Sua Majestade, O Bardo

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Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

terça-feira, 23 de julho de 2013

A Quinta Profecia

A Quinta Profecia

Valença, 16 de julho de 2013 (04h51AM)

Desculpe-me, mas não há vinho que resista
A Fernando Pessoa(s), depois das duas da manhã.
Mesmo que todas as ninfas estejam nuas
E esperando-me no leito,
Mesmo que todas as penas estejam alinhadas
A espera da inspiração,
Mesmo que todas as canções se enfileiradas
A espera da ordem de batalha,
Mesmo que todas as ideologias conspirem
A espera do arrebol,
A vida é um sonho doce que expulsa as tempestades.
A aurora está próxima 
E pinta de escarlate as utopias.
E por mais que as estrelas
Digam de revoluções e flores,
Ainda o gosto azedo do orvalho
Rasga o véu de um poema misterioso
Que instiga cruza o cabo Bojador.
Há um poema de Caierio, de Campos, de Reis,
E d'outros espectros semi-criados
Que nenhum centauro de fogo decifra.
E ainda assim leva as Pessoa(s)
A cruzarem um outro pilar de Jachin e Boaz.
Há mais mistérios e verdades
Sobre a ponte atlântica, que faz do rio Una
Um mar lusitano a receber todas as naus.
E o Tejo, irmão aquífero,
Abres-e em um grande abraço costeiro 
E vai derramando, derramando estas lágrimas de sal.
Então os heterônimos se levantam do tribunal além do tempo, 
E conclama ao gozo e reflexão.
E dessa verdade ctônica, observa-se
Os Leviatãs de gelo com suas várias espadas;
As Insônias amargas com suas tábuas da Leis;
OS novos Moisés a trazer poemas do Sinai;
As respostas para todas as utopias universais.
E sobre elas, uma estrela rouca paira nas consciências
Surge a vontade louca de se abrir os mares.
Mais do que todas as prosas,
Surge este poemas indecifráveis que prometem
Auroras e Alegrias e Levantes.
Surge uma ilha Baratária além do firmamento
Onde os anjos de fogo e fúria
Plantam sua morada com suas trombetas,
Enquanto os vinhos negros fecundam a felicidade.
Ah, auroras escarlates e cheias de vinho,
É dessa escola pagã que nascem as revoluções
E cortam o espaço com cometas e sonhos,
Colonizam corações com desejos e esperanças
E, como um farol negro na Eternidade,
Florescem rosas biancas tão forte,
Ressuscitam o Pessoa(s) em nossos corações,
Como uma outra aurora possível...

sábado, 20 de julho de 2013

Balada dos Sonhos e Utopias

Balada dos Sonhos e Utopias
(Estação Poesia I)

Valença, 20 de julho de 2013 (01h23 AM)


Sonhos de todas as treze estrelas,
Sonhos de todos dos treze delírios,
Sonhos de todas as treze fadas,
Sonhos que é a lua triste dos poetas
Nascendo no cantos víneos dos loucos.
Sonhos que fecundam doce e acidamente
As maravilhas do âmbar cinzento.
Sonhos que nascem das melodias grafite
E dizem dos pântanos cinza da Aurora;
Sonhos herméticos e assimétricos rompeando 
Dos quasares metafísicos de Marcelo Gleiser,
Sonhos que fundam Impérios e Utopias no infinito,
Sonhos que riscam a Inquisição medíocre do mapa
Para trazer o sorriso colorido da Liberdade;
Sonhos amarelos e amargos do luar boêmio.
E que nas cantigas dos bardos tupis,
Rasgam o vermelho revolucionário da esperança.
Sonhos que pintam a realidade com dureza
E que, nem com o aço de Stálin,
Forçam as portas kafkanianas da Lei.
Sonhos de uma estação gastronômica
(poesia de pratos e temperos harmônicos)
Que entram por uma casa verde
Para devorar as texturas dos queijos,
Sonhos de Engenharia, Jurisprudência e Amizade,
Que, na verdade profética dos vinhos,
Reconstróem a esperança humanística dos poemas.
Sonhos de um Direito que é a porta esquerda 
Por onde o povo ascende à cidadania plena.
Sonhos que funda liberdades e desejos
E que, na poesia noturna das rua,
Implodem as amarras burguesas da auroras
E instauram os desejos secretos da Humanidade Livre.
Sonhos e desejos, utopias vivas da realidade....

