Sua Majestade, O Bardo

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Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Memorial Academico de Ricardo Vidal


Memorial Acadêmico – José Ricardo da Hora Vidal

1 “No descomeço era o verbo. / Só depois é que veio o delírio do verbo”

Eugênio Evtuchenko publicou sua Autobiografia Precoce quanto tinha 30 anos. Não escrevera o autor dos poemas “Estação Zima” e “Babi Yar” certamente estas memórias com a intenção de pleitear uma vaga no mestrado em alguma universidade soviética. Lembro-me deste fato, pois (além de gostar muito deste livro) aqui estou eu, com 33 anos de idade, escrevendo este memorial como requisito parcial para seleção do mestrado em Literatura e Cultura do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (ILUFBA), onde pretendo continuar minha pesquisa sobre Erotismo e Literatura Feminina Contemporânea. 

Por isso me apresento: Meu nome é José Ricardo da Hora Vidal. Sou escritor, licenciado em Letras (Habilitação em Língua Inglesa e Literaturas) pela Universidade do Estado da Bahia / campus 1 – com uma monografia sobre o erotismo e o voyeurismo no conto “Marianne”, de Anaïs Nin. Nasci em 20 de abril de 1978, na minha querida cidade de Valença (Bahia). Atualmente estou cursando da Especialização em Estudos Linguísticos e Literários no ILUFBA, onde estou escrevendo minha monografia sobre representações eróticas em três contos de Anaïs Nin.

2 Pena, Papel; Compasso Não!

Sou o primogênito de uma família de dois filhos. Meus pais cursaram até o nível médio: meu pai é formado em Contabilidade e Científico e minha mãe, em Magistério (embora nunca tenha exercido a profissão). Meus pais não tiveram uma formação erudita para que fossem intelectuais. Contudo, eles souberam o valor do estudo na vida de ser humano e fizeram o que estavam nas condições deles propiciar uma boa formação para eu e meu irmão, o que levou a nós dois hoje, termos concluído a graduação em nível. 

Do pré-escolar ao curso Científico, foi Valença que me deu régua e compasso. Na verdade, seria mais correto dizer que me deu Pena e Papel, uma vez que eu nunca fui muito bom em matemática… Conclui o ginásio no Colégio Social de Valença em 1992. Apesar de, durante o primário eu ser considerado um bom aluno, com notas altas, o meu ginásio estava entre o bom e o razoável: As boas notas em História e Geografia compensava as notas medianas em Matemática. Foi nesta época que eu estudei Inglês em um curso particular. As aulas eram ministradas por uma norte-americana reside na região, “Misses Nancy”. Eu gostava das aulas e, sendo eu neto de espanhol e vendo meu pai falar inglês e francês que eu passei a alimentar do desejo de aprender idiomas. Fiz o curso científico no Educandário Paulo Freire entre os anos de 1993 e 1995, onde me destaquei nas disciplinas de Literatura em Língua Portuguesa, História, Geografia e Filosofia (enquanto Física e Matemática continuavam a ser meu calcanhar de Aquiles…). Nesta época, passava a maior parte do meu recreio lendo os livros da biblioteca, motivo pelo qual ganhei, no ano de minha formatura, o prêmio “Aluno Destaque 1995” como o leitor mais assíduo. Também foi durante o curso Científico que fiz minha estréia como escritor: publiquei a crônica “Saudades” na antologia “Quase Escritores 94”, de textos de alunos do Educandário Paulo Freire. Até então, vale ressaltar, eu jamais precisei repetir uma série de meus anos de estudos. Também nesta época eu fui co-fundador e Diretor de Imprensa da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Valença (UMES-VA) e do Grêmio Estudantil Olga Benário Prestes (GEOBP), dos estudantes do Educandário Paulo Freire.

