Sua Majestade, O Bardo

Minha foto
Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Canção para Minhas Musas


Canção para Minhas Musas

Valença; 18 de julho de 2012 (23h56)

Canção de todas as meretrizes e todas as amadas,
Não sei por que quero cantar este canto ébrio!
Canto porque o vinho existe e nada está completo
Nesta minha vida miseranda de poeta.
Canto porque vocês estão aí, com tuas pernas abertas
E lembram-me um passado inventado nos poemas!
Ah! Vejo-te agora candidatas, casadoiras, professoras,
Vejo-te cantando uma sinfonia em minha flauta vertebral!
Vejo-te alegres, cinzas, taumaturgas, traídas;
Vejo-te sem mim, mas em mim estão teus corpos
E teus perfumes e teus pecados tão bem gozados…
Vejo-te condessas e tristes em meus cantos,
Pois vós sóis amadas, mas não por um poeta!

Mas há uma lembrança boa em minha estrela
Que fulgura anil nos sonhos de Shangri-lá!
São lembranças de beijos escarlates na aurora
Ou de gemidos em um leito na memória.
E nestas lembranças eu fui homem e feliz!
Escala de sol de Nenhures, estrela bariônica
De infinito calor e luxúria, canto às lembranças
Das bem amadas anônimas que rasgaram minha blusa amarela
E com ela costuraram dez quilômetros de amanhecer.
Canto às bem-amadas que rasgaram minha carne
E deitaram-se famélicas na depressão no deserto de Neguev.
Canto às bem-amadas que desaparecem
Numa noite de temporal, noite sem Lua,
Noite em Luanda, por onde andará minha Lua?
Lua de orgasmos obscenos no céu arco-íris,
Diga-me: quantas bem-amadas ainda se lembram de mim?
Castelo de sonhos doloridos, sob nuvens construído,
Nesta sinfonia silenciosa canto a existência delas,
Que já me olvidaram em seus beijos e suas preces.
Mas, mesmo assim, nas trevas da noite, lembro-me
Como um arqueólogo que ama a poeira do passado…

Minhas bem-amadas, beijos de infinito,
De um pulsar azul emito meu grito,
Mayakóvisky perdido nas brumas do espaço…
Beijos, beijos e beijos, musas esquecidas de meu passado!

Nenhum comentário:

Biblioteca do Bardo Celta (Leituras recomendadas)

  • Revista Iararana
  • Valenciando (antologia)
  • Valença: dos primódios a contemporaneidade (Edgard Oliveira)
  • A Sombra da Guerra (Augusto César Moutinho)
  • Coração na Boca (Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo)
  • Pelo Amor... Pela Vida! (Mustafá Rosemberg de Souza)
  • Veredas do Amor (Ângelo Paraíso Martins)
  • Tinharé (Oscar Pinheiro)
  • Da Natureza e Limites do Poder Moderador (Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos)
  • Outras Moradas (Antologia)
  • Lunaris (Carlos Ribeiro)
  • Códigos do Silêncio (José Inácio V. de Melo)
  • Decifração de Abismos (José Inácio V. de Melo)
  • Microafetos (Wladimir Cazé)
  • Textorama (Patrick Brock)
  • Cantar de Mio Cid (Anônimo)
  • Fausto (Goëthe)
  • Sofrimentos do Jovem Werther (Goëthe)
  • Bhagavad Gita (Anônimo)
  • Mensagem (Fernando Pessoa)
  • Noite na Taverna/Macário (Álvares de Azevedo)
  • A Casa do Incesto (Anaïs Nin)
  • Delta de Vênus (Anaïs Nin)
  • Uma Espiã na Casa do Amor (Anaïs Nin)
  • Henry & June (Anaïs Nin)
  • Fire (Anaïs Nin)
  • Rubáiyát (Omar Khayyam)
  • 20.000 Léguas Submarinas (Jules Verne)
  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Jules Verne)
  • Manifesto Comunista (Marx & Engels)
  • Assim Falou Zaratustra (Nietzsche)
  • O Anticristo (Nietzsche)