Sua Majestade, O Bardo

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Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ultimo Post de 2009

Não a última crônica de Fernando Sabino ou o último poema de Bandeira. Não. Não quero escrever nada aqui (e agora) como se estivesse escrevendo a última página do livro. Mas o ano de 2009 se acaba e em breve irei viajar para Dom Macedo City. Por isso quero deixar este post no meu blog, um pouco como valanço, um pouco como uma mensagem boiando numa garrafa.
No geral, 2009 foi um ano bom. Trabalho, Literatura, Amor, Faculdade, tudo isso eu termino o ano com saldo positivo. Estou empregado, trabalhando como Designer. Ganhei outra menção honrosa na ALER, meu nome foi citado nos livros de Renata Belmonte e Eliana Mara e participei das primeiras Ocupações Culturais e da Bienal de Livros da Bahia. Estou amando minha atual namorada. E a formatura está próxima. Talvez, eu tenha que dizer que perdir um pouco aquele tempo de ficar mais comigo, pensando nos meus textos. E também tenha que deixar para o meado de 2010 a publicação de meu próximo livro. Que fazer?
Do blog, basta ver o número de visitas e os lugares que eles vieram nos ler. Austrália, Moçambique, Cabo Verde, Índia, França, Espanha, Portugal, EUA, Rússia... Sucesso? Talvez... Sim. Ou não! Com certeza, alguém mais me leu...
Mas é isso aí. 2010 vem pela frente, como uma caixinha de surpresas. Não me é dado conhecer o futuro (apesar de Rimbaud achar que o poeta é um vidente...). Mas, pelo menos podemos sonhar com um ano que seja de Paz, Properidade, Sucesso, Saúde e Sossego. Talvez seja isso que queria dizer neste último post: Feliz Ano Novo!
PT Saudações,
-------------- fim da transmissão --------------------

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Literatura do Vazio


Pesquisando na internet, achei esta tira do Angeli. Em parte, sinto como na primeira metade da tira. Só não quero chegar ao ponto de concordar com a segunda metade dela...
Fico pensando em a Senhorita B diria desta tira...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

blog


Quem diria, meu blog acessados por Americanos e .... Russos! Imagine se isso tivesse acontecido durante a Guerra Fria...
03 de dezembro de 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Especial para Lemos e Relemos

Especial para Lemos & Relemos

Ricardo Lemos – Jornal Valença Agora

POETA PREMIADO 01

A carreira literária de Ricardo Vidal, 31 anos, continua ascendente. Pela terceira vez consecutiva, ele ganhou a menção honrosa no Concurso de Poesia da Academia de Letras do Recôncavo (ALER). A cerimônia foi realizada em Nazaré, no dia 07 de novembro passado e na ocasião, a poetisa Amália Grimaldi também ganhou a menção honrosa no concurso. Segundo informação de um dos membros do júri, dois poemas de Ricardo Vidal foram escolhidos para menção honrosa. Contudo, como o regulamento prevê que não se pode acumular prêmios, só o poema “Estrela de Nove Meses”, de sua autoria, foi escolhido.

POETA PREMIADO 02

Ricardo Vidal também teve o poema “Sangue das Vinhas” escolhido para participar da 6ª edição do “Panorama Literário Brasileiro – Poesia”, editada pela editora carioca Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBjE) e reune os melhores poemas publicadas no ano. Em junho e julho deste ano, Vidal publicou poemas e contos nas antologias da CBjE. Dentre os textos, além do premiado, há um conto dedicado às lendas sobre a construção da igreja de N. Sra. do Amparo.

Salvador, 09 de novembro de 2009

Assessoria de Imprensa de Ricardo Vidal

O Outro Aniversario de Valenca

O Outro Aniversário de Valença

Ricardo Vidal

Escritor, formando em Letras pela UNEB e Designer gráfico da ASCOM-Secretaria de Saúde do Estado da Bahia

Todos os anos, no dia 10 de novembro, a cidade de Valença comemora o seu aniversário. A proximidade com a festa de Nossa Senhora do Amparo, padroeira dos operários e co-padroeira da cidade, faz com que a festa fica mais animada, com a junção do sentimento religioso com o cívico. Contudo, seria esta verdadeira data de aniversário do município de Valença?

Existe o costume, no Brasil, de associar o aniversário da cidade com sua emancipação e elevação a condição de cidade. Atualmente, quase toda sede de município possui esta condição. Contudo (principalmente no passado) isso não era regra. Muitos municípios brasileiros surgiram com sua sede na condição de vila, como prova as histórias de Valença e Cairu.

Conforme lembram os professores Edgard Oliveira e Waldir Freitas, o povoamento da região de Valença é um dos mais antigos. Já por volta de 1550 existia um povoado às margens do Rio Una, fundado por Sebastião de Pontes. Dependente da Vila e Município de Nossa Senhora do Rosário de Cairu, o povoado do Rio Una não logrou a se manter por muito tempo, pois a prisão de Sebastião de Pontes fez com estas terras ficassem a mercês dos belicosos índios gueréns e os moradores acabaram povoando as ilhas de Tinharé, Cairu e Boipeba. Só com a pacificação e escravização dos índios que as terras de nossa cidade voltaram a terem residentes. Contudo, permanecia a vinculação política e religiosa à Cairu.

Somente em 1799 que Valença foi desmembradas à Cairu, com a criação em 10 de julho Vila e Município de Nova Valença. A paróquia do Sagrado Coração de Jesus surgiu em 1801, rompendo assim os últimos laços com o nosso vizinho. Nossa Câmara de Vereadores foi fundada nesta época, que votou o “Código de Posturas Municipal”, tataravô de nossa atual Lei Orgânica do Município. Isso tudo OCORREU ANTES de 1849. Ou seja, como ente político-administrativo da Bahia, o município de Valença já existia 50 anos antes! Tanto que nossa cidade participou com delegados à Câmara de Cachoeira no processo que culminou com o 02 de Julho e a consolidação da independência brasileira na Bahia em 1823.

Com a chegada da primeira fábrica de tecido em 1845 (cujo de modelo de gestão era revolucionário para o Brasil da época, já adotando alguns princípios de socialismo utópico de Robert Owens), o prestígio político de Valença aumentou a ponto de ser elevada a cidade em 10 de novembro de 1849. Devido a isso é que ficou esta data como o dia de nossa cidade, em lugar do dia 10 de julho.