Ainda em casa, com a biblioteca modesta de meu pai (cerca de 50 volumes que ele comprou ainda na juventude), eu aprendi amar os livros. Através dela que eu entrei em contato os romances e contos de Júlio Verne, Alexandre Dumas (pai), Oscar Wilde, Mark Twain, Louisa May Alcott, Charles Dickens, Emílio Salgari, H.G. Wells e Orígenes Lessa. Mais tarde, quando eu cursava o ginásio, meus pais compraram as Enciclopédias “Didática de Informação e Pesquisa Escolar” (EDIPE) e “Barsa”, sendo que, da última, compraram durante anos as edições do “Livro do Ano” e “Ciência e Futuro” – livros que eu li e reli durante minha adolescência. Como não havia livros de poesia e teatro em casa, até os meus quinze anos eu orientei minhas leituras para o campo da História, Mitologia Greco-Romana e Dinossauros. Nesta época que sonhava em trabalhar como arqueólogo (uma “arqueologia” que, na minha então mente infantil, também incluiria Paleontologia e Paleografia…), para desespero de minha mãe, que não via com bons olhos a idéia de eu ser professor. Foi com a minha entrada no curso Científico (e, conseqüente, com o início das aulas de Literatura Brasileira e Filosofia) que comecei a mudar o rumo dos meus interesses. Foi a época em que eu li, através da biblioteca do meu colégio, Machado de Assis, José de Alencar, Goethe, Castro Alves, Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães, Fernando Pessoa, um volume de contos de Edgar Allan Poe, “Inocência” de Visconde de Taunay, “Cândido” de Voltaire, “As viagens de Gulliver” de Jonathan Swift, “Frankenstein” de Mary Shelley, “A Volta do Parafuso” de Henry James, “A insustentável leveza do ser” de Milan Kundera, e os paradidáticos sobre sexualidade, política, história, Oriente Médio e astronomia. Também a partir dos quinzes anos que eu comecei a ler com assiduidade a revista “Playboy” – e foi com as reportagens sobre comportamento humano que eu, mais tarde, passei a me interessar sobre o tema Erotismo e Cultura. 

No segundo semestre de 1995 eu fiz um curso de Comunicação Instrumental pelo recém-criado campus Valença do então Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (CEFET/BA). Nesta época eu estava perto de concluir o ensino médio e iria me inscrever para fazer o vestibular. Inicialmente eu fiquei em dúvida: Por um lado, havia meu interesse e minha vontade de estudar História. Por outro lado, eu fizera um teste vocacional que apontava para Letras. E, indiretamente havia a cobrança de meus pais para eu escolhesse uma carreira universitária que fosse economicamente “rentável” (Pela vontade de minha mãe eu teria me formado em Direito…). Diante do impasse e motivado pelo curso que fizera no CEFET, resolvi escolher um curso que poderia ser a “síntese dialética” disso tudo: um curso superior onde eu pudesse de alguma forma estudar ao mesmo tempo História, Política, Literatura e Artes, e que tivesse de algum prestígio social (pelo menos, para minha família). Por que eu, ingenuamente, inscrevi-me para dois vestibulares em Comunicação: Jornalismo na UFBA e Relações Públicas na UNEB. Sobre a escolha das universidades, há uma coisa engraçada a contar: Meu pai só deixou fazer eu me inscrever nos vestibulares de universidades públicas por elas serem gratuitas, e não pela excelência do ensino…

3 Pernas e Cabeça na Academia

3.1 FACOM feita a facão
Concluí o ensino médio em 1995. Em 1996, aos 18 anos de idade, eu entrava para o curso de Jornalismo na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/Ufba), que naquela época ainda ficava no campus Canela. Entre na segunda lista, para cursar o segundo semestre. E assim, estudei lá até o primeiro semestre de 2003, sem, contudo, concluir o curso. 

