Valença; 17 de abril de 2013 (04h38)
Storms have come!
rains wash the earth away
Dark skies fall down
into another day.
Storms in Africa II - Enya
Um som longínquo cavernoso e oco
Rouqueja, (...)
Troveja, estoura, atroa; (...)
.........................
Enquanto a noite pesa sobre os mares.
A Tempestade - Gonçalves Dias
Acaba de chegar ao cabo do fim do universo.
O Mostrengo se posta ante a metade do caminho
E, para mostrar seu império,
Risca o céu com a primeira fagulha.
E outra fagulha o arco celeste risca
E mais outra, e outra, e outra,
Nesta noite marinha e plúmbea.…
O céu se incendeia em relâmpagos.
Então, atabaques celestes explodem,
Dando ritmo ao balé louco dos elementos.
O vento, em espiral, turva a chuva
Com rodopios negros de um cisne escuro.
A minha nau de minha vida,
Solitária sentinela de sal, sonhos e silêncios,
Enfrenta a muralha de trovões que ardem em bemóis.
O vento, com tua mão tirânica,
Conduz a orquestra de elementos em fúria
Como um martelo ameaçando os marinheiros.
A chuva chicoteia
E as gotas caem
Como pérolas pesadas.
Mas nada irá impedir a marcha da minha vida!
E então a procela, cansada, dá-se por satisfeita.
O Mostrengo sorrir secretamente diante da audácia,
E abre passagem pelo teu império,
Deixando passar a nau de minha vida…
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