Sua Majestade, O Bardo

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Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Fragmentos de um diário - observação

Por que se chamava homem
Também se chamava sonhos
E sonhos não envelhecem
(....)
E lá se vai mais um dia
Clube da Esquina 02 - Flávio Venturini/Lô Borges/Milton Nascimento

E assim vai mais um mês, ironicamente, o que mais posts recebeu este blog (23 posts). E no meio de uma crise de criatividade e de escrita. Dá para entender os deuses da literatura? Ou será sinal que em breve entrarei numa maré de proditividade, uma vez que tantas idéias estão em reboliço na minha cabeça?

Salvador, 30 de junho de 2008. (23h42).

domingo, 29 de junho de 2008

Fragmentos de um diário - Um escritor em crise / Oximoro

Pode parecer piada, mas no momento que eu mais preciso escrever, com uma monografia sobre erotismo feminino contemporâneo em Anaïs Nin, conhecendo os caminhos das pedras para uma carreira literária, sabendo que a melhor coisa que eu sou capaz é escrever, com um monte de idéias para artigos e contos... menos eu consigo escrever! Falta concentração ou um não sei quê ou sei lá, entende?

sábado, 28 de junho de 2008

Fragmentos de um diário - Lição de Castro Alves

Ainda sobre a política e Valença....

Eu ainda vou criar um blog só para comentar a política na minha cidade. Estava relendo algumas matérias nos jornais on-line de lá e ver que, enquanto a cidade enfrenta um grave problema de poluição sonora e deixa passar em branco fatos marcantes sobre a nossa história cultural (como a figura do prof. Brasílio Machado), nossos ilustríssimos vereadores (com a exceção de algumas poucas pessoas como Zé da Hora e Jairo Batipsta) aprovam o título de cidadão valenciano sem alguns sequer conhecerem a pessoa.

Pelo menos tenho a companhia de um Castro Alves, que sem deixar de lado a grande literatura e a aventura da existência humana, participava ativamente das grandes causas de sua época, como a Abolição e a República....

Fragmentos de um diário - São João em Valença

Não me lembro quando eu passei um feriado longo em minha cidade natal, Valença-Bahia. Em todo caso, estes sete dias na minha querida cidade serviram para acalmar a mente, colocar as idéias no lugar e (principalmente) recarregar minhas baterias.

O lado positivo foi ver a chegada da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida em Valença e rever amigos como Ricardo Lemos (em breve veremos o seu blog no ar, Lemos & Relemos), Martiniano Costa, Flor (Chefe da DIREC 05), Adrianovisky "Pequeno Príncipe" Pereira e Elisabete P. Barbosa - a musa dos meus últimos poemas que foram publicados no Valença Agora. Também aproveitei para adiantar minha monografia sobre erotismo na literatura feminina contemporânea.

O lado triste foi o falecimento do esposo de minha ex-professora Rosângela Goes, bem na festa do São João. Digamos que isso deixou o vento um pouco mais frio e silencioso na hora da fogueria.

Já uma coisa que me deixou chateado (para não dizer furioso), foi saber que um certo médico em Valença está querendo ser candidato pela força. Não sei se ele confundiu democracia com ditadura, ou acha que pode ser eleito "Tirano Municipal". Diabos! Agora entendo porque em Jaguaquara ele é persona no grata... Deixe está que dia 29, creio que a justiça será feita e ele verá que não se pode ser candidato pela força - principalmente onde ninguém o quer.

Por conta deste último fato que sinto vontade em me envolver mais na política de minha cidade. Não posso ficar tranqüilo e quieto quando um "aventureiro" tenta atrapalhar a vitória de uma linha política moderna, popular, democrática e socialista; que possa dar cor, garra e novidade para a gestão pública em Valença. Aliás, a "descoberta" da figura do Dr. Fábio Luz, escritor e anarquista valenciano, e o artigo que professora Rosângela Goés escreveu sobre a eleição deste ano inspira a lembrar do papel social do escritor...

Pois é isso aí. Baterias recarrregadas, ano de formatura e eleição municipal, não posso me dar ao luxo de ficar apenas numa torre de marfim. É hora de agir e tomar partido. Claro, partido do melhor lado, o mais ético, mais justo e mais bem preparado. Para ser escritor, não basta apenas ter talento e vontade. É preciso saber brigar pelo o que é certo.

sábado, 21 de junho de 2008

Laivos de Romantismo

Não sei. Depois que eu assisti a poucos dias a reprise de "Almas Gêmeas" (Peter Jackson), voltei a ficar romântico e sonhar. Não romântico no sentido vulgar do piegas meloso e sentimentalóide. Romântico no sentido literário do termo: algo de Byroniano ou que sugira Chateaubriand, Göethe, Dumas Père, Emily Brontë. Algo que remeta ao neovitorianismo, Lord Tennison, à opera Le Boheme de Puccini.

Creio que a melhor representação deste meu estado de espírito é o clip e a letra de "Hope of Deliverance", de Paul McCartney. Uma ravina sob a lua do outono. Tochas. Músicas. Uma mulher linda bailando. Uma esperança de libertação...

http://www.youtube.com/watch?v=3gum0Pet67s

Galeria 07 - Coqueiro no Bonfim


Eu considero esta foto meu xodó. Gostei dos efeitos que eu imprimi nela, principalmente se considerarmos que a foto original é P&B... Algum dia pretendo usá-la como capa de livro.

Galeria 06 - garotinha


A garota da foto é minha prima, quando ela tinha por volta de 07 anos (eu acho). O toque impressionista deu leveza e expressividade para a foto.