Às vezes, eu penso na minha experiência como “faconiano” como uma comédia de erros: Em primeiro lugar, tinha uma visão muito romântica e idealizada em relação ao jornalismo e que estava a centenas de milhares de trilhões de anos-luz de distância da realidade. Em segundo lugar, a falta em mim de perfil não só para o curso em si, para toda e qual área de ciências aplicadas. Em terceiro lugar, eu entrei numa época em que a Faculdade de Comunicação estava em plena ebulição, com a implantação do doutorado em Comunicação e Cultura, da nova habilitação em Produção em Comunicação e Cultura, reforma curricular e lutando por uma infra-estrutura melhor para o curso, uma vez que o prédio azul do campus Canela já não mais atendia às necessidades da faculdade. Em quarto lugar, Entrei com um escore baixo e, sem ter tido habilidade em melhorar minhas notas nos primeiros semestres, eu não conseguia vaga para muitas disciplinas-chave do curso e assim acabou criando uma gargalho que dificultava o avanço no curso. E, last, but not least, minha família se mudou para Salvador junto comigo e, sem terem vivência tanto acadêmica como em uma cidade grande, deram várias conselhos e orientações equivocadas (involuntariamente, seja dita a verdade). A verdade é que acabei fazendo um curso irregular, em que alternavam boas notas em “Oficina de Fotografia”, “Temas Especiais em Fotojornalismo” e “Programação Visual”, notas medianas em “Oficina de Assessoria de Comunicação” e “Comunicação e Política” e o completo fracasso em “Semiótica” e “Comunicação e Tecnologia”. Em decorrências das notas baixas, acabei abandonando o desejo de fazer parte de algum grupo de pesquisa dentro da universidade. E admito que, a um determinando ponto do curso, eu continuei a estudar jornalismo mais por teimosia de simplesmente terminar o curso do que realmente ou convicção de que eu ainda gostava do curso. E foi assim que, melancolicamente abandonei o curso no final do primeiro semestre de 2003, sem fazer os exames finais das disciplinas eu que estava cursando no momento, e nem comparecendo à matrícula no outro semestre. Foi uma das decisões mais difíceis que eu tomei na minha vida, pois teria que admitir um fracasso meu, exatamente, no terreno que eu me considerava bom.

Bem, falando assim eu posso parecer amargo e que estou carregando na impressão negativa dos anos que estudei na Facom, como se eles fossem apenas de infortúnio e tristeza. Contudo, ele não o foi apenas um mar amargo de lágrimas. Também houve seus momentos luminares, contribuíram para minha formação pessoal humanística. Eu soube tirar proveito das ofertas de disciplinas optativas e do próprio corpo docente da UFBA. Eu enriqueci minhas leituras, ampliando meu leque de autores. Foi quando comecei a ler Friedrich Nietzsche, Karl Marx, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, Willian Shakespeare, Luiz Gama, Florbela Espanca, João Ubaldo Ribeiro, Umberto Eco (Ensaios e ficção), “Alcorão” (na tradução de Mansour Chalitta, anos antes da novela global “O Clone” trazer a cultura árabe para os holofotes da indústria cultural), “Bhavagad Gita” (tanto na tradução de Rogério Duarte como na de Bhaktivedanta Swami Prabhupada), A “Epopéia de Gilgamseh”, “História” de Heródoto, “Rubayyat” de Omar Khayyam, e Homero. Também comecei a ler meus primeiros livros eróticos, como o “Teresa Filósofa”, “O Amor Natural” de Carlos Drummond de Andrade, “O Amante de Lady Chatterley” de D.H.Lawrence, “Fire” de Anaïs Nin, “Ars amatoria” de Ovídio e “As Ligações Perigosas” de Choderlos de Laclos. Lia naquela época como um curioso, um amador que realmente ama a literatura e descobria um filão que, para mim, ainda era desconhecido.

Olhando para estes anos que se distanciam de minha vida, sinto que chega a hora dos noves-fora: Entrei imaturo na faculdade, saindo direto de aconchego da vida interiorana para o caos cosmopolita da capital do estado. Entrei na cova dos leões e demorei a aprender sobre a lide acadêmica, como não se perder nos meandros da universidade. Considero que eu entrei também em um período de turbulências – a faculdade onde estudava entrava em um período de expansão intelectual e física; o debate sobre o modelo neoliberal da gestão Fernando Henrique Cardoso / Paulo Renato fez com a comunidade universitária acirrasse os ânimos e respondesse com greves longas, o meu próprio processo de amadurecimento, onde tive que confrontar meu antigo aprendizado com os novos caminhos que minha vida tomava. 
Acredito que tive lucro nos meus anos de faconiano, em que fui abrindo a facão pela estrada tortuosa de minha vida: Não me formei jornalista, mas aprendi sobre narrativa jornalística. Descobrir que a minha vocação está na Área de Letras e para lá eu deveria migrar a minha vida acadêmica. Sedimentei em alguns campos do conhecimento e abrir os horizontes para outros. Estudei fotografia, porque eu gostava; e aprendi programação visual, que ainda hoje me é útil na minha vida pessoal (inclusive no ponto de vista pessoal). A minha passagem pelo jornalismo também facilitou meu entendimento sobre o novo campo da educomunicação. Também participei de dois eventos acadêmicos. Se a teimosia em continuar um curso que já não mais me agrada pode ser um defeito, a obstinação em querer sempre aprender e assim enfrentar as dificuldades imposta pode ser uma virtude no ensino superior. Foi o meu momento de crescimento pessoal e amadurecimento, em que eu me sentia realmente preparada para prosseguir nos estudos universitários. 

