O Farol e o Mar
(à Srta. Eridan Santiago Matos)
As ondas e o penhasco se abraçavam com volúpia
Enquanto o farol, impassível, mirava o infinito.
Gigante de granito e eletricidade; guarda imortal
Das tormentas, das trevas, dos ventos e das marés;
O farol resplandecia.
As sereias e os tritões ascendiam as ardentias nas vagas
E as estrelas no horizonte conversavam com o farol.
Os peixes, melancólicos, passeavam pelas sendas do oceano.
O orvalho e a maresia se confundiam plenamente.
O mar estava calmo.
O mar, a natureza o criou líquido. E criado,
Mãe e berço foi dos seres vivos e da própria Vida.
O farol, os homens o planejaram e ergueram sólido
Para a proteção e guarda das rotas e das naus.
Mas ambos eram um só.
O farol, com sua luz intermitente, ao mar beijava
E o mar, com suas ondas macias, acariciava seus alicerces.
Ao farol, o mar devia sua segurança e proteção.
Ao mar, o farol devia sua existência e função.
Ambos se amavam.
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Assim como na natureza é a vida e o amor,
Quando duas almas diferentes se encontram.
Tese e antítese, ambos se complementavam;
E juntos, constróem sua existência conjunta,
Em perfeita síntese.
(publicado nos livros "Estrelas no Lago" e "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 08")
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