Prof Edgard Oliveira já havia alertado para este fato em artigo publicado no jornal Infolha nº 24 de novembro de 2007. Como a tradição já foi estabelecida e a proximidade com a festa do amparo e de nascimentos do Barão de Uruguaiana e Conselheiro Zacarias, não seria conveniente abandonar o 10 de novembro como grande data cívica de Valença. Contudo, seria uma justiça histórica que os nossos vereadores não deixassem a outra data importante para Valença, o 10 de julho, no esquecimento, elaborando e promulgando uma lei que a declarasse como umas das datas festivas de Valença. Afinal, um lugar lindo e altivo como a nossa Valença, que neste de 2009 comemora 160 anos de cidade e 210 anos de municípios merece e precisa resgatar sua memória…

Bibliografia

OLIVEIRA, Waldir Freitas. “A industrial cidade de valença”. Um surto de industrialização na Bahia do século XIX. Salvador; Centro de Estudos Baianos da Universidade Federal da Bahia, 1985

OLIVEIRA, Edgard Otacílio da Silva. “Valença: dos primórdios a contemporaneidade”. Salvador: Secretaria de Cultura e Turismo, 2006

Anedotas do Conselheiro e do Barao

Anedotas do Conselheiro e do Barão
A primeira quinzena do mês de novembro sempre foi motivos de festa para Valença. A primeira semana é o novenário que culminará com a festa de Nossa Senhora do Amparo, celebrado no dia 8. Já o dia 10 é o aniversário da elevação de Valença a condição de Industrial Cidade, ocorrido em 1849[1]. Mas a primeira quinzena de novembro também possui outros motivos de orgulho para valencianos, pois foi nos dias 03 e 05 nasceram, respectivamente, o Barão de Uruguaiana e o Conselheiro Zacarias.
Ambos nasceram em Valença no início do século XIX, antes da independência do Brasil e se destacaram como políticos ímpares,­ sendo que os dois chegaram à condição de conselheiros do império, senadores e primeiro-­ministros do Império do Brasil. Também foram maçons.
Ângelo Moniz da Silva Ferraz, barão com grandeza de Uruguaiana, nasceu em Valença / Bahia em 1812. Diplomado em Direito e militar de carreira, presidiu o gabinete de 1859, pelo partido Conservador. Mais tarde passou para o partido Liberal. Durante a Guerra do Paraguai, foi ministro da Guerra no segundo gabinete do Conselheiro Zacarias. Participou da rendição do Gen. Estigarriba em Uruguaiana como ajudante-de-ordens do imperador Dom Pedro II, o que lhe viria a justificar seu título nobiliárquico.[2]
Zacarias de Góes de Vasconcelos nasceu em Valença / Bahia em 1815. Formando em Direito pela Faculdade de Olinda (onde foi professor mais tarde), foi presidente das então províncias (e atuais estados) de Piauí, Sergipe e Paraná (seu primeiro presidente, logo após a criação da mesma em 1853). Foi um dos três únicos brasileiros a ocupar a cargo de primeiro-ministro três vezes. Um dos fundadores da Liga Progressista (de liberais e conservadores de centro), mais tarde entrou para o partido Liberal. Conselheiro Zacarias também foi escritor, autor do livro de filosofia política “Da Natureza e Limites do Poder Moderador”, do Manifesto do Centro Liberal, Programa do Partido Liberal e de discursos.
ANEDOTAS – Apesar das suas memórias estarem esquecidas atualmente em nossa cidade, ambos foram grandes figuras brasileiras de seu tempo. Isso pode ser observado nas anedotas que existiram sobre eles e que foram recolhidas por Humberto de Campo, no livro “Brasil Anedótico” (disponível na internet). Segue alguns delas, como forma de resgatar a memória deles, além de mostrar o lado humano.
SENADORES "BARBEIROS"
Zacarias de Gois e Vasconcelos era orgulhosíssimo e fazia questão de, quando falava, ser ouvido atentamente por toda a casa. Um dia, achava-se ele na tribuna, quando notou que dois velhos colegas, o Barão do Rio-Grande e o Barão de Pirapama, que eram profundamente surdos, conversavam em voz alta, para se entenderem sobre navalhas afiadas. Zacarias parou. E como a interrupção causasse estranheza:
- Estou esperando que os Barões de Pirapama e do Rio-Grande acabem de se barbear!
PATRULHA POLÍTICA
Ângelo Moniz da Silva Ferraz, O Barão de Uruguaiana, foi, como deputado e senador, um dos oradores mais vigorosos do seu tempo.
Eleito pela Baía em 1845; dirigia ele uma oposição de três ou quatro deputados, quando, num discurso, exclamou:
- Eu, e o meu partido...
- V. Excia. não comanda um partido, aparteou um deputado governista. - V. Excia. chefia, apenas, uma patrulha!
A frase ganhou curso, ficando Ferraz, até a sua adesão ao partido liberal, com o apelido de "chefe de patrulha”.
Ricardo Vidal

3000 visitas

Fato que não posso deixar passar em branco: Dia 20 de novembro de 2009, feriado da consciência negra, meu blog contou com mais de 3.000 visitas. Uma das páginas mais acessadas é o meu texto sobre Luiz Gama.
Que venha mais 3000 visitantes agora...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Fotos da premiacao ALER 07112009

Depois eu mando faço a resenha da premiação da ALER, em 07 de novembro de 2009, na cidade de Nazaré das Farinhas.
Nas fotos, presença da Sapiranga, Lita Passos, Danilo Evangelista, Almir de Oliveira, Hélio Valadão Sr., Amália Grimaldi e autoridades nazarenas.

