VINO ET FRATERNITAS - Manifesto do CLUBE BOÊMIO
Valença, 30 de janeiro de 2014 (02H16)
A chancelaria do CLUBE BOÊMIO, no uso de suas atribuições literárias e legais, propõe o seguinte manifesto, para consideração de seus membros, como um desejo e uma declaração de princípios a serem seguidos:
а) Considerando que o adágio latino In vino, veritas representa um axioma auto evidente, de que a verdade está na assunção de uma vida livre de dogmas, formada na necessidade crítica de se encarar a realidade;
б) Considerando que a fraternidade é a utopia final de todos os sonhos democráticos que animam a humanidade na sua busca por um futuro melhor e mais humano;
в) Considerando que o caminho real da utopia baseia-se na ideia de que a esquerda é o caminho da redenção humana, e que ser de esquerda implica ter um perene posicionamento crítico em relação à realidade;
г) Considerando que a igualdade e a liberdade são os portais necessários para a constituição de uma vida humanamente feliz e fraterna, esteticamente avançada e tolerante e harmonicamente saudável;
д) Considerando a unidade se encontra na diversidade de pensamentos, que não existe espaço para dogmas e a liberdade de seus membros exporem diversas possibilidades de se encarar o mundo é um direito inalienável;
O Clube Boêmio etilicamente se manifesta nos seguintes termos, proclamando suas aspirações e seus nortes:
- O Clube Boêmio é uma fraternidade contínua e particular de amig@s que acreditam que a juventude é um estado perene de espírito, constituído pela perspectiva de mudança de se construir um mundo melhor, mais tolerante e menos reacionário.
- Ninguém escolhe fazer parte do Clube Boêmio. O Clube Boêmio é quem escolhe quando alguém faz parte dessa fraternidade, no momento em que o indivíduo assume que o ato mais importante da existência é gritar contra um mundo caduco e hipócrita.
- O Clube Boêmio reivindica o direito de não ser uma instituição. O Clube Boêmio existe de facto, não de jure.
- O Clube Boêmio é um estado de espírito cosmopolita à esquerda do tabuleiro social. Mesmo que os arautos do dogmatismo digam o contrário, nosso caminho é pela esquerda, porque nunca renunciaremos a uma visão crítica da realidade.
- A vida não se restringe a dogmas provincianos. A vida é um exercício perene da crítica sadia, que busca a dialética necessária de se construir um mundo e uma vida melhor e mais humana. Viver é refletir livremente. Viver é ser feliz sem a necessidade de dogmas.
- O Clube Boêmio não quer impor regras. Apenas que ter o direito de se reunir livremente e livremente encarar a vida como uma construção dialética, dinâmica e pessoal.
- O Clube Boêmio não reconhece autoridade, mas a alteridade. O Clube Boêmio é um espaço em todos aprendem com o outro a chegar a uma síntese harmônica e dinâmica da existência – tanto individual como coletiva.
- O Clube Boêmio não é um espaço para a embriaguez irresponsável. É um tempo responsável para uma reflexão livre, animados pela estética do bem beber. O Vinho não é o fim, mas o meio para se estabelecer uma sociabilidade crítica e alegre entre pares.
- A arte é o que anima o espírito de grupo do Clube Boêmio. Música, Cinema, Literatura, Filosofia e demais expressões do espírito humano são os meios que fazem do Clube Boêmio esse reservatório pulsante de vida e juventude.
Com base nesses princípios que existimos, como os alegres arqueiros amigos de Robin Hood, do major Policarpo Quaresma e do engenhoso fidalgo Don Quixote de la Mancha. E no vinho sempre estará a verdade!
E ouvindo Tim Maia e Jorge Ben(jor), sabemos que a manhã sempre nascerá rubra, como a esperança de se ter um dia melhor que o outro, e que o outro tem sempre algo a nos ensinar para sermos melhores.
Mesmo que a espera seja difícil, continuamos esperando. Zazueira!
A felicidade crítica é a prova dos noves. Ser boêmio ou não ser, essa é a decisão. E nada mais tem o que se dizer, exceto:
Boêmios, uní-vos! Saravá!
(para a aprovação do Comodoro e do Cônsul do Clube Boêmio)
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