3.2 O idílio unebiano
Se mais de sete semestres como estudante eu servir ao Jornalismo, embora minha vocação era por outra área do conhecimento e só ela a lógica apontava onde eu deveria estudar, meti-me (tal e qual ao Jacob bíblico) a novamente submeter ao vestibular e assim servir por mais outros tantos semestres a um novo curso, pois, para tão curta vida, tão longa é a arte. Final de 2003 eu inscrevi-me em duas universidades estaduais. Letras/Inglês na UNEB Campus 1; Letras/Francês na UEFS. Nas duas eu passei em boas colocações: Primeiro lugar em Feira de Santana, segundo lugar para Salvador. Como eu já morava aqui, preferir estudar Inglês na UNEB. 

A princípio, pensei que vivia um deja-vù: O curso que eu entrei também passava por reforma curricular em que se abolia a habilitação dupla. No caso, que optara pelo curso noturno de Letras deveria estudar só Língua Inglesa e suas literaturas. Pensei que era karma. Segui em frente. Respirei fundo. Gritei meu alea jacta est e cruzei meu Rubicón particular e hoje pelo responder como César respondeu posteriormente aos senadores: Veni, vidi, vici! A experiência que tive na Facom, com seus os erros e acertos, ajudou-me a prevenir as armadilhas e fazer o curso com tranqüilidade e proveito, como se eu navegasse com mar de almirante e céu de brigadeiro. Em primeiro lugar, comecei fazendo um pequeno planejamento quanto a curso, enxergar quais disciplinas poderiam dificultar meu avanço e quais eu deveria extrair mais conhecimento para minha trajetória. Naturalmente, meu interesse maior estava no campo da Literatura, depois Tradução; sem, contudo, descuidar da parte de Lingüística e Didática

Naturalmente, minhas leituras nestes anos foram mais orientadas para autores anglo-americanos (principalmente os norte-americanos, como os contos Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Sylvia Plath e a prosa de Anaïs Nin) e a literatura baiana contemporânea (José Inácio Vieira de Melo, de quem fui colega na Facom; Renata Belmonte, Állex Leila e Eliana Mara). Também passei a ler com mais atenção obras de crítica literária e cultural, como Antoine Compagnon, Silviano Santiago, Camille Paglia e Nelly Richard.

Graduei-me com a monografia “O Olhar de Marianne: um estudo sobre o voyeurismo em um conto de Anaïs Nin”, orientada pela professora Sônia Simon. Nela, eu discuto erotismo (sobre a visão de Alberoni e Octavio Paz), voyeurismo e exibicionismo (sob a óptica da psicanálise) narrativos da norte-americana Anaïs Nin, durante o segundo semestre letivo de 2009. O gênesis desta monografia começa ainda no primeiro semestre, com um pequeno comentário da professora Conceição Reis, numa aula sobre o medievo lusitano, sobre o fato de que as cantigas satíricas (marcadas pelo conteúdo erótico) eram pouco estudadas em relação às cantigas líricas. Concomitantemente, ocorreu lançamento de vários livros de temática erótica e de autoria feminina (como pode ser observado nas matérias de Ruth de Barros na revista “Playboy ”, Carlos Freire no jornal “Faro de Vigo ” e Simone Esmanhotto na revista “Cláudia ”). Quando eu comparei estes fatos com a leitura do prefácio de livro “Delta de Vênus” de Anaïs Nin, em que ela reflete sob o fato de que até então (década de 30 do século passado) não havia uma tradição feminina de literatura erótica ; notei que este seria um bom campo a ser estudado. E durante toda a graduação fui aprofundando minhas leituras em autores eróticos, como Ana Ferreira, Catherine Millet, os libertinos franceses (Marquês de Sade, Crebillion Fills, etc), Rachel Kramer Bussel, Tristan Taormino, Hilda Hilst e as novas autoras da chamada “Literatura de Prostituição”: Paula Lee, Vanessa de Oliveira, Raquel Pacheco, Diablo Cody e Brooke Magnani (sob o nome “Le Belle de Jour”), paralelamente eu fui lendo os teóricos, como Georges Bataille, Octávio Paz, Michel Foucault e Francesco Alberoni. Este último, com sua tese, de que homens vivenciam o erotismo de forma descontínua e as mulheres, de forma contínua, mostrou-me o que tinha o meu instrumental para a análise literária destas obras, o que culminou na minha monografia e na vontade de desdobrar estas pesquisas na pós-graduação.