Chegou o Windows 7. Deixe seu computador mais simples e fácil. Clique para conhecer.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Meu twitter

Tentei resistir. Não via motivo para escrever textos curtos. Tento ser um tecnorealista e não me deixar levar pelos modismos - usar as inovações tecnológicas quando forem necessárias. Mas a vida é um processo de assimilação e sei lá o quê e quando se vê, já aderiu ao uso de destes gagdets da última estação. Tudo isso só para dizer que já tenho um twitter (http://twitter.com/bardocelta).
Então, recapitulando o que já escrevi no meu twitter:
  1. Possuo perfil no Orkut, Gazzag e Myspace.
  2. Uso o MSN Messenger e já tive u ICQ Number
  3. Tenho um fotolog (quase abandonado)
  4. Possuo um twitter e meu(s) blog(s)
  5. Tenho conta no Google, no Yahoo, no Hotmail e no Youtube
  6. Tenho cadastro na Wikipedia para escrever e/ou modificar os artigos
Falta agora o skipe, o facebook e um celular para que me torne um típico jovem internauta na virada de milênio...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ricardo Vidal ganha terceira menção honrosa no Concurso de Poesia da ALER

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Ricardo Vidal ganha terceira menção honrosa no Concurso de Poesia da ALER

O escritor valenciano Ricardo Vidal, 31 anos, receberá, no próximo dia 07 de novembro, na cidade de Nazaré, a menção honrosa do IV Concurso de Poesia da Academia de Letras do Recôncavo. É a terceira vez seguida que ele ganha este prêmio no concurso da Academia. O poema premiado de Vidal chama-se "Estrela de Nove Meses".

"O que me deixa feliz não é o aspecto da realização pessoal, mas a oportunidade de levar o nome de minha cidade para o mais alto cumes da glória. Isso, em um ano de sucesso: participação na Bienal de Livros, trabalho, etc." Comentou Ricardo Vidal.

A comissão julgadora foi composta pelos acadêmicos Lita Passos, que a presidiu, Danilo Evangelista dos Santos, Judite Barros, Manoel Borges dos Santos e Marilene Oliveira Andrade. Os três primeiros colocados foram Pedro Silva Braz, Yasmim Manatta Camardelli e Antônio Carlos de Oliveira Barreto, respectivamente. A poetisa valenciana Amália Grimaldi também foi agraciada com a menção honrosa.

ANO DE SUCESSO – A menção honrosa veio em um ano produtivo na vida de Ricardo Vidal. Em fevereiro e março, foi um dos artistas que ajudou a organizar as primeiras edições da "Ocupação Cultural". Em abril, participou da Bienal de Livros da Bahia, declamando seus versos na Praça de Poesia e Cordel. Em julho e agosto, teve quatro textos escolhidos para participar das antologias da editora carioca Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBjE), sendo que um dos textos evoca as lendas da construção da Igreja de Nossa Senhora do Amparo. Além disso, está escrevendo seu segundo livro, que deverá ser lançado no meio do ano que vêm.

No plano de pessoal, trabalhou na Secretaria de Educação do Estado da Bahia (na Coordenação de Tecnologia, Novas Mídias e Educomunicação) como Coordenador de Educação Estadual IV durante seis meses. Atualmente trabalha na Assessoria de Comunicação Social da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia como designer. No final do ano concluirá o curso de Letras na UNEB.

Ricardo Vidal publicou em 2004 seu primeiro livro de poemas, "Estrelas no Lago". Participou das antologias "Sensualidade em Prosa e Verso", "Novos Talentos de Contos Brasileiros", "Livro de Ouro do Conto Brasileiro", "Antologia de Contos Fantásticos", "Panorama Literário Brasileiro", "Antologia de Contosi de Autores Contemporâneos" e "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos" (editadas pela CBjE) e "Quase Escritores 1994" (editada pelo Educandário Paulo Freire), além de colaborar esporadicamente com o jornal "Valença Agora" com poemas e artigos. Também mantém o blogue "Castelo do Bardo Celta" (www.bardocelta.blogspot.com) – que já foi visitado por mais de 2.800 pessoas do mundo, inclusive por norte–americanos, espanhóis e cabo-verdianos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Tricampeonato Poetico da Academia

Parem as rotativas!!!! Notícia urgente para o Blog!!!
O Sr. Almir de Oliveira, presidente da Academia de Letras do Recôncavo, acabou de me telefonar hoje, dia 19 de outubro, às 08h20 da matina,para me informar que o meu poema "Estrelas de Nove Meses" acaba de ser escolhido como menção honrosa do 04° Concurso de Poesia promovido pela instituição. É a terceira vez que ganho o título, indo para tri-menção!!!
A premiação será em Nazaré (leitores e leitoras do blog, aguardem!), em novembro (depois eu digo a data, tudinho)!!!!!
YABADADOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MAIS DENDE PARA CULTURA VALENCIANA - Carta Aberta

MAIS DENDÊ PARA CULTURA VALENCIANA

(Carta Aberta à Conferência Municipal de Cultura – Valença)

Artistas e Intelectuais de Valença

SaudaçõeS

Nos últimos recebi por e-mail as notícias sobre a Conferência Municipal de Cultura que será realizada em Valença no próximo dia 16 de outubro. Dentre os e-mails, um pedia o apoio à escolha de Adriano Pereira como um dos delegados que representará nossa cidade nas outras conferências mais abrangentes. Infelizmente, não poderei estar na minha cidade e participar deste fórum devido aos compromissos profissionais que tenho aqui em Salvador. Contudo, se eu estivesse aí no dia, uma coisa seria certa – escolheria Adriano como um dos nossos delegados, para que ele ajude a trazer mais dendê para a cultura de nosso município.

Nossa cultura é rica e saborosa como uma boa moqueca de camarão. Possuímos uma história rica que ainda estar por se descobrir. Possuímos escritores e escritoras presentes em academias e nos pódios de concurso que reafirmam uma tradição literária municipal do qual fazem parte nomes como os de Fábio Luz e Conselheiro Zacarias. Possuímos artistas plásticos de renome internacional. Possuímos, ao lado desta cultura erudita, uma cultura popular forte como o sertanejo de Euclides da Cunha ­- mesmo na adversidade e com falta de recursos, ela brilha e resiste sempre. Todavia, a nossa moqueca sofre com a falta de dendê. Falta mais investimentos, articulação entre os poderes públicos (principalmente com o municipal), sensibilidade de que cultura é investimento. Publicação de livros, patrocínio à eventos culturais e apoio a grupos folclóricos é geração de renda, prevenção à delinqüência juvenil, é promoção da cidadania. Falta colocar mais dendê nesta moqueca para ela possa mostrar toda a sua complexidade de sabores.