Galeria 05 - Rosas 01




Uma rosa emparedada. Eu gostaria de ver um grafitti destes nas ruas... O inseto no centro da flor mostra que a vida é isso: é saber captar os sinais e os momentos para fazer pequenas descobertas incríveis.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Registro Importante (para os Valencianos)

Pesquisando na Internet, fiz nos últimos dias duas descobertas que me alegram (desculpem-me o bairrismo, mas minha cidade sempre está no meu coração sempre):

  1. Que meus patrícios Barão de Uruguaiana e Conselheiro Zacarias são os patronos das cadeiras nº 15 e nº 18 da Academia de Letras da Bahia. Grandes políticos durante o Segundo Império, ambos mostram que, apesar dos anos, suas marcas ainda se mantêm presente na História do Brasil.
  2. Concomitante a isso, descobri mais um escritor e político da minha cidade natal: Fábio Lopes dos Santos Luz. Escritor, anarquista, abolicionista e médico, ele nasceu em Valença em 1864. Participou da luta pela Abolição da Escravatura e mais tarde se bateu pelo anarquismo (doutrina que se manteve fiel mesmo com a vitória dos Bolcheviques na Rússia, em 1917). Autor de romances com fundo social, foi membro da Academia Carioca de Letras.

Espero que, com estas informações na internet, o povo de Valença possa se orgulhar mais de sua história e se inspire para, este ano, mudar sua trajetória em direção ao progresso e prosperidade, com políticos realmente comprometido com o desenvolvimento. Alguém como meu amigo Marti!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Literatura & Gastronomia

Não me considero um hedonista nem um Epicurista, mas procuro encontrar prazer na vida. Por isso que estudo Letras (porque gosto de livro) e por isso que eu tenho minhas dúvidas quanto ao modismo da "Alimentação Saudável" (rica de flavonoides e beta-carotenos e ômegas 03, porém pobre de sabor e vontade de viver). Não quero dizer que devemos descuidar da saúde e transformr nosso alimento em venenos. Mas gosto de comer um bom rocabole de cenoura porque acho gostoso, não pelo beta-caroteno. Gosto de tomar um bom vinho do Porto tawnne porque ele pode me dar o mesmo prazer de ler um poema de Göethe, só isso. Lamento não ser um bom cozinheiro, um bom gourmet. Mas, o que fazer? C'est la vie...

Sendo assim, não seria estranho que algum dia eu procurasse unir esses dois polos. Tenho um projeto de escrever um livro de contos baseados em receitas simples. As idéias estão quases prontas na minha cabeça e, se eu não ganhar o prêmio ALB*/Braskem, tenho ainda a esperança de que alguma editora encape a idéia. Claro, a idéia é que junto com as contos venham as receitas.

Falo disso porque, como Proust rememorava toda sua vida apenas por sentir o gosto das Madelleines; no meio da atribulação da minha vida "civil" de formando, eu navegava na intertnet quando encontrei um site com receitas... afrodisíacas!!! Uau! Juntar três fontes de prazer nunca coisa só é bem tentador! Lembrei-me deste projeto que depois foi formando uma cadeia de boas lembranças: namoros antigos (é melhor esquecer estes namoros, por causa da ressaca do término), fantasias sensuais, outros prazeres gastronômicos. Já copiei algumas receitas. Falta agora começar o bendito projeto deste livro e (quiça) arranjar uma namorada, até para testar as receitas.

Assim eu esqueceria um pouco minha vida civil, bem distante das discussões sobre a Mitologia Kthulu de Lovecraft, Toy-art, Steampunk, Realismo Socialista, das músicas do B-52's, Geração New Wave, Sci-Fi Rock e.......... gastronomia afrodisíaca!

That 's all, folk!!!

* ALB = Academia de Letras da Bahia.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Delta do Okavango



Delta do Okavango



Salvador; 11 de junho de 2008 (22h16)



“Where all this water goes is a mystery"
Aurel Schultz




I



Um mar arenoso a recepcionar as águas do Okavango.
Depois de correr seu leito pelas florestas negras,
Uma boca seca engole seu fluxo… e desaparece.
Que mistério faz de ti, Delta do Okavango,
Um lugar especial e único no planeta Terra?
Talvez porque suas águas nunca encontrem outras,
Talvez a Natureza queira ser irônica e divertida,
Talvez porque seja uma metáfora da condição humana.
Mas quem imaginaria uma foz dentro do deserto?
O meu Rio Una deságua em estuário no Atlântico.
O Nilo termina em delta para a alegria dos egípcios.
O Amazonas segue floresta abaixo para encontrar com Marajó.
Só você, Okavango, despeja suas água no Kalahari,
Molhando suas dunas sedentas com um pouco de vida.
E é nestas margens que leões nadam famintos,
A sagrada Íbis projeta a sombra de Toth,
E Leopardos e Guepardos correm ferozes e altivos.



II



Okavango sugere mistério e um outro paraíso.
Ninguém imaginaria o Okavango como um lugar
Onde Lauren Bernat dançasse Wii fit no You Tube,
Ou que Paris Hilton filmaria suas fantasias.
O delta do Okavango sugere mais a cratera Eberwalde.
Ou as ruínas de Cydonia ou o amanhecer em Gliese 851c.
É uma Shangri-lá, uma Xanadu, uma Agartha pessoal
Onde se leria a Rubaiyat sob a luz da lua cheia,
Ou deixaria o vento brincar com as linhas da face.
E inventaria uma lenda para suas águas e suas margens:
Diria do grande crocodilo que se esconde na areia
Que impedem suas ninfas abraçaram outras irmãs.
Ou de uma lança mágica guardada por rinocerontes
Negros e Brancos, destinados aos grandes guerreiros.



III



Mas o Delta do Okavango está numa África distante
E eu sou apenas um poeta latino-americano.
O que eu sei da fauna do Delta para criar lendas?
Apenas o nome africano faz cócegas nos ouvidos
E deixo a imaginação procurar metáfora e sinédoque.
As telas da Grande Teia trazem fotos e ilusões de lá,
Uma janela mítica para um mundo vazio.
As águas do Okavango caminham tranqüilas
Sem a música dos meus versos sonolentos.
E com essa a verdade que resume o poema
Que os versos encontram sua foz enigmática
No deserto branco do pergaminho eletrônico…

terça-feira, 10 de junho de 2008

Galeria 04 - Flores


Gosto de fotografar flores. E as flores no jardim de minha casa em Valença sempre se mostraram pródigas em permitir boas fotos. O resultado final de minhas brincadeiras no computador foram estas cores fortes e em contraste. Flores simples que ganharam nova visão.

