices) digno deste nome, dotado com um mínimo de tirocínio, que não pensou em transformar aquele prédio histórico num museu ou doasse para que seja a sede da ALER? A Prefeitura de Valença, na segunda gestão de Agenildo, já cometeu um erro irreparável, com a venda e posterior demolição do antigo Mercado Municipal, 03º prédio na Bahia a usar concreto armado. Melhor do que fazer este crime de lesa-cultura, teria sido a própria prefeitura tombado o patrimônio, como prevê a nossa Constituição- era mais fácil para procurar patrocínio para restauração e depois o transformaria numa espécie de Mercado Modelo. O local de venda de carne poderia ter sido a prate de venda de lembrança e artesanatos e o local de venda de farinha poderia ter sido o lugar de apresentações folclóricas e artísticas. Assim, não só teria gerado renda como preservarva a cultura de nosso município e atrairia mais turistas pra nossa cidade. Será que Valença cometerá o mesmo pecado, deixando destruir a casa onde nasceu seu filho mais ilustre?

Envio para para análise outro artigo, falando sobre a nossa identidade com o Recôncavo, o que justificaria a vinda de um campus da UFRB para nossa cidade. Imagino que ele seja o interesse do Valença Agora, por tratar de algo que segue a linha editorial do mesmo: a defesa dos interesse de nossa cidade Valença. Espero que o artigo esteja do agrado do jornal. No mais, um abraço forte e sucesso pro Valença Agora.

Ricardo Vidal
Escritor & Fotógrafo

(E-mail enviado no dia 05 de novembro de 2007, por volta das 11h45 AM, na cidade de Salvador)

Aniversário do Conselheiro Zacarias

Aniversário do Conselheiro Zacarias

(publicado na edição nº130 do Jornal Valença Agora)

O mês de novembro é um mês de festas para os valencianos: Dia 08 é o dia da Nossa Senhora do Amparo. Dia 10 é o dia em que a Valença foi elevada à condição de cidade (não obstante sua emancipação político-adminstrativa tenha ocorrido em 23 de janeiro de 1799). Contudo, ainda neste mês há outra data que honra muito aos cidadãos de Valença, mas que sempre passa em branco: é o dia 05 de novembro, aniversário do Conselheiro Zacarias, um dos seus mais ilustres filhos do município.

Zacarias de Góis e Vasconcelos destacou-se como um dos principais estadistas e pensadores políticos do Império do Brasil. Foi senador, membro do Conselho de Estado, presidente das províncias (cargo equivalente ao de governador) de Sergipe, Piauí e Paraná e Presidente de Conselho de Ministro (cargo equivalente ao de primeiro-ministro) em três ocasiões; além de autor de vasta literatura política.

Ele nasceu em Valença no dia 05 de novembro de 1815, no prédio da Praça da Triana onde funcionou o Fórum Gonçalo Porto, na então Vila de Nova Valença do Sagrado Coração de Jesus, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 28 de janeiro de 1877. Aos 22 anos se formou em Direito pela Faculdade de Olinda, retornando em 1840 para ser Professor concursado, aprovado por méritos.
Carreira Política

A carreira política do Conselheiro Zacarias começou com sua eleição para Assembléia Provincial da Bahia pelo Partido Conservador – apoiado pelo Visconde de São Lourenço. Mais tarde foi eleito para a Câmara de Deputado. Em 1862, participou da criação da “Liga Progressista”, formada pela união de conservadores e liberais moderados. Com a dissolução da liga, entrou pro Partido Liberal, do qual foi um dos mais importantes ideólogos. Indicado na lista tríplice, Zacarias foi nomeado Senador Vitalício pelo imperador. Também foi nomeado Conselheiro de Estado e agraciado com a Imperial Ordem da Rosa, na condição de oficial. No Congresso, ficou famoso pelos seus discursos e pela sua vigilância quanto à moralidade e às vestimentas dos colegas.

Como estadista, iniciou sua carreira como presidente das províncias de Sergipe, Piauí e Paraná. Nesta última, recém desmembrada de São Paulo, mostrou sua competência, organizado-a e criando condições pra seu desenvolvimento e consolidação. Por conta disso, até hoje, conta a gratidão e o carinho dos paranaenses. Como resultado desta experiência administrativa, Conselheiro Zacarias foi indicado para ser Ministro de Estado em quatro ocasiões, das quais presidiu o Conselho de Ministro por três vezes, entre 1862 e 1868. Foi o único político liberal a conseguir este feito, que só foi igualado (nunca superado) por dois gigantes do Partido Conservador: Duque de Caxias e Marquês de Olinda. Sua atuação como Presidente do Conselho do Ministro coincidiu com os momentos cruciais da consolidação institucional do Império do Brasil.

Figura marcante no cenário político da época, o Conselheiro Zacarias despertou paixões e respeito. Amado por uns, odiado por outros (que o acusavam de ser um político personalista e ambicioso), todos foram unânimes em reconhecer nele a figura de um estadista habilidoso politicamente, inteligente, erudito, sagaz em vencer os inimigos e incomparavelmente talentoso como escritor, advogado e orador. Devido a isso, foi o líder e campeão inconteste do Liberalismo Brasileiro. Exemplo desta opinião está na crônica “O Velho Senado”, de Machado de Assis, quando o Bruxo do Cosme Velho cita-o textualmente como uma das grandes figuras do Senado do Império, ao lado de Nabuco de Araújo (pai de Joaquim Nabuco), Marquês de Paranaguá e Duque de Caxias.