Para isso que o nome de Adriano surge como dos mais indicados para levar nossas opiniões e reivindicações nas conferências regional e estadual, que serão realizadas mais na frente. Ele é o idealizador e catalisador do projeto "Ocupação Cultural" ­­– que atualmente dá um novo sopro para a vida intelectual da Valença. Ele trafega por entre o mundo do teatro, os domínios da crítica cultural, o universo dos blogues, os altares da escrita. Ele está nas ruas fazendo teatro popular e estar nas academias, discutindo e propondo teorias. Adriano não apenas "faz arte" - ele agita, produz, reflete e transforma a cultura. Sendo ele um intelectual agitador e militante, ele se coloca como um dos mais aptos a levar a "moqueca cultural" de Valença para os debates sobre a cultura baiana e a trazer novas idéias e dendê para nós.

Bem, essa é a palavra que eu gostaria de trazer para vocês. Apesar de morar hoje em Salvador, meu coração ainda está aqui e meus olhos e ouvidos acompanham atentamente nossos jornais e nossas rádios. Na minha literatura eu trago as marcas de quem se criou às margens do Rio Una. Lamento não poder estar nos debates da conferência municipal de cultura. Contudo, endosso o nome de meu amigo e colega intelectual Adriano Pereira.

Nossa cidade possui uma produção cultural vastíssima que precisa se descoberta. Se houver apoio, a cultura de Valença poderá ir além da saborosa moqueca que já produzimos. Temos potencial para uma grande mariscada de poesia, ensaios, polêmicas, teatro, música, debates, folclore, teorias e práticas. Falta colocar mais dendê nela. Adriano Pereira, meu chapa – porque você não vá buscar este dendê nas Conferências Regional e Estadual de Cultura?

Cordialmente

Ricardo Vidal

Escritor valenciano, autor do livro "Estrelas no Lago" e do blog "Castelo do Bardo Celta", participou de diversas antologias da CBjE, 03º lugar no concurso nacional de poesia da revista Iararana e duas vezes menção honrosa no Concurso de Poesia da Academia de Letras do Recôncavo. Graduando em Letras | Inglês na UNEB (campus Salvador)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Concurso da ALER


Amanhã termina o prazo do IV Concurso de Poesia da ALER. Gostaria de estar entre os três primeiros... Mas tenho uma má impressão. Oxalá que um dos meus nove poemas possam (pelo menos) ser aceitos.Agora, não seria engraçado se eu (de novo) ganhar a menção honrosa?
Quem diria que um ano que começou tão bem (pelo menos, na literatura) termine assim, melancólico, igual a um super-herói aposentado...
Câmbio e desligo!

domingo, 20 de setembro de 2009

Fragmentos de um diario - um escritor em crise

Se eu fosse glamurizar a vida de escritor, o que poderia dizer? Que um escritor é alguém famoso, que tira o dia para ficar pensando em algum poema ou capítulo de romance ou cena de teatro, que toda noite é sempre tomada por palestras, vernissages ou noite de autógrafos - tudo regado a um bom vinho e canapés sofisiticados... Que sempre há em seu redor um grupo de pessoas inteligentes que conduzem uma conversa rica e estimulante. Ou que pode viver uma vida sossegada, numa casa confortável e calma; onde pudesse se concentrar para produzir um livro...
Se a vida fosse realmente isso, haveria de ser um paraíso, Mas não é a verdade dos fatos. Ou eu apenas conto alguns momentos luminosos e fulgurantes. No restante do tempo... Vejamos o este meu domingo:
Começo o domigo bem, com insônia. Bastou uma sesta rápida na tardinha de sábado (para digerir TUDO que comi no rodízio de massas) e fiquei acordado desde a 20h00 de sábado. Sento no único computador em que eu trabalho em casa, na sala. De início, já me irrito vendo um vídeo rídículo de lichamento que meu pai DEVE ter copiado do e-mail para guardar no seu Pen-Drive. Meu Deus, um tipo de comportamento brutal que abonimo no ser humano e meu pai achou que "vale a pena" guardar? Lamento que a minha casa é a única cujo computador NÃO SE PODE ter logins separados de acesso. Na cozinha, minha mãe fica costurando até umas 02h00 da madrugada. Então, aquela luzinha chata e o barulhinho da máquina já avisa que ainda não chegou o momento certo para escrever. Às vezes, o periquito surta a fazer barulho. Mais uma irritação que me obriga a postergar o momento de escrever.
Fico bestando Google Earth, saltando de lugares em lugares. Simultaneamente fico baixando alguma música ou uma foto pela internet, para distrair o espírito.
Há algum tempo tenho pensando em dois romances - mas eu preciso de tempo e calma. Preciso seguir meu ritmo de escrita. Mas não dá! Lembro-me da minha monografia atrasada, da mente cansada do emprego, de providências mil que devo tomar com urgência. Queroe screver meu romance, só que alma pesa. Devo obedecer a vida civil e trabalhar na monografia.
Efetivamente só irei escrever mesmo depois que minha mãe for dormir. Mas aí, já fiquei irritado e tenho que perder um certo tempo para entrar no clima. Escrevo algumas linhas na minha monografia, só que o espírito está longe... De vez em quando penso no romance, abro alguma página na internet para relaxar as mãos. Penso no futuro, no concurso de poesia da ALER e vejo que preciso correr - já perdir a inscrição em dois concursos literários este ano e não gostaria de perder mais esse.
A cabeça está tão quente que nem percebo que o dia amanheceu. Minha mãe acorda e abre logo a maldita janela da sala. Pouco depois o periquito de estimação surtar e começar a grita alucinadamente. Pronto, já sei que daqui para frente acabou o sossego para escrever. Minha mãe liga a televisão na cozinha e a máquina de costura. Tento ficar lendo alguma coisa na Wikipedia, mas já não consigo me concentrar mais.
Mais de uma da tarde, minha mãe me chama para almoçar. Pergunta se eu quero almoçar no comida a quilo. Bem, o problema é que meu pai viajou com meu tio para um passeio de moto. E somente assim, nas últimas semanas que eu consigo usar o computador daqui de casa. Não vou e minha mãe então prepara uma farofa de dendê com camarão aferventado. "Grande" almoço... Já não há mais pique para escrever nada. Abro meu e-mail, olho meu perfil no Orkut, entro em um jogo que simula as batalhas da SegundaGuerra Mundial. Alguém acreditaria que uso os jogos bons de computador (jogo complicado, não as besterias como Freecell e Paciência) como uma ferramenta para concentrar e raciocinar melhor o que escreverei? Pois jogo não por brincadeira, para mim - é parte do trabalho.
O vizinho da frente começar a botar música eletrônica. Quer dizer, algo que ele chama de música, porque eo que eu ouço uma repetição monótona e cacónica de batida de estacas sampleadas. Se ele ouvisse para ele próprio, tudo bem. Mas o cretino, além de ter um péssimo gosto músical, ainda colocar alto, para incomodar. E como minha família teve a "brilhante" ideia de transferir o computador para sala... Começo a compreender melhor o Theordor Adorno quis dizer que a tal da regressão do gosto muscal na modernidade.
Mais tarde meu pai e meu tio chegam do passeio de moto. Interrompo o que faço para que meu pai repassem par o computador as fotos que os dois fizeram. Meu pai, como sempre, não sabe mexer direito nas máquinas e demora para colocar as fotos. A mim, só me cabe esperar. Depois de meia-hora eu volto para o computador. Meu tio e meu pai conversam alto. A janela está aberta e o vizinho, volta e mei repetir o mesmo CD de música/tortura eletrônica. O periquito na cozinha faz barulho. Meu tio repete a mesma conversa chata de a administração do PT é ruim, com bases apenas em lugares comuns e pré-conceitos. Barulho, barulho, barulho. Irritação. Quem consegue escrever alguma coisa assim? Principalmente uma monografia, que precisa de reflexão, calma e sossego???
Nisso me lembro do blog, que está desatualizado. Faz alguns meses que não escrevo um poema ou um conto. Preciso tirar o diploma com urgência. Preciso estudar mais sobe designer gráfico. Há os exames de saúde que preiso entregar logo na SESAB. O computador está lento.
Quando se dá conta, são noves hora da noite de domingo. E vizinho continua a ouvir o mesmo bate-estaca chato e alto, irritando mais que Fernanda Young. Minha mãe continua costurando na cozinha e deve levar até a madrugada. Ou seja, mesmo que eu quisesse tentar a estudar, não teria sossego para escrever monografia. Fiquei o dia todo em casa, insone. As refeições foram frugais. O dia foi barulho e irritação, tendo que dividir meu intelecto entre as necessidades da vida civil e a carreira literária.
Amanhã volto à roda-viva do trabalho. E aos meus sonhos de ser um escritor de renome, ter um agente literário que cuide de minha carreira e um sobrado na Ilha de Sark - onde eu residiria e pudesse viver a vida glamurosa de escritor que às vezes acalento...
Vou tomar um banho e ver se depois de 24 horas de acesso eu consigo realmente dormir.