3.3 Passos Seguintes…
Em maio de 2010 colei o grau de Licenciado em Letras.  Pensava em entrar logo no mestrado, quando minha orientadora sugeriu que eu fizesse, primeiro, uma especialização.

Ainda no segundo semestre de 2010, matriculei-me como aluno especial da disciplina “Teorias da Narrativa”, do Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura da UFBA. Fui mais com a intenção de aprofundar meus conhecimentos teóricos com narrativas para que eu melhor pudesse balizar o meu futuro projeto de mestrado. No final de 2010, soube que o curso de especialização em Estudos Lingüísticos e Literários da UFBA abrira inscrição. Inscrevi-me e desde abril deste ano que eu estou cursando as disciplinas finais do curso. Optei em seguir a área de Literatura, onde apresentarei uma monografia sobre representações eróticas em dois contos da escritora paulista Ana Ferreira. Paralelamente à especialização, estou cursando, como aluno especial, as disciplina “Literatura e Psicanálise”, no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da UNEB – campus 1 e “Estudos da Narrativa”, do Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura da UFBA.

4 O hoje é dia de… atividades acadêmicas complementares! 

Além das aulas que assistir, eu participei de algumas atividades acadêmicas complementares, para melhor minha formação acadêmica e profissional.

Na Facom, participei como ouvinte do I COMBAHIA - Encontro sobre Novas Tecnologias de Comunicação, promovido pela FACOM 1997 e do I Congresso da REDECOM Bahia, promovido pela Rede de Escolas de Comunicação da Bahia em 2002. No primeiro evento, a discussão voltasse mais para uma internet ainda incipiente, ainda dominada pelas home-pages. Uma discussão interessante foi fotografia, quando se falava das montagens fotográficas. Já o segundo evento foi um congresso que reunia todas as faculdades de comunicação do estado da Bahia. Participei como ouvinte, mas como parte da disciplina “Oficina de Assessoria de Comunicação,” em que nós, estudantes, estávamos ajudando a assessorar o evento. 

Já no curso de Letras, participei como ouvintes dos seguintes eventos: Seminário de Cultura e Letra de Música, promovida pela UFBA em julho de 2006; Jornada de Estudos Canadenses, promovido pelo Núcleo de Estudos Canadenses (NEC) da UNEB em abril de 2008, I Seminário de Estágio de Letras da UNEB (SELETRAS), promovido pelo curso de Letras da UNEB em julho de 2008; 1º Fórum Baiano de Educação Especial, promovido pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC) em setembro de 2008; videoconferência “Agora a História é outra: Consciência Negra na Educação da Bahia”, promovido pela SEC em novembro de 2008; “I Seminário Internacional Enlaçando Sexualidade", promovido pelo Núcleo de Estudos de Gêneros e Sexualidades Diadorim (NUGSEX DIADORIM) da UNEB, em julho de 2009. No SELETRAS, eu apresentei a comunicação oral “Sob o Signo de Toth: uso e tipos de textos no ensino da língua inglesa”, como resultado do meu trabalho na disciplina “Estágio I”. Nele, eu comparava o uso e os tipos de textos na rede estadual de ensino com um curso de língua inglesa.