Galeria 03 - Fachada do Paço Municipal

Fachada do Paço Muncipal de Valença, sede do poder legislativo local. Este prédio é um dos símbolos da minha cidade e eu achei o resultado final fico bem. Deu um ar expressionista ao prédio, que se ele fosse feito de fogo.

Galeria 02 - Igreja de Nossa Senhora do Amparo



Outra fotografia minha, retrabalhada no computador. Algum dia penso em fazer uma exposição com agumas destas fotos. Essa eu adimito que fico deveras surrealista!

Galeria 01 - Paço Municipal de Valença


Não irei mentir: sinto uma pequena inveja de alguns primos meus que desenvolveram a habilidade para o desenho e pintura. Sinceramente, creio que isso é genético, pois quase todos meus primos e primas maternos possuem habilidades para desenho. A cada um desenvolveu suas habilidade sem que os outros ficassem sabendo. Quando via, já era mais um na família! O resultado é que tenho um primo que estudou na Escola de Belas Artes da UFBA e trabalha num laboratório de fotografia, outro primo é artista plástica (participou de exposição coeltiva, inclusive), meu irmão caçula estuda Arquitetura, uma prima no Japão é desenhista de mangás. Quanto a mim... Eus ei desenhar um pouco, mas não é nada expecional. Para não dizer que não herdei esse dom, eu acabei aprendendo fotografia e um pouco de diagramação. Como exemplo disso, fica esta fotografia (retrabalhada no computador) da Câmara Municpal de minha cidade.

Sincronicidade

Sincronicidade

Salvador; 19 de maio de 2008 (01h35/06h28 AM).

— Você viu o que seu primo Sigmund mandou pelo e-mail? – perguntou Jacques enquanto seu irmão Carl estava entretido no computador, vendo um site sobre bandeiras e ouvindo as músicas da “Blues Brothers Band”.

— Não… — respondera absorto, quase mecanicamente. Carl ainda estava anestesiado com o concurso público que prestara na seamana posterior e apenas passava os olhos nas páginas do site para relaxar seu espírito.

— Entre logo! É uma surpresa que você vai gostar. Ele mandou uma cópia para mim e adorei. Entre logo no seu e-mail, pois não quero estragar a surpresa.

Carl abriu o seu e-mail. Demorou quase dois minutos baixando o e-mail do primo para descobrir a grande “surpresa”: um vídeo do conjunto “The Animals” cantando “House of the Rising Sun”. Jacques estava no lado do irmão. Quatro minutos e meio e Carl voltou a sua infância, quando seu pai colocava o velho LP mono na vitrola e ficava cantando com a voz de barítono desafinado. Seria por isso que ele passou a gostar de blues e jazz? Não, seu pai gostava de rock’n’roll. Mas o “velho” sabia reconhecer música de valor, tanto que ouvia junto com o filho os primeiros CDs de Thelonius Monk e B.B. King que Carl comprava com sua mesada.

— Sabe, Carl, eu não imaginava que a letra desta música fosse tão triste assim.

— Pois eu já sabia disso. Sabia que esta música, que nós ouvíamos como uma pérola do rock, na verdade é um tema clássico do blues, que existe especulações se esta casa teria existido mesmo em Nova Orléans e que o tema dela evocava as classes pobres. Mas eu pensei que você soubesse disso, Jacques. Você não é formando em Letras com Inglês? — terminou Carl a frase com um leve sorriso de ironia para provocar o irmão.

— Há, Há! Era para rir? — retrucou Jacques se fingido de ofendido — Você sabe que meu interesse é neurolingüística e estruturalismo, não tradução. Depois, há momentos que apenas ouvimos e deixamos muitas coisas passarem (principalmente quando é uma música em inglês!). Só mais tarde descobrimos o conteúdo simbólico da obra. Aliás, no caso desta música, é um tema interessante, primeiro, porque não se sabe se a Casa do Sol Nascente era um eufemismo para prostíbulo, prisão ou casas–senhoriais da “Dixieland”, segundo, se o eu poético é feminino ou masculino (o que no caso da mulher, a sua procura por seu amante levou à prostituição ou à cadeia) e terceiro, mostra a decadência moral, principalmente do nascente proletariado, que via na bebedeira, a prostituição e jogo de cartas, como PÔQUER – e Jacques enfatizou bem esta palavra – como causa da degradação moral dentre eles.

— Ok! Ok! Não precisa vim com filosofia, já entendi, já entendi! Sim, gostei de ver o clipe, mas deixe-me voltar às músicas que estava ouvindo. Desculpe-me o jeito ranzinza, mas você sabe a semana terrível que passei. — respondeu Carl aceitando a resposta do irmão, mas sem vontade de continuar aquele xadrez mental que ás vezes os dois se entregavam para ver quem era mais perspicaz.

Jacques deixou seu irmão voltar aos sites de vexicologia. Quando ficava vendo os desenhos de bandeiras era porque passava por alguma tempestade íntima e aquilo servia como válvula de escape.

Carl chegara à terceira década de existência com sua vida posta de cabeça para baixo. Sentia-se um inútil concluindo o curso de Ciências Contábeis naquela idade, desempregado, sem namorada e ainda morando de favor com a família do irmão caçula. E na época dos estágios finais para conclusão do curso coincidiu a chegada de concurso público para Empresa Gráfica da Bahia, para trabalhar como diagramador. E ainda havia o prêmio para criação da nova logomarca no Banco Industrial… Nos mês do seu aniversário ele estava correndo em três frentes de atuação. O resultado foi que, no dia do seu aniversário e passou no hospital, sedado com cloridrato de amitriptilina, devido a um ataque depressivo. E por mais que a família demonstrasse apoio ao seu desejo de independência, Carl tinha suas idiossincrasias que eram insuportáveis e de uma certa forma o prejudicavam: não se dava bem em empregos muito burocráticos ou que lhe exigissem pouco do seu intelecto. Também não era um caçador de mega-salários. Queria um emprego onde antes de tudo ele pudesse sentir satisfação e remunerassem razoavelmente bem. Foi por isso que acabou aceitando fazer este concurso para diagramador. Assim se livrava da mesada e dos bicos que fazia para sustentar sua faculdade (que ele não tinha a menor vontade de fazer, era apenas uma satisfação que dava para família).