O sucesso do meu brasao

Olhando a quantidade de acessos ao meu blogue, uma coisa eu percebi: Constantemente as pessoas acessam meu blog para visualizar meu brasão (putativo). Parece que as pessoas procuram imagens no Google e vendo meu brasão, esbarram no meus textos. Alguem que acessa meu blog pode comentarisso? Eu agradeceria....
Quem quiser observaresse fenômeno, basta olha na lateral esquerda a quantidade de vezesque o portão do castelo baixou seu portão....

Noticias do Reino de Jambom - Artes

Na mais alta torre do Castelo, a tela do computador está em branco. Nenhum texto novo. Idéias não faltam, mas não há tempo para escrever. Bem, também não há do reclamar: Criar cartazes de agitprop para o governo também é arte e um exercício de criatividade para R Vidal.
Na ficção da vida civil, o trabalho como designer gráfico na ASCOM da SESAB tem me sido gratificante.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Concurso de Poesia 2009 - Academia de Letras do Reconcavo

Aos amigos poetas da Bahia, informo que já está aberto o 04° Concurso de Poesia da Academia de Letras do Recôncavo. No link http://www.aler.org.br/concurso_principal.htm está o regulamento. Um abraço

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Visitas ao Castelo - um resumo






Sempre quis acompanhar estas vistas, os locais de acesso, por quais caminhos chegaram ao meu. Contudo, eu não sabia como fazer. Até que desde 11 de janeiro de 2009 consegui instalar um contador de visita. Claro que um espaço de quase quatro eu não pude averiguar com precisão. Todavia, isso não impede que neste curto espaço de tempo que eu não tenha me divertido e surpreendido com a descobertas em relação aos meus visitantes. Abaixo, segue aos Capslocks sobres locais ond eme acessaram... Com isso eu posso dizer que meus blogs respira um pouco de "ares internacionais"...

E atodos que me acessaram até agora: MUITO OBRIGADO, MUCHAS GRACIAS, THANKS SO MUCH, GRAZZIE MILLA, MERCY BEAUCOUP, ARIGATO, DANKE!!!!!!!!

Entrevista Inedita de 2003

(O modelo da entrevista estava disponível no site da Blocos OnLine em 2003, para quem fosse editado pela mesma. Eu respondi só por diversão na época - uma vez que eu ainda não publicara meu livro, nem pensava em retormar à Blogosfera. Hoje, seis anos depois, vale como recordação...)


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Entrevista de Ricardo Vidal

Perguntas de Leila Míccolis:

1 – Onde você nasceu?

Nasci em Valença, estado da Bahia; no dia 20 de abril de 1978

2 – Reside em outro lugar? Qual e por quê?

Atualmente moro em Salvador (desde 1996), para onde vim estudar jornalismo (só que me decepcionei e hoje estou cursando Letras)

3 – Solteira/o? Casada/o? Filhos? Fale um pouco sobre o amor na sua vida.

Sou solteiro e sem filhos. Falar dos amores de minha vida… hum… È complicado quando o grande amor de minha vida não me quer. Pior, ela voltar para os braços de um ex-namorado que já havia traído ela com outra. (encabulado) Podemos pular este assunto? O problema é que, sendo o maior um dos grandes temas de minha vida, ele tem me feito sofrer muito. Ah, essas mulheres…

4 – Como você definiria sua obra?

