Soneto dos Neutrinos
(para meus amigos Guga Borges e Suzana
Andrade)
Valença; 19 de
janeiro de 2015 (21h01)
No coração de alguma estrela, pulsos eletromagnéticos
Rompem uma artéria quântica. E dela, um neutrino
Vagabundo atravessa a fotosfera na velocidade da luz
E começa a vogar calmo pelas curvas do espaço-tempo.
Passeia entre píons e gluínos, elétrons e gravitinos,
Dança boleros cósmicos com as demais subpartículas.
É simples energia concentrada alternando a Gravidade
E a Força Fraca como motor de sua nano-existência.
Os neutrinos não são animados pelas ilusões humanas,
Não se acham o único centro privilegiado da Criação,
Não se prendem à hipocrisia pequeno-burguesa, nem
São mesquinhos e egoístas como aristocratas decadentes.
Os neutrinos apenas prosseguem sua cavalgada espacial,
Sem pensamentos, sem sentimentos e sem sofrimentos.
P:.
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