Balada Rubra
dos Vinhos
(para Otávio Mota, Adriano Pereira e outros revolucionários)
Valença, 25 de janeiro de
2014 (01h41)
Vinho! No vinho
está a verdade e os versos!
Vinho, sangue em
que os poetas descobrem teus cantos,
Vinho! Teu canto
celestial eu entoo em minhas fibras
Como uma canção
sem limites e sem fé.
Eu canto o vinho
nobre das fadas apaixonadas,
O Vinho sem segredos
e imaculado da aurora,
O vinho santo dos
altares de minhas tristezas e incensos.
Vinho doce e
azul, como uma sinfonia rascante,
Uma sinfonia nua
de jasmins em orgias,
Uma sinfonia
particular e sem volta,
Uma sinfonia
ébria de signos sinestésicos,
Que funda uma
nova Ilha Baratária sem Sancho Pança,
Uma ilha cheia de
sonhos e altares rubros,
Uma província
insonsa, mas cheia de desejos,
Uma terra única
de símbolos e além da imaginação.
Galáxia de
estrelas ébrias que é o farol metonímico dos jasmins doces
Onde o poeta
crava teus sonhos como uma bandeira salgada,
Bandeira de teus
sonhos e tuas luxúrias,
Chuva de nêutrons
e fantasias, canções rubras e nuas,
Vinho delirante
de fadas e jasmins,
Vinho dos sonhos
boêmios,
Delírios e
baladas surreais como o anjo de Buñuel,
Poemas tortos
como Salvador Dalí,
Relógio de horas
infinitas e tão cheias de vidas
E ainda assim
enigmáticas, em uma hora triste e chuvosa,
Canção rubra onde
a Revolução se faz atrasada e precisa,
Canção e balada
morta como um beijo tarado e sem leme,
Quero na chuva
noturna o gosto amargo dos mestres
Que descem o meu querido
Rio Una de léguas e diamantes
E fundam no
horizonte um paraíso ímpar e incolor,
Uma balada ébria
e azeda, uma canção amorfa,
Um sonho de treze
estrelas rubras que no carrossel escarlate,
Traz n’alma a marca
feliz e marxista da revolução e dos sonhos,
A marca vermelha
do vinho marxista e útopico,
A marca amarga
dos pequenos príncipes sonhadores,
Engenheiros e
profeta da utopia humana que forjam poetas e espaçonautas,
Quero que minha
utopia seja sonhos e chuvas, engenho e arte,
Fé na balada ébria
e boêmia,
Canção da música
intangível da musa aérea,
Musa jovem e sem
tanino selvagem,
Musa romântica e
triste como o eco das ninfas pagãs,
Musa perdida em suas
ilusões jovens onde Valença
Beberá os seios
melancólicos da alvorada negra.
Musa, paixão
vermelha do poeta morto,
Cravo em teus
seios a profecia positivista de teus beijos,
Em tua aurora de
treze arco-íris,
E meus sonhos
ficaram alicerces na tua lágrima clara,
Estarei como um
farol sombrio, gigante de granito e poemas,
Trazendo o porvir
para corações surdos e materialistas,
Estrela morena e
jovem da aurora,
Estrela âmbar e
otavio-motaniana de meu sonhos,
Para fazer de
Valença um paraíso vermelho,
Onde encerrarei a
feliz-cidade dos poetas…
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