Canto para o Vinho dos Poetas

Lua das vinhas, vinhedos dos luares,
Eu quero o vinho negro, sagrado,
Que constrói poemas e lendas na eternidade.
Quero o fogo das fadas e as danças dos elfos,
A embriaguez profana dos sábios
Que descobre a verdade absoluta em um grão de areia.
Quero os sonhos de Dali derretidos
Dentre relógios e perfumes.
Quero os setes pilares vivos de Nietzsche e Baudellaire,
Onde os oboés cantam indrisos azuis e poetrix ásperos.
Poemas de sol e terra, deixem que Leviatã
Tragam nas ondas da melodia
Uma nova aurora,
A promessa divina e patafísica dos olhos de ressaca.
Vinho dos poetas e dos loucos,
Derrame sua verdade em meus poros
Para que, na hora inevitável dos seres vivos,
Possa descobri que, de tudo que vivi,
Apenas a poesia e os beijos da amada
São o tesouro que levo deste mundo…