Contudo, o mundo gira e girando o tempo passa, a vida evolui e a história vai acontecendo. E um belo dia minha atual namorada, através do cansaço e da obstinação, convenceu-me a ter um dos destes brincos eletrônicos os quais eu declaradamente tinha resistência em adquirir. Só que aprovetei para comprar "O" celular, um aparelho que atendesse minhas necessidades de escritor. Como presente de natal a ser dado pelo meu pai e comprei um smartphone da Motorolla com teclado QWERTY, bluetooth e wi-fi. Na verdade o "bicho" é um nanocomputador de bolso do qual a função "telefone" eu menos uso. Brinco, escrevo (o poema 'canção urbana' foi o primeiro a ser digitado aqui), fotografo e agora acesso a internet. Telefono pouco e ler um e-book em pdf aqui mostra-se inviável. E agora estou digitando o meu primeiro post para o blog, via e-mail.
Mas o isso significa afinal? Que os tecno-utópicos estão certos e que todos devem se render a toda e qualquer novidade? Que houve uma baixa na crítica neo-luddita? O que 2012 é o fim dos tempos e um dos sinais do apocalipse é o minha recente adesão ao uso de telefone celular? Pessoalmente não há grandes mudanças. O fato de estar mais acessível não mudou a minha idéia de que o celular rouba o direito à solidão, uma vez que os "outros" (ah! O inferno existencial sempre é os outros!) acha que devemos ter a obrigação de estar disponível para atender o chamado. Porém admito que ter este nanocomputador da Motorolla possui seu encanto secreto e pode ser mais útil de que imagino - principalmente o wi-fi e o gps. Por hora, digitar com a unha este post já valeu a pena...
No mais, despeço-me desta crônica com um pouco de nostalgia e esperança. Câmbio e desligo. <fim da+transmissão>
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