Canção das Bundas
(um poeminha safado)
Salvador, 13 de julho de 2000 (00h23)
“A bunda, que engraçada,
Está sempre sorrindo, nunca é trágica”
Carlos Drummond de Andrade
As nádegas são mais que bundas,
São grandes sinos de macio bronze
No bailado balançar brejeiro
Da baiana, que passa na rua.
De nada as nádegas têm de lúdico.
É ninho inocente e luxurioso,
Que nadam na malícia pueril
Que nasce de sua imagem lunar.
Flutuam, antes, nos sonhos sonsos
Do marujo que tem sede de terra,
Do mancebo que desperta pro desejo,
Das várias cabeças varonis.
Que, vendo o badalar do traseiro,
Procuram o desejo ou o amor
E acaba se rendendo as graças
Do balançar de uma bunda.
(Podem, nas alturas do busto,
Confabular os sensuais seios:
‘E nós, frutos da vida, onde
Entramos neste belo mosaico’)
Sinceramente, o que me agrada
Mesmo, é o conjunto brejeiro,
Da bunda que rebola, da boca
Que provoca, do seio que se insinua,
Da nuca sedosa, macia e nua
Gosto corpo feminil inteiro…
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