Poesia meio Neo-romântica, meio Moderna, com uma pitada de erotismo e parnaso–simbolismo, eu acho. Sinceramente, sempre tive dificuldade em classificar minha poesia e minha prosa.

5 – Algum esporte? Alguma mania?

Não. Cheguei a fazer capoeira na adolescência, mas parei. Sinceramente, nunca gostei muito de esportes… Manias, nenhuma que eu saiba. Escrever por ser considerada uma mania?

6 – Cite seus autores, músicas e filmes inesquecíveis.

Autores eu cito sete essenciais: Goethe, Nietzsche, Karl Marx, Fernando Pessoa(s), Castro Alves, Vinícius de Moraes e Manuel Bandeira. Agora, existem livros que fizeram época em minha vida: O Morro dos Ventos Uivantes, O Alquimista (admito, gostei muito quando adolescente), As 20.000 Léguas Submarinas (sonhei tanto em ser o Capitão Nemo! Decorei toda a viagem desde Mares do Sul até as costas da Escandinávia, passando pelo Túnel Arábico, Vanikoro e o Pólo Sul!), Os poemas de Florbela Espanca, Contos e Lendas Orientais – de Malba Tahan, A trilogia de Xisto – de Lúcia Machado de Almeida, O Tempo e o Vento – de Érico Veríssimo, dentre outros.

Músicas, eu gosto das clássicas (especialmente Tchaikovsky, Bach e Beethoven), MPB (destaque para Wave, Tempo Perdido, Samba da Benção e Astronauta de Mármore), portuguesa (Madredeus e Amália Rodrigues) e as de Enya (especialmente The Sun in the Stream, Book of Days, Orinoco Flow e Only If).

Filmes há dois inesquecíveis: Sociedade dos Poetas Mortos e Primavera de uma Solteirona. Agora, também dignos de nota, eu acrescentaria também Encouraçado Potenkim, Cidadão Kane, Terra em Transe, A Guerra do Fogo, Macunaíma, Viagem ao Mundo dos Sonhos, Highlander, Coração Valente, 2001 – Uma Odisséia no Espaço e Segredos da Vida.

7 – Alguma experiência engraçada, curiosa ou dramática ocorrida devido à algum texto (poesia ou prosa) que você escreveu?

Bem, talvez para mostrar que minha vocação está na Literatura, ocorreu uma vez, estando eu no meu estágio, demorei mais duas horas para redigir o parágrafo de uma notícia factual e atrasando o boletim diário do sindicato. Meu supervisor, por ser muito meu amigo, passou o maior sermão, estranhando que eu, um poeta, não conseguisse escrever uma simples matéria. Isso me deixou frustrado. Contudo, como o outro dia foi o centenário de nascimento de Drummond, veio-me a solução para me redimi do sermão do dia anterior. Cheguei mais cedo no estágio e preparei todo o boletim sobre vida de Drummond e relacionando com o fato dele ter sido servidor público de carreira e uma pequena avaliação crítica da obra. Em uma hora e meia terminei o boletim. Quando o meu supervisor viu o meu trabalho, sem erros e bem escrito, ele olhou para mim rindo e disse: “Ricardo, você não presta! Quando o assunto é Literatura, você é um cão! Precisa ser assim com as outras matérias de jornal”. Foi por essas e outras que acabei abandonando o curso de Jornalismo.

8 – Vida e obra precisam caminhar juntas ou podem tomar rumos diferentes e até contraditórios?

Depende do autor. Claro que, quando o autor escreve com base em suas experiências e sua vida, além de ser mais fácil, faz que obra ganhe em sinceridade – o que aumenta a empatia com o público. Todavia, isso não pode ser considerado como cláusula pétrea – como dizia Fernando Pessoa, o poeta é um fingidor. Goethe não precisou se matar com uma bala para escrever Os Sofrimentos do Jovem Werther, nem vender a alma ao diabo para escrever o Fausto…

9 – Entre aquela viagem ou aquele carro que você tanto sonhou e a publicação de seu livro com tiragem de 10.000 exemplares, qual dos dois você escolheria?

Nunca sonhei com carro – que é um luxo que não me apetece. Sempre sonhei em ter meus livros publicados, nem sejam cinco exemplares de prova de prelo… Agora, se puder juntar dois sonhos em um: Escolheria uma viagem à Suécia, para receber o prêmio Nobel de Literatura.

10 – Que personagem de ficção você gostaria de ser na vida real?

Ora, existem vários personagens interessantes. Teria o Werther, de Goethe. Dr. Fausto, também de Goethe. Já sonhei em ser o Capitão Nemo e pilotar o Nautilus. Gostaria ter as visões da família Franchi, de Os Irmãos Corsos. Gostaria de poder me transformar em vento, como o pastor Santiago, em pleno deserto do Saara.

Agora, um que tenho um carinho especial é o Prof. John Keating, do filme Sociedade dos Poetas Mortos. Tivéssemos tantos professores assim, acho que teríamos mais leitores de poesia no mundo…

11 – Você já cometeu alguma gafe ou indiscrição literária?

Que eu me lembre não. Se for o caso, trocar o nome de autores ou obras em alguma conversa… Nada de mais grave.

12 – Que autora ou autor você escolheria para ficar a sós numa ilha deserta e por quê?

Gostaria de levar aqueles que eu julgue essenciais, juntamente com Florbela Espanca e Safo de Lesbos; para poderemos conversar e aprender mais sobre os mistérios da Vida e da Arte.

Perguntas de Fernando Tanajura Menezes:

1 – O que você gostaria de perguntar a um escritor? (consagrado ou não)

Gostaria de conversar sobre o processo de escrever, as influencias sofridas, como a vida e a obra se confundem. Isso seria para todos os escritores, principalmente para os meus sete escritores essenciais e para a Florbela d’Alma Espanca.

2 – Como escritor/poeta o que gostaria que lhe fosse perguntado em uma entrevista?