Por isso que no primeiro final de semana posterior às provas do concurso e da entrega de seus trabalhos para concorrer ao prêmio, Carl entrou naquele velho site sobre bandeiras, “Flags of the World”. Ele ficava vendo como evoluiu a bandeira portuguesa através dos séculos ou as várias bandeiras que representou a França e suas províncias. Na verdade procurava entrever naquela profusão de cores, símbolos e desenhos algum portal de fuga para outra dimensão. Procurava nos estandartes medievais uma vida que houve vivido antes, um senhorio nos Algarves, um ducado nos Bálcãs, um comando militar em uma tropa francesa em alguma guarnição da África Ocidental. Para não se entregar totalmente aos devaneios, aproveitava para treinar em línguas estrangeiras, ampliar os conhecimentos de geografia, história, política e cultura e desenvolver parte dos seus conhecimentos em desenho.

Apesar de Carl se sentir ainda mentalmente exausto, entrou pela madrugada na internet. Jacques, com pena dele, deixou uma merenda reforçada para o irmão antes de dormir, pois sabia que nestes casos ele perdia completamente o apetite.

Carl gostava daquele silêncio da madrugada. Gostava da cumplicidade das trevas. Também era o momento que poderia ver fotos de nus femininos e complementar assim seus conhecimentos em artes.

“Por que é difícil para as pessoas entenderem que um homem pode gostar de ver fotos de nus ou de sexo (mesmo amadoras) apenas por deleite intelectual? Gostava de ver as formas do corpo feminino com o mesmo prazer que ver a composição de um brasão heráldico, sentir os limites entre o erotismo e a pornografia, notar as sutilezas das montagens em Photoshop com as atrizes e cantoras, perceber quais são os padrões usados na pornografia, depreender o que leva esse jogo de exibicionismo cinza, mulheres em poses ginecológicas que esconde o rosto com tarjas negras, possíveis candidatas à musa da vez. Mundo doido, mundo hipócrita, mundo recalcado. Meu irmão pensa que isso é apenas carência afetiva, falta de namorada, excesso de timidez de minha parte para encontrar com uma mulher de verdade. Bobagem! Até parece que ele não sabe que eu não gosto de desenhar. Não tenho interesse em pintura ou instalações modernas, mas em desenho. Desenho… Se bem que poderia chover um pouco aqui na minha horta… Um afago humano, um beijo, um coração acelerado… Acho que nas escolas falta esta disciplina de Educação Sentimental, assim…” Foi com pensamento ao léu que abriu um jogo de strip-poker que ele mantinha discretíssimo no computador, para evitar confusão com a cunhada protestante e puritana, da IURD.

Carl se divertia com aquele jogo, embora sempre perdesse todo o “dinheiro” em dez ou doze rodadas. Das vinte figuras do jogo, só conseguiu ver a quarta, no máximo. E a modelo até que era bonitinha! Só que havia algo (ou azar, ou distração, ou apenas tédiojogo) que no final ele perdia tudo e pronto! Como a aposta não era real e não teria o risco dele ficar endividado, isso deixava Carl mais tranqüilo. “Bem, como é apenas um jogo, posso ficar mais um pouquinho de tempo antes de dormir”. Jogou pela primeira vez, o mesmo método de sempre: pequenas apostas, analisando o jogo e contando com a sorte. Novamente, eliminado antes da décima jogada. Voltou para o site de bandeiras.

“Preciso passar neste concurso. Preciso de emprego para começar a tocar meu barco o mais rápido. Preciso de dinheiro para comprar CDs de músicas, meus DVDs.” Era nisso quando pensava quando resolveu voltar ao jogo. Antes, colocou a música “House of the Rising Sun” como fundo musical bem baixinho e comeu mais um pouco do lanche deixado pelo meu irmão.

— Sabe de uma coisa, hoje vou fazer diferente! Apesar de ser apenas um jogo tolo de computador… Depois, não corro o perigo de me endividar mesmo…

Em vez de começar com apostas pequenas, foi logo apostando mil créditos (metade do valor inicial). A primeira mãe veio boa, um par de ases. Devolver três cartas e eis que no jogo final aparecem mais dois reis! Ganhara dois mil créditos! Mas Carl não levou a sério e jogo os três mil créditos, distraidamente. Mas tela apareceu uma trinca de seis. “Que bom”, pensou Carl, “ganho assim seis mil créditos”. Devolveu as outras duas cartas e, para sua surpresa, apareceu mais um seis. Uma quadra e o cêntuplo do valor! “poxa, é a primeira vez que tive sorte e ganho tanto assim neste jogo! E ainda pude ver a última foto da modelo. Não é uma pose ginecológica, antes uma foto de relativa qualidade”. Carl continuou mais duas rodas, sem ganhar ou perder (uma vez que sempre aparecia um par de cartas) Na quinta vez, para testar sua sorte no jogo, dos 300 mil que tinha no jogo, aposto 90 mil créditos (o jogo no computador na máximo computava de mil em mil). Para sua segunda surpresa, outra trinca, de sete. Carl respirou fundo! Dois milhões e setecentos mil créditos? Já estava bom até demais! “Se bem que poderia dar um ‘full hand’ ou novamente uma quadra e melhorar minha mão”. E foi no exato momento que ele ouvia Eric Burdon cantar “It’s been the ruin of many a poor boy and God, I know, I’m one” que as cartas baixavam com a trinca de sete e um par de valetes. Full Hand! 9.750.000 créditos no total! Carl olhou para aquela cifra, admirado. A música repetia, se misturando aos seus pensamentos.

“My father was a gamblin’ man down in New Orleans”.

“Eu sou um jogador agora. O melhor jogador deste jogo”.

“The only thing a gambler needs is a suitcase and trunk”.

“Eu bem que gostaria agora era de uma mala cheia de dinheiro, uma mulher e toda liberdade para poder desenhar. E um sobrado no Bonfim, lá na península de Itapagipe.”