Escritor e Pensador de Renome

Não só pela sua atuação parlamentar e administrativa, Conselheiro Zacarias entrou para história como pensador político. Além dos discursos, Zacarias de Góis e Vasconcelos legou vários livros onde expôs suas opiniões acerca da realidade brasileira. Dentre seus livros, destacam-se o Manifesto do Centro Liberal, Programa do Partido Liberal, Questões Políticas e a sua obra capital, Da Natureza e Limites do Poder Moderador.

Em Da Natureza e Limites do Poder Moderador, cuja primeira edição é de 1860, o Conselheiro Zacarias propõe a limitação do poder pessoal de Don Pedro II. Foi a primeira tentativa explícita de reformas das instituições monárquicas brasileiras, em direção ao seu aperfeiçoamento e maior semelhança com o modelo inglês – considerado até hoje um dos mais avançados e democráticos sistemas parlamentaristas. Na época em que foi lançado, o Imperador Don Pedro II estava no auge de sua popularidade, motivo pelo qual o texto foi duramente atacado. Todavia, a erudição e os argumentos levantados por Zacarias fomentaram o debate por mais alguns anos (o que levou a uma segunda edição, aumentada, em 1862) e mostrou a necessidade de se ampliar os espaços democráticos no Brasil da época. Em determinado trecho (Capítulo 06 da 03ª Parte), não teme em considerar o Poder Moderador (de uso pessoal do monarca), tal e qual na estava na Constituição de 1824, não só era inútil – uma vez que não impedia o surgimento de revoluções – como poderia ser prejudicial por provocá-las. Hoje, o livro é referencial para entender como as nossas elites compreendiam a nação brasileira e quais rumos aspiravam para ela.

Em Questões Políticas, Zacarias retoma ao debate sobre a limitação do poder Moderador e o papel do Imperador na dissolução dos gabinetes, tendo como pano de fundo a queda do seu Gabinete de Ministros (o terceiro que presidiu, em 1868) durante a Guerra do Paraguai, quando foi substituído pelo Duque de Caxias.

Bibliografia
VASCONCELOS, Zacarias de Góis. “Zacarias de Góis e Vasconcelos”. Organização e introdução de Cecília Helena de Salles Oliveira. São Paulo: Editora 34, 2002. (Coleção Formadores do Brasil).
OLIVEIRA, Edgar Otacílio da Silva. “Valença: dos primórdios à contemporaneidade”. Salvador: Secretaria de Cultura e Turismo, 2006. (Coleção Cidades da Bahia)
CARTA de Alexandre Muniz de Queiroz a Luiz Fernando, São Paulo, 08 de fevereiro de 1995. Cópia pertencente ao arquivo pessoal de Ricardo Vidal.
ASSIS, Machado de. “O Velho Senado”, acessado nos sites: < http://www.cce.ufsc.br/~nupill/%0bliteratura/senado.html> e < http://www.senado.gov.br/sf/senadores/presidentes%0b/Cronica_Machado_de_Assis.asp> no dia 22 de outubro de 2007, às 04h03 da madrugada.

Ricardo Vidal, 29 anos, escritor. Autor do livro “Estrelas no Lago”. Participou de várias antologias e foi menção honrosa nos concursos de poesia da revista Iararana (2002) e da ALER (2005). Fundador e ex-diretor da UMES-Valença (1994-1996). Estuda Letras/Inglês na UNEB-Salvador. Weblog: www.bardocelta.blogspot.com. E-mail: cve_livros@hotmail.com

Biblioteca do Bardo Celta (Leituras recomendadas)

  • Revista Iararana
  • Valenciando (antologia)
  • Valença: dos primódios a contemporaneidade (Edgard Oliveira)
  • A Sombra da Guerra (Augusto César Moutinho)
  • Coração na Boca (Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo)
  • Pelo Amor... Pela Vida! (Mustafá Rosemberg de Souza)
  • Veredas do Amor (Ângelo Paraíso Martins)
  • Tinharé (Oscar Pinheiro)
  • Da Natureza e Limites do Poder Moderador (Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos)
  • Outras Moradas (Antologia)
  • Lunaris (Carlos Ribeiro)
  • Códigos do Silêncio (José Inácio V. de Melo)
  • Decifração de Abismos (José Inácio V. de Melo)
  • Microafetos (Wladimir Cazé)
  • Textorama (Patrick Brock)
  • Cantar de Mio Cid (Anônimo)
  • Fausto (Goëthe)
  • Sofrimentos do Jovem Werther (Goëthe)
  • Bhagavad Gita (Anônimo)
  • Mensagem (Fernando Pessoa)
  • Noite na Taverna/Macário (Álvares de Azevedo)
  • A Casa do Incesto (Anaïs Nin)
  • Delta de Vênus (Anaïs Nin)
  • Uma Espiã na Casa do Amor (Anaïs Nin)
  • Henry & June (Anaïs Nin)
  • Fire (Anaïs Nin)
  • Rubáiyát (Omar Khayyam)
  • 20.000 Léguas Submarinas (Jules Verne)
  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Jules Verne)
  • Manifesto Comunista (Marx & Engels)
  • Assim Falou Zaratustra (Nietzsche)
  • O Anticristo (Nietzsche)