Explorassem mais meu trabalho literário, minhas referências culturais, algumas entrelinhas que existem em meus versos. Não quero ser pretensioso, mas eu procurei, em meus versos, trabalhar com certas sutilezas, com insinuações e ficaria frustrado se isso passasse em branco numa entrevista – ao não ser que o objeto da entrevista não fosse meu trabalho com escritor…

3 – O que mais detestaria que lhe perguntasse se a entrevista fosse ao vivo?

Vulgaridades acerca de minha vida privada (como, quais das musas que inspiraram os poemas eu transei). Que parte de minha vida está nos poemas e esta relação pode ser muito bem explorada numa entrevista, não teria problema – desde que seja feita com classe.

Perguntas de Ricardo Alfaya:

1 – Por que você escreve?

Boa pergunta. Escrevo porque escrever é a vocação de minha vida. Nem que seja uma mera lista de necessidades (ou futilidades), eu preciso ocupar meu tempo com a escrita. Escrever tem o sabor e o orgasmo de fazer algo de útil na vida, em minha vida.

2 – O que você considera mais importante para que uma poesia seja classificada como de boa qualidade?

Para mim, basta ser interessante e me disser algo no momento. Agora, dentro de uma visão de crítica literária, eu não faço a mínima idéia…

3 – Que autores influenciaram sua forma de escrever?

Sempre fui um menino de várias leituras… isso pode ser notado nos meus versos, que encontram citações e alusões aos livros que eu li. No geral, diria que foram os românticos: Castro Alves, Álvares de Azevedo, Goethe, Alexandre Dumas Pai – além da filosofia alemã, principalmente Marx e Nietzsche. Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes e Manuel Bandeira seria os principais poetas contemporâneos que mais influenciaram. Contudo, as pessoas poderão ver notas de Brecht, Olavo Bilac, Dante, Omar Khayyam, Alcorão, Martin Codax…

4 – Sente o escrever como missão, lazer, prazer ou como conditio para a sobrevivência? Você acha que poderia parar de escrever?

Como disse numa pergunta anterior, sinto que escrever é uma condição de vida… Quanto a parar de escrever, seria uma tormenta ver minha mente fervilhar de idéia e não poder me expressar. Às vezes, fico doente quando não escrevo…

5 – No seu entender, o compromisso social é uma condição essencial para um bom escritor?

Olha, será muito difícil para um autor apartar suas posturas sociais enquanto estiver escrevendo. Creio ser muito difícil escrever algo com arte, porém sobre algo que se discorda. Também, não devemos esquecer que aquilo que nós escrevemos pode influenciar os outros. A fama do romance Werther, de Goethe, não vem, em parte, por ter ajudado a criar um caldo de cultura para o suicídio de jovens no início de século XIX? O Apanhador no Campo de Centeio, de Salinger, também não fez a época de toda uma geração? Eu acho o escritor dever ter essa noção de compromisso social, de saber e refletir sobre o que esta escrevendo – afinal estamos falando e brincando com idéias e emoções humanas. Como elas poderão ser percebidas pelo público? Que reações poderemos está causando?

Agora, não considere que somente o compromisso social deva ser considerado como uma condição essencial do escritor. Temo em cair na armadilha da produção militante, fundamentalista de literatura estéril. Mesmo eu sendo de esquerda, filiado a partido, não vejo a obrigação de escrever dentro deste compromisso social, de fazer propaganda de ideologias ou posturas. A literatura passa por esta seara, todavia a ultrapassa. No mais, fico me perguntando: onde está o compromisso social de O Senhor dos Anéis, de Tolkien? E ele deixou de ser um bom escritor?

6 – Que influência a Internet exerceu em sua escrita?

Nenhuma. A bem da verdade, comecei a escrever meus poemas a caneta sem sequer saber datilografar. E isso ainda se mantém, pois são poucos os poemas que eu escrevi direto no computador. E quanto a Internet eu costumo utilizá-la como leitor, não como escritor. Nunca fiz experiências com multimídias em meus poemas e nem me interessa muito – apesar de achar legal o que já foi produzido nesta área.

7 – Você acha que sua escrita poderá vir a afetar de alguma forma a realidade?

E por que não? Eu fui tão influenciado pelos textos dos outros, por que alguém não poderia se influenciar pelo meu? Além de que, foram através de meus poemas que consegui, em parte, conquistar o amor de minha vida e a amizade de algumas pessoas.

8 – Que qualidade considera fundamental num escritor?

Saber escrever bem e se criativo já é um bom caminho…

9 – A crítica literária ajuda ou atrapalha?

Ajuda, quando indica caminhos possíveis para o leigo se familiarizar com a Literatura. Por exemplo, com tantas pessoas difundido seus textos pelas diversas mídias, como poderemos separar o joio do trigo, separar o “doutor” diletante do escritor genuíno?

E para quem é do meio literário, ajuda como visão externa do ato de criação literária. Mesmo sendo soberano no ato de escrever, o autor não pode acreditar ele sozinho poderá dominar integralmente a sua obra, controlará toda a interpretação ou os efeitos criados, ou saberá ver com clareza as qualidades e os defeitos… Sempre terá algo que escapará da percepção do autor e que poderá ser visto por outra…


10 – É notório que existe uma quantidade enorme de escritores, sobretudo no campo da poesia, em detrimento do número de leitores. A grande quantidade é para você um incentivo ou um desalento?

Olha, quem escreve costuma ler, então isso significa que existe um público consumidor. Contudo, não corremos o risco de escrever para uma panelinha? Dúvidas, dúvidas, dúvidas…

11 – O que acha que poderia ser feito, se é que poderia, para que mais pessoas se interessassem pela literatura?

Acho que o ensino de Literatura no país precisa ser repensado. Precisamos reconhecer que hoje a Literatura tem que competir com outras mídias como o Rádio, a Televisão, a Internet, o Cinema. Como convencer a um jovem que as horas que eles dispensa lendo pode ser mais agradável que o Filme do Cinema, que está contando a mesma história do livro? E como fazê-lo acreditar que ainda sim, o livro sai ganhando? Olhe para ler ele precisa despender mais esforço e tempo para compreender o texto, ao passo que na película estas informações são mais mastigadas e rápidas de se assimilar…

Também devemos deixar de lado o utilitarismo que as escolas dão à Literatura no Ensino Médio, ao tratar como mera exigência do vestibular. Se, em lugar das escolas adotarem os módulos e os resumos de obras, fizerem os alunos lerem, pelos menos, os principais livros da nossa literatura (algo como 15 livros por ano); com o passar do tempo, criará o público leitor necessário que barateie a produção de livros.


