Surreal Delírio
Valença, 23 de julho de 1996
Estive onde a música
Cai como tempestade de estrelas, Mas a beleza de teu esculpido desejo
Dentre serras e beijos,
Fadas e coqueiros tragava-me
. em alegria,
Quão fecundo era o teu amor!
Nossos amor, paixão, carne doce
Se resvalando no altar em que nossas juras
Fingem-se um Vento burlando
As faces róseas das gazetas em flor,
Num triste bailado nas campinas púrpuras.
Vagas luminosas, Teares acesos pela chama
Do General Ludd em nova Roma da Modernidade.
Beijos de patos dentre brigas de gansos ,
Cores de formas de luares do teu
. rosto
. quente
. e
. vago…
Vestimenta de Arte,
Armorial neerlandês a explodiam como cerejas
E Fogos Chineses de um sombra na trevas,
Amarga e solitária.
……………………………………………………………
Uma árvore verde,
Teu nome esculpido a sangue
Relembra a mísera dama
Que do leito do Mondego
Foi encontrar a eternidade no palácio do Rei.
Teu rosto pintado à lágrimas
De uma aquarela invisível e muda.
Meus versos cheiravam a mel,
Claro e viscosos. Vivo.
Mel doce como Visões dardejantes
E almas alegres a bailar,
A bailar pelo azul horizonte esmeraldino.
Dançando uma música insana,
No qual uma orquestra de cigarras, desafinada – longe
Muito e longe que só um pulsar quase mudo chega
–Abraços de anos-luz pelo vazio cósmico do universo–
Embala violinos de guerra
Com explosões monótonas…
São os Sois de um novo Waterloo,
O Amanhecer nas Costas da Normandia 1944.
Sobre um Goethe suicida clama Santiago (o pastor–alquimista):
“Às Pirâmides do Egito!” “Quatro Séculos de trevas e luz”
Vinte mil léguas submarinas de distância
Separam a América de suaa Felicidade,
E Cinco Milhões de Dólares: O Homem, de seu espírito.
E um raio de sol encantado
Refrata–se em um sorriso louco. Enigmático.
………………………………………………………………
Elétron–volts de poesia pós–moderna.
Força magna de crateras
Mortas de um vulcão corso.
E as vozes escarlates de sapos
Que, nas charnecas, nas penumbras,
Pergunta por ti, Ó velho Ossian – o precito,
O Anunciador da Renascença
Em que os antigos heróis voltam das tumbas
E digladiam pela ancestral Ilha escondidas nas Brumas,
… Avalon! Avalon do Estandarte do Dragão!
Avalon dos Druidas e da Senhora do Lago!…
………………………………………………………………
Uma mão flana na multidão de versos,
Escritos nos Abismos da Loucura e do Oceano.
São versos azuis como o Sol,
Doces como Baudelaire,
Macios como a frigidez dos nórdicos,
Gráficos como as invenções da Arcádia
Estranhos como sonetos
Arquitetados no Bauhaus de Weimar.
Vogando pelo gelo do Volga,
A velha Guarda aguarda
A volta do relógio e da Esfinge.
………………………………………………………………
E a música, subindo,
subindo,
Sublimado pelo êxtase da essência humana,
Carrega aos píncaros do Ipiranga
O clarão mórbido das batalhas
sobre uma negra mortalha,
A Fênix renasce
… E VOA,
ALTO,
Alto como a alma humana
Até sobrepujar a sombra da lua
e voltar,
. descer suave,
E repousar nas páginas
. de um poema,
E esquecendo as vertigens da poesia
Selvática e estridentes, relaxa os olhos
Para dormir o sono sossegado dos justos
E das criancinhas inocentes e ingênuas..