Valença, 10 de maio de 2012 (23h30)
No fundo eu sou uma criança e um ogro,
Labirinto onde se perdeu o homem maduro
E cujo coração parte-se com mil fagulhas.
Sou dois dragões de gelo e fogo a se degladiar
No horizonte impossível das rosas,
E cujos relâmpagos queimam inocentemente
Os jasmins que tanto amei no outono.
Trago nas palavras
Uma doçura que fere
E uma faca que afaga.
Sou um Gigante de vidro que desmorona
Com a primeira brisa do outono
E corta cegamente sem sentir a dor alheia.
Gigante, tu nunca fostes domado
E ainda vive como se um Jardim do Éden
Existe-se alhures no Himalaia.
Sabe que tuas pegadas esmagam
E que, quando tu queres, esmagam mesmo!
Mas nem sempre esmagas por quereres…
Ah, Gigante de vidro e vulcão,
Criança que perdeu o bonde na infância!
Labirinto de idades e emoções,
Assim meu coração corre pelos anos,
Lua e Sol que nunca se reconciliam
E a cada estação vai criando eclipses.
A cada estação vai moldando as fases
E neste vai e vem de emoções,
Meu coração. ele gira e gira e gira. E girando,
Pendem sobre o infinito a criança e o ogro…
Nenhum comentário:
Postar um comentário