Como membro da comissão organizadora, participei da Aula Temática “Literatura e Cultura Afro-Descendente, Negra e Africana” ocorrida na UNEB em abril de 2008 e da “II Videoconferência de Educomunicação”, organizada pela Coordenação de Novas Mídia e Tecnologias | Educomunicação da SEC, em julho de 2009. No primeiro, contamos a participação de Jaime Sodré Oliveira e José Carlos Limeira como palestrantes sobre literatura negra e cultura de matrizes africanas no Brasil, e de Tonho Matéria, que fez uma apresentação de toque de atabaque. Na segunda, Terezinha Fróes e Ismar Soares como palestrantes sobre Educomunicação, que é um campo multidisciplinar que traz para Educação alguns elementos da Comunicação Social, como a autoria na produção do conhecimento e empoderamento do aluno através do uso das tecnologias da comunicação para fins didáticos.

Durante o período em que curso a especialização, participei como ouvinte do “Curso Jorge Amado / I Colóquio de Literatura Brasileira”, co-promovido pela Academia de Letras da Bahia e pela Fundação Casa de Jorge Amado, em agosto de 2001; do “Curso Castro Alves / VI Colóquio de Literatura Baiana”, promovida pela Academia de Letras da Bahia em setembro de 2011 e do “II Seminário Internacional Enlaçando Sexualidade”, promovido pelo NUGSEX DIADORIM, em setembro de 2011. Neste último, eu apresentei a comunicação oral “O olhar de Marianne: Um estudo sobre o voyeurismo no conto de Anaïs Nin”, originária da minha pesquisa para a monografia de conclusão de curso.

Destes eventos que participei, o que mais contribuíram foram os Seminários Internacionais “Enlaçando Sexualidade”, em que pude entrar em contatos que as discussões sobre Erotismo, Cultura e Estudos de Gêneros. No primeiro, participei do enlace “Literatura, Comunicação e Mídia”, com discussões sobre autoria e representação feminina nas artes, pornografia feminista, sexualidade e mídia, etc. No segundo, participei do enlace “A produção artística de autoria feminina: escrita de mulher em foco”, em que se discutiu erotismo e literatura feminina, relação entre gênero e raça, subjetividade feminina na literatura, etc.

5 Carteira Assinada e contratos de trabalho

Basicamente, minha vida profissional está ligada ao serviço público. Comecei a trabalhar, oficialmente, em 2 de fevereiro de 2008, em regime de contrato temporário, na Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Lá, ocupei as funções de agente de pesquisa (nível médio) na Superintendência Estadual de Pesquisas Industriais, sendo posteriormente transferido para Centro de Processamento de Dados. Trabalhei lá durante dois anos (até janeiro de 2000), tempo máximo legal para minha permanência como servidor público lotado neste órgão. 

Três meses após ter terminado meu primeiro emprego, fui chamado para estagiar na assessoria de imprensa no Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado da Bahia (SINTSEF-BA). Fiquei lá de abril de 2000 até a primeira quinzena de janeiro de 2003. Neste período, ganhei experiência em redação de textos jornalísticos (press-releases, notícias e textos para o website), editoração, fotojornalismo e assessoria de comunicação. Nesta época, fui co-criador (junto com Marcílio Rocha Ramos, na época, meu supervisor) da logomarca e do projeto gráfico do jornal “AaZ”. Também publiquei neste jornal duas matérias de literatura: uma sobre Patativa do Assaré e um perfil do Machado de Assis como servidor público. Também fiquei co-responsável pelo boletim diário Via Direta. Nesta época que eu ganhei experiência como programador visual.

Depois que sair do SINTSEF-BA, fiquei sem trabalhar até 2009. Aproveitei o tempo para me dedicar aos estudos no curso de Letras. Quando já estava na fase final da graduação, escrevendo a minha monografia, voltei a trabalhar na Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC). Convidado por Marcílio Rocha Ramos, que na época era coordenador Novas Mídias e Tecnologias | Educomunicação, eu fui trabalhar na implantação do projeto “Cinemação”: que era a produção de vídeos educacionais feitos pelos próprios alunos, usando telefones celulares, aplicando a metodologia de Paulo Freire das rodas de culturas. Lá fiquei de abril à setembro de 2009, com o cargo de Coordenador IV (Técnico em Educação).  Nesta época, fiz a arte da capa do DVD “TV Pendrive – Monitor Educacional” e fui um dos co-organizadores da II Videoconferência de Educomunicação da SEC.

