Elegia Amarga
Valença; 12 de setembro de
2014 (04h01)
“Tudo,
tudo é tão fútil e tão inútil!”
Os corvos agourentos cantam lá fora,
Como um eterno never more a tornar
Cinzento meu horizonte de utopias.
Não encararei quasares sorridentes,
Para que eles não ouçam minha toada
Amarga, fruto de uma lira muda
E de uma pena seca e paralítica.
Deixo que as quimeras recolham
Minhas lágrimas de fel e sangue,
De olhos cansados e vencidos
Pela mediocridade do rebanho,
Pelos zurros escondidos na pele do leão,
Pelo telejornal arrotando desesperanças,
Pelo banco roubando minhas alegrias,
Pela mídia arrochando mau gosto.
E tendo a Tristeza como companheira,
Minha elegia corre como um rio noturno,
Feito de lágrimas amargas de sangue,
Que as quimeras escondem dos quasares,
Enquanto um never more lúgubre
Entoado por corvos agourentos lembra
Que tudo, tudo é tão fútil e tão inútil…
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