“I have done send yours lives in sin and misery”

“Se eu não tivesse perdido tempo ouvindo os conselhos dos outros teria terminado mais cedo esta faculdade. Ou teria feito outra faculdade e trabalhado em algo que realmente eu goste, sem se preocupar.”

“I’m going back to New Orleans to wear that ball and chain.”

“Meus Deus, como nós ficamos preso a coisas pequenas! Por que não podemos ser feliz e ter as condições razoáveis para viver? Por que é tão difícil conciliar um bom salário com a sensação de está fazendo algo de que se gosta? Arre! Maldito Capitalismo! Por que não vivemos numa sociedade socialista: a cada um segundo suas necessidades! E pronto! Nada de Contabilidade, Auditoria, Chefes idiotas e estúpidos atrapalhando.”

“It’s been the ruin of many a poor boy”

“O que eu faria com nove milhões de reais? Claro que aplicaria quase tudo em bons investimentos. Poupança. Fundo de renda fixa. Ações da Petrobrás e Banco do Brasil. Ouro. Mas também quero curtir um pouco. Uma viagem para Itália de dois meses. Duas semanas em Compostella comendo tapas e tomando Viño Verde… As coleções completas de vinis de B.B. King, Charlie Parker… Uma mansão em Punta del Leste”

“And God I know, I’m one”

“Mas isso é apenas jogo tolo de computador e o Sol já aparece na janela. Já esta na hora de fechar o computador e ir dormir um pouco. Como hoje é domingo, meu irmão não se importará de me deixar dormir até mais tarde. E rezar que eu seja aprovado logo no concurso da Empresa Gráfica da Bahia e ganhe o prêmio do Banco Industrial.”

Desta vez Carl fechou o jogo com a conta cheia. Desligou o computador. Ante de tomar a dose de clonazepan, ainda ouviu mais uma vez “House of the Rising Sun”. Só então se deu conta das coincidências daquela noite. A letra. O jogo. A espera pelo emprego. A sensação de tempo perdido. A formatura. Teria isso algum significado? Realmente ele sua vida iria mudar daqui para frente? E tendo certeza que isso seria apenas uma mera ironia do destino, Carl entrou no mundo dos sonhos pelos braços do remédio.

……………………………………………

No final do ano, Carl estava formando e trabalhando como diagramador, feliz com o emprego. O salário era na medida certa das suas ambições. Dera entrada no financiamento de um apartamento e se mudará no Ano-Novo. Na sala de estar, estaria o prêmio ganho do Banco Industrial e pensava se escrever num curso livre de desenho, na universidade onde ele estudara… E finalmente ele estava namorando uma colega de trabalho, que também apreciava ver fotos de nus artísticos!

domingo, 8 de junho de 2008

Uma Fabula bem Brasileira

UMA FÁBULA BEM BRASILEIRA

Salvador, 03 de novembro de 2005 (01h30)

Era uma vez…

Ou duas, talvez…

Eram dois amigos de infância: A Anta e o Mico-Leão Dourado.
Quando filhotes, todo dia a Anta caminhava para a Escola da Mata, e encontrava com o Mico-Leão descansando no alto do Jequitibá, curtindo os raios de sol que ainda banhava a Mata Atlântica (já faz muito tempo esta parte da estória, pois ainda havia esta floresta no Brasil).

— Deixe de ser prego e vá para a Escola, Mico-Leão Dourado. Se continuar a vida assim, logo, logo acabará extinto — admoestava sempre a Anta quando encontrava com o amigo se espreguiçando na copa das árvores. Mas o Mico-Leão nem ligava. Por que ele deveria se dar ao trabalho de ir para escola, se a mata lhe dava comida e abrigo, tudo que ele precisava? E a Anta seguia sua trilha até a escola.

Só eu nada do Mico-Leão Dourado ouvir estes conselhos. Sua vida era ficar no alto de Jequitibá. De vez em quando, quando aparecia algum bípede estranho, com ares de naturalista europeu, ele fazia alguma macaquice de Macuinaíma para ganhar alguma coisa. Noutras ocasiões, ia jogar sinuca com o Urubu-Rei em algum boteco da mata.

A Anta, um animal maior que o Mico-Leão, era mais forte e mais disciplinado. Fazia suas tarefas escolares (embora nunca raciocinasse para que lhe valia decorar tantas regras sem sentidos). Acreditava na Ética do Trabalho Árduo e na Fé Absoluta de que o mundo era assim porque foi criado assim desde o início dos tempos. Não era muito de farra e reprovava sempre o comportamento do seu amigo Mico-Leão Dourado, com seu jeito sempre tranqüilo de cuidar da vida. A Anta esperava mudar o amigo, sempre aconselhando ele a ir a escola e ser mais uma engrenagem no mundo social da selva.

Mas o Mico era bicho teimoso, e o monólogo da Anta era sempre este: Mico-Leão, Mico-Leão, vá para escola se não quiser ser extinto. Só os animais úteis é que sobrevivem nesta floresta.

Mas o tempo passou. A Anta não entrou da Universidade (que se destinava apenas aos predadores). Em lugar disso, foi fazer um curso técnico–profissionalizante lá para os lados do Sertão. Antes de partir, não deixou de dar seu conselho ao seu amigo Mico-Leão:

— Rapaz, tu já está adulto e ainda continua nesta vida de Macaco-Prego? O mundo está mudando, logo o Progresso estará chegando por estas bandas e o que será de você, se não estiver preparado para seguir as novas tendências do futuro? Veja que eu já estou indo para o sertão garantir a minha sobrevivência neste novo mundo que se aproxima.

A Anta partiu. Ficou algum tempo no sertão, onde aprendeu a ser um burocrata padrão. Mas tarde, já funcionário de carreira, conseguiu a transferência para a Mata Atlântica.