Em setembro de 2009, fui convidado para trabalhar na Assessoria de Comunicação da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), no núcleo de designer gráfico. Pedi demissão do meu cargo na SEC e assumir minhas funções na SESAB em outubro de 2009. Fiquei responsável pela arte dos materiais gráfico (panfletos, faixas, cartazes, logomarcas, banneres, etc.), elaboração de peças para internet (como ilustração das notícias e dos banneres eletrônicos), a diagramação do 2ª edição do boletim impresso “Você” e elaboração do boletim eletrônico semanal “Infosaúde”. Em agosto de 2001 eu pedi demissão, para que eu pudesse me dedicar exclusivamente para seleção do mestrado.

6 Colhendo os meus frutos: produção em C, T & A e Concursos

Desde adolescente que eu gosto de escrever. Resultado direto de minha paixão pela leitura e com um pouco de influência de meu tio Valdo Sousa da Hora, que era poeta e ator (amador), comecei a escrever meus primeiros versos aos 16 anos. Nesta mesma idade, como mencionado anteriormente, publiquei o meu primeiro texto, “Saudade” no livro “Quase Escritores”, antologia organizada pelo Educandário Paulo Freire da produção literária dos seus alunos e lançado na 1ª Literarte (Festival de Literatura e Artes). 

Em 2002, ganhei a Menção Especial (para autores baianos) no Concurso Iararana de Poesia, concurso nacional promovida pela revista “Iararana” de literatura, cultura e crítica. Como parte do prêmio, meus poemas “Entardecer no Inverno”, “Canto para Avalon” e “Cântico dos Lírios” foram publicados na 8ª edição da revista, que foi lançada também em Paris e Budapeste. No mesmo ano, o jornal valenciano “Costa do Dendê” publicou o poema “Entardecer no Inverno”.

Em 2004, lancei independentemente o meu primeiro livro de poesia, “Flores no Lago”. Além dos textos, eu fiz a foto e a arte da capa e editoração do livro. No mesmo ano, a Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE), na cidade do Rio de Janeiro, publicou meu conto na “Antologia de Contos de Autores Contemporâneos” e poemas nos 8° e 10° volumes da “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos”. “Cântico dos Lírios”, que viria a ser republicado pela CJBE no “Panorama Literário Brasileiro 2004 POESIA”, em que reúne os 100 melhores poemas publicados no ano.

Pela CBJE, os seguintes textos meus foram publicados nas seguintes antologias: 34° e 56° volumes da “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos”, dois volumes da “Sensualidade em prosa e verso”, “Livro de Ouro do Conto Brasileiro”, “Novos Talentos do Conto Brasileiro” e o 17° volume da “Antologia de Contos Fantásticos”. Os poemas “O Beijo”, “Sangue das Vinhas” foram republicados, respectivamente, “Panorama Literário Brasileiro 2007 POESIA” e “Panorama Literário Brasileiro 2009 POESIA”, dentre os melhores poemas do ano.

No ano de 2010, participei da antologia “Novos Valencianos”, organizada por Araken Vaz Galvão, que reuni a nova geração de escritores da cidade de Valença, que despontou no projeto “Ocupação Cultural”: sarau multimídia e oficina de idéia que acontece mensalmente nessa cidade desde março de 2009.

