Aboio
Baía de Todos os Santos (FB Ana Nery); 16 de julho de 2012
Eira boi! Vou trazendo minha boiada!
E pelo aboio dos meus versos
Vou conduzindo o rebanho pela estrada! Ooiiá!
É o aboio dos meus cantos
Que pelos estranhos encantos
Ou pelos danosos desencantos
Vou cantando para meu rebanho,
Que segue essas verdes veredas,
Atento para não perder a poesia
Que rege encantando os meus dias. Ooiiá!
Na verônica de outros vates,
Aprendi a fazer minhas canções
E colhendo versos nos chapadões,
Ouvindo dos vaqueiros ancestrais
Os aboios e toadas primordiais
Para levar longe a minha manada! Ooiiá!
Lágrimas e mandacarus
Caminham como fantasmas;
E cavalos de fogos cruzam
A senda de minhas palavras,
Para fazer este meu aboio!
Desse meu sertão sem fim,
Desse mundo sem porteira,
Caminho dentre canções,
Para na cidade trigueira,
Que na beira do mar verdeja,
Para então tocar minha viola,
Minha vida e minhas mágoas. Ooiiá!
Eira boi! Vou trazendo minha boiada!
E pelo aboio dos meus versos
Vou conduzindo o rebanho pela estrada! Ooiiá!
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