Balada do Anjo Exterminador
Valença, 13 de julho de 2013
com suas asas de morfina e éter
E que pregam a Inquisição.
Só sei o que quer a Vida,
Só sei o que quer a Alma
(no seu cortejo carnavalesco)
aprendeu nas crônicas tupi-guarani de Galvão :
pequenos príncipes sem malícias,
os asteroides de plumas e alegrias,
as meretrizes doiradas e apaixonadas
os deuses revolucionários forjados nas ruas.
Quer o sacrossanto orgasmo ébrio das fadas
e o Sol noturno dos Elfos e Centauros.
Quer uma poesia nova e dura
feita do vinho azul da Lua Nova,
Quer banquetes e bacanais sob as palmeiras,
Quer os sonetos ctônicos de Mustafá,
Quer o Labirinto do Fauno buñuelesco,
(caminhos doces e tortuosos no horizonte)
em que Minotauro já nasça derrotado.
Arcanjo de asas de morfina,
derrubem de teus pórticos esta Inquisição hipócrita
e faça no Hipódromo de Constantinopla
outra revolução mágica da esquerda sexual.
Façamos da Vida um teatro sem Vampiros,
com Índios galgando o Monte Castelo
para que as flechas derrubem a Mentira.
Arcanjos, arcanjos nossos de cada dia,
libertemos esse Lobisomem da Aurora
e deixe-o devastar a sociedade burguesa.
O Mundo precisa de novos jardins vermelhos
onde floresçam treze estrelas rubras e rosas biancas.
Arcanjo, deixe que meu coração lavre as valas
e, como um Mayakóvsky reencontrado nos Trópicos,
plantarei mais treze auroras, mais treze epifanias
nas searas furta-cor de Valença,
para que o rio Una, com suas ninfas filhas de Beauvoir,
distribua minhas bençãos e visões,
e como um Leviatã feroz e vingador,
o rio Una esmague Impérios e Dogmas.
Arcanjo profano de asas de Morfina e Éter,
é com a Aurora vermelha de treze Estrelas
que quero fundar uma novo sonho,
o sonho escarlates das Utopias nunca vencidas
E vencedora de todas as Inquisições e Hipocrisias....
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