Anti-ode sobre o
Amor
Brasília; 30
de setembro de 2014 (03h47)
Não sei qual mal ao amor fiz,
Para dele, eu provar fel e
fogo.
Sei que alimentamos utopias
E nos iludimos em construir
castelos
Que serão derrubados na
primeira onda.
Sei que o Amor-Ideia de Platão
É mais uma sombra na caverna
E só nos poemas a alegria é
absoluta.
Mas, ainda assim prosseguimos
Em quimeras mil cultivar
alhures
E sonhar com princesas e
fadas.
Fingimos
ignorar os espinhos da rosa
E que
mesma abelha dá mel e ferroada.
Insistimos ilogicamente em
fazer
Do coração a morada do amor
(criança travessa que sempre
será mimada).
E nos
entregamos como cordeiro ao lobo…
Deixamos
o cupido entrar e fazer bagunça,
Retorcer
planos e sonhos e desejos,
A
ponto de nos perdermos a nós mesmos!
Ah!
Tudo é paixão! Tudo é Eros, Ágape, Filos!
Tudo
é um amor avassalador e louco
Que
nos faz, por segundo, crer no Paraíso…
Não
vemos a Tempestade no horizonte
E
então, aprendermos amargamente
Que
amar pode ser sinônimo de sofrer.
Que
os mesmos olhos que são faróis
Também
podem ser perdição e gelo.
Sol e
trevas caminhando junto,
Dor e
Alegria, prazer e tristeza,
E
quando pensamos estar imunes
Ao
fogo que arde sem ser visto,
Eis
que novamente o cupido vem
Para
bagunçar tudo mais uma vez…
Mas,
se tanto fel o amor pode produzir,
Por
que sem ele a vida é mais triste?
(É o
que pergunta o meu coração)
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