Ser escritor. Foi a escolha que eu fiz na vida. Então era de se esperar que eu passe o tempo todo escrevendo alguma coisa: um romance, uma peça de teatro, um tratado científico, um roteiro de filme, uma obra-prima. Ou melhor, que sempre eu teria uma idéia interessante de um super-conto ou de mega-poema. Ou ainda, que eu tivesse uma coluna de crônica regularmente atualizada. Só que nem uma nem outra coisa ocorrem na minha vida. Pelo menos não na forma que eu adoraria.
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Hoje mesmo, apesar de ter escrito um poema, posso me considerar que estou em crise. Crise de que? Não me falta idéias nem leituras. Vontade eu tenho. Tempo não teria do reclamar. Só que me falta o sossego necessário. O sossego d'alma, confiante, que me diga: Já pode começar a escrever tua obra-prima! Talvez um dos maiores temperos na escrita é uam espécie de sossego interior, que coadune as tormentas das possibilidades com a serenidade na confiança de seu talento.
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Só que quando falta este sossego..... Tudo fica chato! A tela em branco (eu falei tela em branco? já se foi o tempo do medo da folha branca...) é o carrasco. Os livros não inspiram novos textos, só expiram um que de inveja. O que fazer então?
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Bem, acho no fundo, isso tudo é só uma vontade de ler Pergunte ao Pó, de Fante. A história que é abordada nele fala realisticamente o que é a vida da maioria dos escritores, que ainda estão batalhando um lugar ao Sol. Longe do glamour dos grandes salões e das honrarias, o que resta são os livros que destinam ao sotão da eternidade e as carreiras disperdiçadas em quimeras.
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No mais? Eo só preciso é continuar na minhas busca sobre qual é o barato de ser um escritor. Garçom, mais cerveja, por favor. Au revouir!
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Salvador, 18 de junho de 2006
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