Encontrou a Mata mudada. Na verdade, quase não encontrou mais selva – o mato foi morto pela Civilização. Virou uma Área de Proteção Ambiental, um recanto escondido dentre as árvores de concretos e as torres de fumaça das indústrias. Não encontrou mais o seu amigo Mico-Leão Dourado – com certeza ele acabou extinto como Trilobitas, Megatérios, Tigres Dente-de-sabre, Acendedores de Lampiões e Guerrilhas de Esquerdas. Também, não tinha tempo para lamentá-lo, pois sua vida era só a burocracia e a família (tornara-se um animal respeitável). Cotidiano. Não se tornou um animal superior, mas fingia sua vida não era de todo ruim. Sonhava com os filhos na Universidade, embora reconhecesse se difícil que uma Anta se tornar um predador do porte da Suçuarana, do Jacaré ou da Jaguatirica. De vez em quando ia para o Regato, comer um tira-gosto de fruta e ver as fêmeas provocantes com biquínis. Claro que ia sozinho apreciar estas belezas, sem a Senhora Dona Esposa – que ficava em casa cuidando das antinhas. Também não aparecia na hora que a Onça-Pintada, sua chefe na repartição, ia beber água. Já não bastava a perseguição que Onça lhe movia no trabalho? Pelo menos queria um pouco de sossego no seu momento de lazer. Por isso evitava sempre se encontrar com sua chefa fora do horário e ambiente de trabalho…

De vez enquanto a Anta se perguntava por que não era ela a chefe de repartição. Logo ela, que sempre fora mais inteligente e amigável que Onça… Só que no momento seguinte ela se conformava. Há uma ordem na cadeia alimentar que deveria ser seguida, mesmo quando beneficia a incompetência. Era assim na Lei da Mata e da Burocracia – cada macaco no seu galho.

Se a fábula terminasse aqui, não teria sentido nem graça. Por isso que prossigo na historia:

Um dia…

Sempre tem um dia que o mundo fica diferente ou a história caminha para o clímax. Pois neste dia, estava a Anta descansando no regato, contando as horas para sua aposentadoria, quando apareceu no Regato um bicho estranho. Não era bicho-grilo da faculdade de comunicação, pois trajava terno Giorgio Armani, óculos escuros Pierre Cardin, relógio suíço no pulso e um celular japonês de última geração no bolso. O bípede bem aprumado deixou TODAS as fêmeas em cio, com a esperança de levá-lo pra cama e faturar algum dinheiro.
Este bípede caminhou em direção da Anta e o cumprimentou efusivamente. Só depois de algum tempo que reconhecer o seu velho amigo Mico-Leão Dourado

— Rapaz, eu pensei que você já estivesse extinto! Pelo visto, parece que você seguiu meus conselhos, para aparecer assim, bem vestido. Formou em qual escola?

— Nenhuma!

Ante a cara atônica da Anta, o mico contou sua história:

Rapaz, depois que você partiu para o sertão, a Mata mudou. Apareceu um tal de Bicho-Homem que modificou tudo por aqui. Era um derrubar de árvore que nem te conto. Vendo que a maré não estava pra peixe, fui conversar com o Papagaio, dono do Grupo Folha da Mata Comunicação. Era meu amigo de farra e fruta de longo tempo (inclusive arrumava algumas Cacatuas e Babuínas para nossas festas privês nos motéis e moitas da mata). Sugeri que ele fizesse uma matéria sobre a extinção de espécies, no qual eu era o personagem principal. Como a série de notícias fez sucesso, o Papagaio aumentou seu lucro e eu virei celebridade. Fiquei amigo da Professora Coruja, PhD em Meio Ambiente, e ao Curió Gogó de Ouro, maior compositor da floresta. Fiz algumas músicas em parceria com o Curió e fundei uma ONG em conjunto com Dra. Coruja – ela ficava com as pesquisas e os relatórios, eu com o marketing e grana. As músicas estouraram nas paradas mundiais de sucesso e as pesquisas valeram a Dra. Coruja um Prêmio Nobel. Passei a viajar para o exterior acompanhando os dois – divulgando ora as músicas, ora a minha ONG, mas sempre arrecadando dinheiro e prestígio. De vez em quando, mandava um furo de notícia para o amigo Papagaio. No exterior fiz amizade com o Sr. Esquilo, dono dos maiores bancos florestais da Europa e da América do Norte. Como eu o ajudei com algumas negociatas aqui ma América do Sul, comprando algumas empresas estatais a preço de banana, ele me apresentou a o rei Leão. Bem, sendo amigo do rei e de um banqueiro, eu não deixei de aproveitar. Conseguia alguns patrocínios para o Curió e a Professora Coruja, porém conseguia sempre que o Papagaio publicasse as notícias que interessasse para a popularidade do rei Leão (em troca do aumento da publicidade institucional do governo). Também facilitava que o Senhor Esquilo conseguisse algumas benesses do Estado, um contrato aqui, uma isenção lá. E informalmente eu agia com um embaixador para os interesses particulares do Leão. Bem, fui formando uma rede de amizades e favores tão sólida que no final das contas eu não precisava trabalhar duro e vivia como um barão da República. Viajei pelo mundo ora patrocinado pelo Erário Público, ora por empresários que precisassem de um favor especial. Tive todas fêmeas que eu quisesse para satisfazer o meu cio. Comi do bom e do melhor nos melhore e mais caros restaurantes do mundo. E por detrás do pano participei e lucrei nas maiores negociatas que ocorreu no mundo animal. Foi assim que vivi estes últimos vinte e cinco anos esta vida simples.

Intrigado com o que acabara de ouvir, a Anta perguntou ao seu amigo o que ele fazia então ali, naquele pedaço de mata esquecido por Deus.

— Vim aqui por dois motivos. Um, estava com saudades de rever o torrão natal. Queria rever os amigos, o que restou de minha terra, sentir um pouco deste ar que respirei na minha infância. Nasci aqui nestas Matas do Brasil, e além do jeitinho, aprendi também a ter Saudades. Gosto de ver os Jequitibás, os Jacarandás, o Pau-Ferro, o Pau-Brasil. Um ser não pode perder os laços que ligam a sua terra. E depois, eu queria mesmo falar contigo – já que você trabalha na burocracia daqui da Mata, poderia dar uma adiantada em um processo meu? Preciso de um carimbo num formulário para dar entrada no protocolo e garantir meu novo passaporte diplomático. Não se preocupe que eu sei lembrar bem dos amigos e posso garantir desde já uma promoção para sua carreira e uma vaga pro seu filho na Universidade dos Predadores.

