Soneto Nordestino de Sete Cabeças
Valença; 21 de setembro de 2014 (00h41)
Pérola de cabelos de Avôhai dançando nas nuvens
E com olhos misteriosos de um frevo-mulher,
Perco-me nos labirintos dos seus anelos e miragens,
Carregados de um sertão de avatares e mistérios.
Procuro nas curvas de tua feminilidade um sonho
Doce, como eternas ondas de sorriso matutino,
Passando para além de um horizonte tristonho
E fundando carinhos verdes, de sol cristalino.
Nessa peleja com o dono do céu eu faço essa canção
Torta, mas de sincero afeto admirado de um poeta,
Armo a hipérbole de meus versos com riscos no chão.
A beira-mar eu galopo nesse martelo sincopado,
Ramalhando meus elogios como o Touro de Creta,
Para dizer-te que és a musa maior a acender meu fado.