Sua Majestade, O Bardo

Minha foto
Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

domingo, 10 de janeiro de 2016

Capela no Canavial

Capela no Canavial
(para o Padre Edegard Silva Junior​)

BR 324; 10 de janeiro de 2016

No mar açucarado e verde do canavial,
(Quase escondida da estrada vizinha)
Erguia uma humilde e velha capelinha
Coberta de suavidade, musgos e cal.

Às vezes passava célere como vendaval,
Enquanto pegava um ônibus de linha.
Outras, em um carro lento eu vinha.
Mas sempre via a capelinha sem rival.

Ela surgia como um convite à oração,
Quando, banhada pelo sol do Poente,
Irradiava fortes vermelhos e devoção.

Era um farol de paz ao errante peregrino,
Pois instigava a crença e a fé mais fremente.
Essa capela[1], com sua aura e fulgor divino.
P:.




[1] Logo quando eu fui morar em Salvador (em 1996), havia uma fazenda de cana na BR 324 – creio eu pertencente a uma Usina. Nessa fazenda se via uma capela no meio no mato, em cujo lado crescia uma árvore. A imagem bucólica sempre encantava e algumas vezes tentei fotografá-la no carro. Com o passar do tempo (e, imagino eu, com falta de uso) a capela foi perdendo telhado até ser demolida. Mesmo assim, a imagem ainda ficou na memória.

Senhor dos Passos na Estrada

Senhor dos Passos na Estrada (Rapsódia)

BR 101 / BR 324; 10 de janeiro de 2016

I
O que me dirá a estrada, com suas léguas ligeiras?
Passa boi, passa boiada,
Passa ônibus de passageiro,
Passa caminhão Mercedão,
Passa Volkswagen popular, 
Passa até fantasma de carroça.

Passa flor esquecida na cerca,
Passa curral cercado de cavalos,
Passa moça triste na janela,
Passa casa de luz de vermelha,

Só não passa meus desejos…

II
Quisera eu ser apenas caminhante,
A seguir em direção ao horizonte.

Colher o orvalho nas folhagens
E a orquídea fúcsia das margens.
Quisera Ser companheiro das aves migratórias,
Como comer vento e beber léguas.
E mais tarde, deitarei sobre minhas pernas
Que continuarão andando através do luar.

Quisera aprender a deixa para trás,
Porque só o em frente importa e dá rumo à Vida.

III
Mas a vida não é só estrada.
O poema segue sua trilha e passa,
Enquanto o leitor agora para.
Despede-se com um aceno na próxima curva da página em branco…

Biblioteca do Bardo Celta (Leituras recomendadas)

  • Revista Iararana
  • Valenciando (antologia)
  • Valença: dos primódios a contemporaneidade (Edgard Oliveira)
  • A Sombra da Guerra (Augusto César Moutinho)
  • Coração na Boca (Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo)
  • Pelo Amor... Pela Vida! (Mustafá Rosemberg de Souza)
  • Veredas do Amor (Ângelo Paraíso Martins)
  • Tinharé (Oscar Pinheiro)
  • Da Natureza e Limites do Poder Moderador (Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos)
  • Outras Moradas (Antologia)
  • Lunaris (Carlos Ribeiro)
  • Códigos do Silêncio (José Inácio V. de Melo)
  • Decifração de Abismos (José Inácio V. de Melo)
  • Microafetos (Wladimir Cazé)
  • Textorama (Patrick Brock)
  • Cantar de Mio Cid (Anônimo)
  • Fausto (Goëthe)
  • Sofrimentos do Jovem Werther (Goëthe)
  • Bhagavad Gita (Anônimo)
  • Mensagem (Fernando Pessoa)
  • Noite na Taverna/Macário (Álvares de Azevedo)
  • A Casa do Incesto (Anaïs Nin)
  • Delta de Vênus (Anaïs Nin)
  • Uma Espiã na Casa do Amor (Anaïs Nin)
  • Henry & June (Anaïs Nin)
  • Fire (Anaïs Nin)
  • Rubáiyát (Omar Khayyam)
  • 20.000 Léguas Submarinas (Jules Verne)
  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Jules Verne)
  • Manifesto Comunista (Marx & Engels)
  • Assim Falou Zaratustra (Nietzsche)
  • O Anticristo (Nietzsche)