MORAL da Fábula: Moral? Perguntem para Nietzsche e depois me contem…

Santo de Casa e os Milagres

Santo de Casa...

Salvador, 08 de junho de 2008

Essa eu não poderia deixar passar em branco!

Sempre ouvir dizer que "santo de casa não faz milagre". E por conhecer esse adágio que procurei não alimentar muitas esperanças de fazer sucesso na minha cidade natal. E isso é explicado se imaginar que: 01º) Há um bom tempo que eu não moro mais um Valença, Minha residência é Salvador e só vou a Valença para passar não mais do que algumas semanas. 02º) Sempre fui uma pessoa tímida (podem acreditar!) e nunca fui de mostrar meus textos para os outros. Só agora, com o blog, eu mudei um pouco esta característica, embora não tenha divulgado muito o meu blog. 03) Não conheço nem sou conhecido por muitas pessoas da cidade. Exceto meus ex-colegas, ex-professore(a)s, parentes, amigo(a)s e o pessoal do PT local, nunca fui uma pessoa "popular" nem minha carreria seja tão "divulgada" assim para ser reconhecdo pelas pessoas na rua. Acho que estou na fase que pode se dar ao disfrute de passar anônimo na multidão.

Todavia, parece que milagres acontecem. Esta semana, três poemas meus publicados no jornal Valença Agora, de minha cidade natal, figuram dentre as três mais materias mais lidas no jornal on-line: "Borboleta", "Vila Operária de Valença" e "Na Colina do Amparo". E dessas três, "Borboleta" ainda foi bem comentada - principalmente pelas mulheres. Por que será?

"Borboleta", eu imagino que tenha ganho tanta receptividade por conta da proximidade do Dia dos Namorados (cruel ironia!). Sem ser um poema cerebral como outros textos meus (a exemplo de "Sangue das Vinhas"), "Borboleta" tem seus méritos: rimas internas e externas, construção agradável, liguagem franca (e um tanto quanto erótica) e o tema, L'amour, tourjour l'amour! Deve ser por isso.

"Vila Operária de Valença", credito à conjunção do centenário do bairro com o autêntico orgulho bairrista como responsável pela boa acolhida do soneto. A "Vila Operária" sempre foi a Vila dentre os bairro de Valença, possui suas idiossincracias e encantos.

"Na Colina do Amparo" eu não sei o do sucesso: Será por que era também um poema de amor? Será por que evoca um dos pontos turísticos da cidade? Ou foram simplesmente com cara do poema? Até eu estou curioso em saber...

Porém, não reclamo! Se o povo gostou, por que iria eu ser contra? Espero que eles leiam meu blog e comprem meus livros... E que esse sucesso seja um prelúdio, um bom agouro para minha carreira literária.

P.S. E em tempo, outro poema meu, "Floradas" está entre os cinco mais lidos da sessão de poema do jornal, juntamente com os três citados.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Memorandum para Mim Mesmo

Assim que eu arranjar um tempo na minha vida "civil", preciso terminar minha trilogia de contos chamada "Síndromes", a saber:

  1. Síndromes I (Stendhal) - Como o 01º encontro com a "Mona Lisa" em Paris pode ser amedrontador para um jovem brasileiro;
  2. Síndromes II (Estocolmo) - Um caso de amor entre o sequestrado e a sua guerrilheira-captora durante os anos de chumbo;
  3. Síndromes III (Peter Pan) - A eterna adolescência de um escultor.

Na verdade, preciso me lembrar de terminar outros trabalhos, como o conto "Tiamat" e refundir o conto "Réquiem para Mentula" como novela steampunk.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Re-inauguração do Castelo

Só para constar, hoje, dia 03 de junho de 2008, o meu blog passou por uma banho de atualização. Finalmente coloquei a Blogoteca - onde eu poderia indicar os sites e blogs que eu acho interessante. Aproveitei para acrescentar a "foto oficial" do castelo e o brasão, uma lista de livros que eu indico, dei uma repaginada na formatação. Isso, sem manter a elegância habitual. Espero que meu leitores gostem das mudanças.

Só para esclarecer uma coisa: na verdade eu nunca tive nem tenho um castelo (não sei quanto ao futuro se eu virei a ter um). A foto que aparece no meu blog é de uma construção antiga perto da estação de Óstia, em Roma. Foto minha, tirada em fevereiro de 2008.

Blog com cara nova

Blog com cara nova

O blog do escritor Ricardo Vidal, “Castelo do Bardo Celta (www.bardocelta.blogspot.com)” está com cara nova desde o início de junho deste ano. O blog ganhou novas sessões (como uma lista de sites, links atualizado de notícias e indicação de livros) e tornou mais fácil o acesso aos arquivos do blog, deixando a leitura mais agradável e oferecendo mais serviços para os visitantes do “Castelo”. Também ganhou nova decoração, como as capas de livros com textos de Ricardo Vidal e fotos da sua viagem a Roma e Florença, tudo isso sem perder a elegância retrô. O blog existe desde outubro de 2005 e contem poemas, artigos (inclusive os publicados pelo Valença Agora) e confissões sobre seu cotidiano de escritor e formando em Letras/Inglês.

Ricardo Vidal, 30 anos, é escritor. Autor do livro “Estrelas no Lago”, ele foi duas vezes premiado como Menção Honrosa pela Academia de Letras do Recôncavo (ALER) e foi 03º lugar no concurso literário da Revista Iararana. Está concorrendo no Concurso de Contos do Banco Capital, com o livro (inédito) “Polígonos: Contos & Estórias”. Também possui textos publicados antologias de poesia e contos. Ricardo Vidal é formando em Letras/Inglês pela UNEB-Salvador, onde está escrevendo sua monografia sobre o erotismo nos contos da franco-americana Anaïs Nin.

