Balada da Estudante Solitária
Salvador; 12 de abril
de 2016
Teus óculos escondem tua beleza leonina.
Tu arrumas teus cabelos longos, enquanto
Vai ajeitando a papelada na mesa em caos.
Tuas mãos correm o lápis pelo caderno,
Mas o que salta aos olhos são seus seios
De mulher menina, ninfa fada, sereia,
Os olhares convergem para ti – rainha
Juvenil e distraída da sala de estudos.
Eu me perderia em teus lábios de beija-flor,
Procuraria o mel em mistérios.
Decoraria o Aleph dos pergaminhos
E estudaria tua formosura nas telas.
Ah, estudante solitária e distraída,
Perdida em meio às suas anotações,
Quisera eu ser seu professor e fazer
A tabuada da multiplicação das espécies.
Quisera ensinar-lhe a genética na prática,
Os poetas dos Infernos das Bibliotecas!
Entre as Galáxias do Cinturão de Órion,
Repetíramos os ritos de Gaia e Priapo.
Mas tu estás distraída e distraída
Não vês meus ávidos olhos,
Olhos sedentos de um lobo mau…