
Somente uma semente alada, ao léu, jogada assim, alhures. Vírgula. Nada mais que uma possibilidade insône. Ou uma prosa poética em embrião, o Sandman de Neil Gailman tentando se libertar das correntes.
(Um parênteses a la Fernando Pessoa: todos os sonhos cabem numa Binômio de Newton, o que falta é uma metafísica para acendê-los...).
Somente uma reticência resistente. Uma vontade louca de se fazer ao mar e vencer as ressacas com o esporão de meu CSS Merrimack. Ter um oceano em fúria para sangrar com a tridente de Neptuno, singrar a deriva até o maelstron da existência. Fúrias e Tormentas. Scylla et Caríbdis. Uma prosa poética fragmentária como um schrapnel zundindo em direção ao infinito, vindo de uma fragata aérea, cheia de rosas e sangue. Una nau cruzando as nuvens de enxofre e insânia. Ah, todos os marujos juntos, cantando em homenagem a Santiago e Moby Dick. Rum e gaita, tempestades e trovões, isso que se faz uma noite terrível e tragicamente bela em alto-mar.
Somente um fogo-de-santelmo como farol. uma calmaria. A pomba branca descendo ao convés com um ramo de oliveira. Paz. sossego.
E por não haver mais sonhos, fecha-se a janela e o Amanhã canta tuas incerteza nas trevas...
Salvador, 25 de janeiro de 2011 (01h27 AM)