OUTROS BLOGS: “Blogs” são sites que utilizam de programas que permitem uma atualização mais rápida e dispensam conhecimentos avançados de webdesign. Além de Ricardo Vidal, outros escritores valencianos também usam a “blogosfera” para divulgarem sua produção pela internet. Os poetas Ângelo Paraíso Martins e Aécio Flávio possuem, respectivamente, os blogs “Poesia & Prosa” (http://paraisomartins.zip.net) e “A Casamata” (http://kasamatta.blogspot.com). Outro interessante blog é o escrito por Isaías, “Metamorfose Ambulante” (www.interrogaivos.blogspot.com). Membro da ALER e articulista do nosso jornal, Araken Vaz Galvão mantém seu blog de prosa http://arakenvaz.blogspot.com. O programa radiofônico “Alacazum: Palavras para Entreter”, capitaneado por Celeste Martinez, também possuem seu blog: http://alacazum.blogpost.com.

Blog do escritor Ricardo Vidal ganha melhorias

Blog do escritor Ricardo Vidal ganha melhorias

O blog do escritor valenciano Ricardo Vidal, “Castelo do Bardo Celta (www.bardocelta.blogspot.com)” está com cara nova desde o início de junho deste ano. O blog ganhou novas sessões (como uma lista de sites, links atualizado de notícias e indicação de livros) e tornou mais fácil o acesso aos arquivos do blog, deixando a leitura mais agradável e oferecendo mais serviços para os visitantes do “Castelo”. Também ganhou nova decoração, como as capas de livros com textos de Ricardo Vidal, tudo isso sem perder a tradicional elegância retrô.

Ricardo Vidal, 30 anos, é escritor. Autor do livro “Estrelas no Lago”, ele foi duas vezes premiado como Menção Honrosa pela Academia de Letras do Recôncavo (ALER) e foi 03º lugar no concurso literário da Revista Iararana. Também possui textos publicados antologias de poesia e contos. Ricardo Vidal é formando em Letras/Inglês pela UNEB-Salvador. Mantém o blog literário “Castelo do Bardo Celta” (www.bardocelta.blogpost.com)

OUTROS BLOGS: “Blogs” são sites que utilizam de programas que permitem uma atualização mais rápida e dispensam conhecimentos avançados de webdesign. Além de Ricardo Vidal, outros escritores valencianos também usam a “blogosfera” para divulgarem sua produção pela internet. Os poetas Ângelo Paraíso Martins e Aécio Flávio possuem, respectivamente, os blogs “Poesia & Prosa” (http://paraisomartins.zip.net) e “A Casamata” (http://kasamatta.blogspot.com). Outro interessante blog é o escrito por Isaías, “Metamorfose Ambulante” (www.interrogaivos.blogspot.com). Membro da ALER, Araken Vaz Galvão mantém seu blog de prosa http://arakenvaz.blogspot.com. O programa radiofônico “Alacazum: Palavras para Entreter”, capitaneado por Celeste Martinez, também possuem seu blog: http://alacazum.blogpost.com. Outro blog, de notícias sobre Valença e região, é o “Tolerância Zero” (www.costadodende.blogspot.com), do jornalista Ari Jones.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Borboleta

Borboleta
(para Elisabete P. Barbosa)

Salvador, 23 de julho de 2005 (18h09)

Quisera ser um beija-flor para deitar em tua rosa,
Formosa renda de sonhos de amor.
Quisera ser a falena que entra em tuas primícias,
Malícia de mulher e fogo de flor.

Quisera estar deitado em teu sedoso leito,
Perfeito ninho para amar.
Quisera estar nadando em teus cabelos,
Anelos de gueixas a cantar.

Quisera ser mago das lendas de teus olhos,
Escolhos onde sonho naufragar.
Quisera estar nos teus lábios cor de carmim,
Rubim doce que desejo beijar.

Quisera dar-te os sete reinos doirados da lua,
Princesa de doce servir;
Quisera dar-te os noves tesouros do arrebol,
Sol rubro que a sorrir.

Quisera dar-te todos os sonhos e desejos,
Arpejos das harpas e oboés celestiais;
Quisera ser o escravo de teu prazer,
Acordar de orgasmos matinais.

Quisera ser teu homem, herói e Deus,
Teus sonhos e tua paixão.
Por isso que te dou meus lábios e poemas,
Meu amor e meu coração.

********************

Publicado no Valença Agora (http://www.valencaagora.com/x/b/bs.php?bl=1&menu=1529)

Biblioteca do Bardo Celta (Leituras recomendadas)

  • Revista Iararana
  • Valenciando (antologia)
  • Valença: dos primódios a contemporaneidade (Edgard Oliveira)
  • A Sombra da Guerra (Augusto César Moutinho)
  • Coração na Boca (Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo)
  • Pelo Amor... Pela Vida! (Mustafá Rosemberg de Souza)
  • Veredas do Amor (Ângelo Paraíso Martins)
  • Tinharé (Oscar Pinheiro)
  • Da Natureza e Limites do Poder Moderador (Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos)
  • Outras Moradas (Antologia)
  • Lunaris (Carlos Ribeiro)
  • Códigos do Silêncio (José Inácio V. de Melo)
  • Decifração de Abismos (José Inácio V. de Melo)
  • Microafetos (Wladimir Cazé)
  • Textorama (Patrick Brock)
  • Cantar de Mio Cid (Anônimo)
  • Fausto (Goëthe)
  • Sofrimentos do Jovem Werther (Goëthe)
  • Bhagavad Gita (Anônimo)
  • Mensagem (Fernando Pessoa)
  • Noite na Taverna/Macário (Álvares de Azevedo)
  • A Casa do Incesto (Anaïs Nin)
  • Delta de Vênus (Anaïs Nin)
  • Uma Espiã na Casa do Amor (Anaïs Nin)
  • Henry & June (Anaïs Nin)
  • Fire (Anaïs Nin)
  • Rubáiyát (Omar Khayyam)
  • 20.000 Léguas Submarinas (Jules Verne)
  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Jules Verne)
  • Manifesto Comunista (Marx & Engels)
  • Assim Falou Zaratustra (Nietzsche)
  • O Anticristo (Nietzsche)