Em 2009, eu publiquei o texto “Vestígios Poéticos e Existenciais de Renata Belmonte” na revista eletrônica “Verbo21”, em que faço a resenha do romance “Vestígios da Senhorita B”. E desde 2007 que eu colaboro esporadicamente com poemas, artigos e resenhas para o jornal “Valença Agora”. E mantenho um blogue, chamado “Castelo do Bardo Celta”, que está no ar desde outubro de 2011, onde eu publico meus contos, poemas, artigos, crônicas e outros textos…

Além do prêmio Iararana, ganhei três menções honrosas (2005, 2007 e 2009) no Concurso de Poesia da Academia de Letras do Recôncavo, sendo que os meus poemas premiados foram publicados em mini-antologias, em que reuniam os dez melhores poemas de dez autores participantes do concurso. E em decorrência de em 2009, ter ganhado a menção especial no Concurso da ALER e de um dos poemas ter sido escolhido para o “Panorama Literário Brasileiro 2009 POESIA”, a Câmara Municipal de Valença deu-me uma Moção de Aplauso.

Além disso, acrescenta-se na minha lista de produção as duas comunicações orais “Sob o Signo de Toth: uso e tipos de textos no ensino da língua inglesa” e “O olhar de Marianne: Um estudo sobre o voyeurismo no conto de Anaïs Nin”, a monografia de conclusão de curso, “O olhar de Marianne: Um estudo sobre o voyeurismo no conto de Anaïs Nin”, três relatórios de estágio supervisionado (apresentados como requisito parcial apara avaliação nas disciplinas) e meus livros inéditos: “Flores do Outono”, “Sombras do Luar”, “Brumas do Lago”, Torre de Quimeras (livros de poesia), “Peregrino en una Noche sin Luna” (de poemas em espanhol e inglês), “Prosas Bárbaras” (miscelânea de ensaios, crônicas e artigos), “Polígonos – contos e estórias” (contos) e “As Corujas de Frei Ethereld” (peça de teatro).

Atualmente pleiteio uma vaga para aluno regular de mestrado pela Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura, com o intuito de ampliar e difundir mais a temática sobre Erotismo e Literatura Feminina Contemporânea, desmistificando assim o preconceito e estimulando maiores estudos sobre essa questão. Sempre fui um apaixonado pelos livros e pelo estudo, e com possível re-ingresso na Academia, desta vez no Curso de Mestrado permitirá aprimorar ainda e galgar novos espaços no ambiente social. 

Um comentário:

Unknown disse...

Prezado José Ricardo. O livro em que analiso seu poema "O Farol e o Mar", está à venda no Clube de Autores. Quando puder, dê uma passadinha por lá para conferir minha análise.
O título do livro é "As Relações entre a Tecnologia e a Composição Poética". Acesse www.clubedeautores.com.br e procure os livros do autor João Rosa de Castro. Eu mesmo. Um abraço.

Biblioteca do Bardo Celta (Leituras recomendadas)

  • Revista Iararana
  • Valenciando (antologia)
  • Valença: dos primódios a contemporaneidade (Edgard Oliveira)
  • A Sombra da Guerra (Augusto César Moutinho)
  • Coração na Boca (Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo)
  • Pelo Amor... Pela Vida! (Mustafá Rosemberg de Souza)
  • Veredas do Amor (Ângelo Paraíso Martins)
  • Tinharé (Oscar Pinheiro)
  • Da Natureza e Limites do Poder Moderador (Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos)
  • Outras Moradas (Antologia)
  • Lunaris (Carlos Ribeiro)
  • Códigos do Silêncio (José Inácio V. de Melo)
  • Decifração de Abismos (José Inácio V. de Melo)
  • Microafetos (Wladimir Cazé)
  • Textorama (Patrick Brock)
  • Cantar de Mio Cid (Anônimo)
  • Fausto (Goëthe)
  • Sofrimentos do Jovem Werther (Goëthe)
  • Bhagavad Gita (Anônimo)
  • Mensagem (Fernando Pessoa)
  • Noite na Taverna/Macário (Álvares de Azevedo)
  • A Casa do Incesto (Anaïs Nin)
  • Delta de Vênus (Anaïs Nin)
  • Uma Espiã na Casa do Amor (Anaïs Nin)
  • Henry & June (Anaïs Nin)
  • Fire (Anaïs Nin)
  • Rubáiyát (Omar Khayyam)
  • 20.000 Léguas Submarinas (Jules Verne)
  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Jules Verne)
  • Manifesto Comunista (Marx & Engels)
  • Assim Falou Zaratustra (Nietzsche)
  • O Anticristo (Nietzsche)