12 – Que ambiente você prefere para escrever?

Não tenho nenhum específico – conquanto seja calmo e silencioso…

13 – Manhã, tarde, noite - Existe um horário que lhe seja mais propício ao escrever ou isso lhe é indiferente?

Tecnicamente falando, não existe para mim um horário específico para escrever. Já escrevi bons textos tanto de dia como de noite. Agora, gosto mais à noite, em que as sílfides, ondinas, sereias e fadas se sentem mais à vontade para me ajudar…

14 – Você utiliza algum artifício que o induza a um estado de espírito favorável à escrita?

Não, a não ser a própria poesia e a intuição… Às vezes a emoção, mesmo sabendo que isso pode ser mais um empecilho do que uma solução. Depois, preciso manter uma certa sobriedade para minha imaginação, que já foi taxada de indomada por uma professora minha.

15 – O que é melhor: escrever ou ver publicado?

Os dois – escrever e ver o material publicado

16 – Escrever em computador, à mão ou em máquina de escrever. Faz diferença para você?

Por costume, escrevo a maioria de meus os versos à mão e a prosa, por formação, deixo mais para o computador. Máquina de escrever eu dispenso – até por não saber manuseá-la direito.

Diferença, em si não faz. Agora, o costume meio que acabou moldando a forma de minha expressão. Na verdade, eu comecei escrevendo poemas na adolescência e eu não tinha acesso a computador. Também meus poemas são normalmente curtos, dificilmente escrevia algo muito longo a mão – como um romance. Mais tarde, na universidade, como eu precisava escrever matérias, artigos, fui me acostumando a escrever direto no computador, exercitando inclusive não só textos mais longos como a edição, as emendas que são possíveis de serem feitas através do computador. Por isso que mantenho estes hábitos – não que isso implique em radicalismos. Já aconteceu de eu fazer o inverso: escrever três laudas de contos e rascunhar três versos no computador…

17 – Qual a pergunta que você gostaria que eu lhe tivesse feito e que não fiz?

Poderia fazer aquela pergunta que Abujanra faz em Provocações: Qual o autor que ainda não encontrou e gostaria de encontrar?

A resposta seria: Jorge Amado (só li um livro até hoje) e Guimarães Rosa; além da literatura infantil de Monteiro Lobato. Acho engraçado eu ter lido até a Epopéia de Gilgamesh, Cantar de Mio Cid, Maiacovisky, Bhagavad Gita, Omar Khayyam, Alcorão – e não ter lido nada que é mais próximo a mim… Sinto uma certa culpa por causa disso.

domingo, 23 de agosto de 2009

Noticias do Reino de Jambom - distancias


R. Vidal mira o horizonte através janela de vidro. Ele não está no seu castelo.Está muito distante. A nova empreitada não permitia mais tempo no castelo. Agora era tempo de tempestades e incertezas quanto ao amanhã no escritório... Por isso que ele rouba um tempo da tempestade para mirar o horizonte e encontra na distância um oráculo para suas decisões.
Por um átimo de segundo, observou um paralelo, uma coincidência emtre ele e Maiakovisky: Ambos de esquerda, vivendo um momento de mudança na vida do país e trabalhando no governo socialista como... arte-finalista!
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Já na ficção da vida civil, só tempestades e interrogações...
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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Fotos com Eliana Mara

Lima Trindade, eu e Rodrigo Chagas

Eliana Mara e Eu

Fiquei devendo colocar estas fotos, no lançamento do livro "Fábulas Delicadas", de Eliana Mara.
Leitura ulta-recomendada!!!!

Sobre a Blogtopia

Há um post de Renata Belmonte sobre sua relação com a bloguiverso, na vontade de ter "férias" que nunca se concretizam. Bem, com a correria que tive nestes dias, acabei não comentando lá. Contudo, para mim ocorre o inverso: gosto de ficar mais tempo no meu blog e fico quase doente quando chega o final do mês sem que eu tenha nada novo para postar. Gosto de ver meus textos publicados, ler o comentários, exercitar minha escrita. É uma forma de manter viva minha profissão como escritor. E (por que não?) não deixa de ser uma terapia.

Contudo,prometo colocar mais poemas e contos novos aqui. Ou uma confissão ou alguma coisa mais interessante que meu diário. Quiça mais alguma novidade do Reino de Jambom

Biblioteca do Bardo Celta (Leituras recomendadas)

  • Revista Iararana
  • Valenciando (antologia)
  • Valença: dos primódios a contemporaneidade (Edgard Oliveira)
  • A Sombra da Guerra (Augusto César Moutinho)
  • Coração na Boca (Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo)
  • Pelo Amor... Pela Vida! (Mustafá Rosemberg de Souza)
  • Veredas do Amor (Ângelo Paraíso Martins)
  • Tinharé (Oscar Pinheiro)
  • Da Natureza e Limites do Poder Moderador (Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos)
  • Outras Moradas (Antologia)
  • Lunaris (Carlos Ribeiro)
  • Códigos do Silêncio (José Inácio V. de Melo)
  • Decifração de Abismos (José Inácio V. de Melo)
  • Microafetos (Wladimir Cazé)
  • Textorama (Patrick Brock)
  • Cantar de Mio Cid (Anônimo)
  • Fausto (Goëthe)
  • Sofrimentos do Jovem Werther (Goëthe)
  • Bhagavad Gita (Anônimo)
  • Mensagem (Fernando Pessoa)
  • Noite na Taverna/Macário (Álvares de Azevedo)
  • A Casa do Incesto (Anaïs Nin)
  • Delta de Vênus (Anaïs Nin)
  • Uma Espiã na Casa do Amor (Anaïs Nin)
  • Henry & June (Anaïs Nin)
  • Fire (Anaïs Nin)
  • Rubáiyát (Omar Khayyam)
  • 20.000 Léguas Submarinas (Jules Verne)
  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Jules Verne)
  • Manifesto Comunista (Marx & Engels)
  • Assim Falou Zaratustra (Nietzsche)
  • O Anticristo (Nietzsche)