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Balada do Anjo Exterminador

Balada do Anjo Exterminador

Valença, 13 de julho de 2013

Não sei o que querem os arcanjos,
com suas asas de morfina e éter
E que pregam a Inquisição.
Só sei o que quer a Vida,
Só sei o que quer a Alma
(no seu cortejo carnavalesco)
aprendeu nas crônicas tupi-guarani de Galvão :
pequenos príncipes sem malícias,
os asteroides de plumas e alegrias,
as meretrizes doiradas e apaixonadas
os deuses revolucionários forjados nas ruas.
Quer o sacrossanto orgasmo ébrio das fadas
e o Sol noturno dos Elfos e Centauros.
Quer uma poesia nova e dura 
feita do vinho azul da Lua Nova,
Quer banquetes e bacanais sob as palmeiras,
Quer os sonetos ctônicos de Mustafá,
Quer o Labirinto do Fauno buñuelesco,
(caminhos doces e tortuosos no horizonte)
em que Minotauro já nasça derrotado.
Arcanjo de asas de morfina,
derrubem de teus pórticos esta Inquisição hipócrita
e faça no Hipódromo de Constantinopla
outra revolução mágica da esquerda sexual.
Façamos da Vida um teatro sem Vampiros,
com Índios galgando o Monte Castelo
para que as flechas derrubem a Mentira.
Arcanjos, arcanjos nossos de cada dia,
libertemos esse Lobisomem da Aurora
e deixe-o devastar a sociedade burguesa.
O Mundo precisa de novos jardins vermelhos
onde floresçam treze estrelas rubras e rosas biancas.
Arcanjo, deixe que meu coração lavre as valas
e, como um Mayakóvsky reencontrado nos Trópicos,
plantarei mais treze auroras, mais treze epifanias
nas searas furta-cor de Valença,
para que o rio Una, com suas ninfas filhas de Beauvoir,
distribua minhas bençãos e visões,
e como um Leviatã feroz e vingador,
o rio Una esmague Impérios e Dogmas.
Arcanjo profano de asas de Morfina e Éter,
é com a Aurora vermelha de treze Estrelas
que quero fundar uma novo sonho,
o sonho escarlates das Utopias nunca vencidas
E vencedora de todas as Inquisições e Hipocrisias....

domingo, 7 de julho de 2013

Serenata (não tão) Sintética

Serenata (não tão) Sintética

Valença, 20 de junho de 2013

Na sacada,
saquei
da sacola
violeta
A viola
enluarada,
para ensacar
visceralmente
A Lua
enamorada.

Balada dos Mestres

Balada dos Mestres

Valença, 19 de dezembro de 2012

Poesia de todas as noites
nativas,
nervosas,
navegantes;
Poesia de todos os erários
errantes,
erráticos, 
rastejantes;
Poesia nossa e necessária, 
fortuita,
roubada de um anelo de Zé Inácio,
furtada de uma canção de Vínicius
Que se transforma numa
Elegia eleita de Drummond,
és pedra perene em todos os caminhos de Bilac. 
Poesia noite grande, noigrandes,
sem matéria, sem métrica, sem messe
Nesses campos augustos 
e haroldos de Pignatári.
Poesia bandeira, 
poesia www.castro.alves.ba
que é colhida madura e jovem,
como um soneto de Mustafá 
rosembergueando
dentre as moças em flor-fada.
Poesia arlequim, prismática;
Poesia exponencial de Fernando, o Pessoa(s)
- heterônimo cíclico e ciclópico 
que reina em campos caeiros - 
É no hermetismo galego-lusitano 
da Bela Flor Espanca
que se nutrem luxuriosamente
os Otávios & Motas & Amálias & Grimaldis.
Poesia prosaica, poética prosa
Que Vaz como um Galvão arakenesco,
É a fada verde que encanta a morte
Em perpétuo socorro alfrediano-neto
Nessa viagem sem fim e sem volta
da Poesia sempre, infinita poesia.... 

Biblioteca do Bardo Celta (Leituras recomendadas)

  • Revista Iararana
  • Valenciando (antologia)
  • Valença: dos primódios a contemporaneidade (Edgard Oliveira)
  • A Sombra da Guerra (Augusto César Moutinho)
  • Coração na Boca (Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo)
  • Pelo Amor... Pela Vida! (Mustafá Rosemberg de Souza)
  • Veredas do Amor (Ângelo Paraíso Martins)
  • Tinharé (Oscar Pinheiro)
  • Da Natureza e Limites do Poder Moderador (Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos)
  • Outras Moradas (Antologia)
  • Lunaris (Carlos Ribeiro)
  • Códigos do Silêncio (José Inácio V. de Melo)
  • Decifração de Abismos (José Inácio V. de Melo)
  • Microafetos (Wladimir Cazé)
  • Textorama (Patrick Brock)
  • Cantar de Mio Cid (Anônimo)
  • Fausto (Goëthe)
  • Sofrimentos do Jovem Werther (Goëthe)
  • Bhagavad Gita (Anônimo)
  • Mensagem (Fernando Pessoa)
  • Noite na Taverna/Macário (Álvares de Azevedo)
  • A Casa do Incesto (Anaïs Nin)
  • Delta de Vênus (Anaïs Nin)
  • Uma Espiã na Casa do Amor (Anaïs Nin)
  • Henry & June (Anaïs Nin)
  • Fire (Anaïs Nin)
  • Rubáiyát (Omar Khayyam)
  • 20.000 Léguas Submarinas (Jules Verne)
  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Jules Verne)
  • Manifesto Comunista (Marx & Engels)
  • Assim Falou Zaratustra (Nietzsche)
  • O Anticristo (Nietzsche)