Sua Majestade, O Bardo

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Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Os (diversos) nomes de Eros

Os (diversos) nomes de Eros
"Definir erotismo, traduzir e ordenar, de acordo com as leis da lógica e da razão, a linguagem cifrada de Eros, seria caminhar em direção oposta ao desejo, ao impulso erótico, que percorre a trajetória do silêncio, da fugacidade e do caos. O caráter incapturável do fenômeno erótico não cabe definições precisas e cristalinas – os domínios de Eros são nebulosos e movediços."
Lúcia Castello Branco
"O erotismo é sexualidade transfigurada: metáfora"
Octávio Paz
O senso comum remete a idéia de erotismo às noções de sexo, da sensualidade, do amor, do desejo, e do requinte[1]. E quase sempre em uma relação tensa com a pornografia (onde termina uma para começar a outra?). Mas o que é erotismo? Etimologicamente, Eros vem da raiz grega Ερως e significa amor (que, por sua vez, é raiz da palavra grega Ιμερος, Imeros, que significa paixão, desejo).
Na mitologia greco-romana, o que os gregos chamavam de Eros[2] (e que os romanos sincretizaram como Cupido) era a personificação do Amor – mais precisamente do amor sensualizado, ligado ao instinto da reprodução da vida. Ou como define Lúcia Castello-Branco, "(…) Eros é o deus do amor, que aproxima, mescla, une, multiplica e varia as espécies vivas". Na versão mais popularizada do mito, Eros é representado como um menino alado e travesso (cuja idade variava entre a infância e a adolescência), filho de Afrodite/Vênus[3] (deusa do amor, da beleza e dos prazeres) e que vive a acertar os corações humanos e divinos com flechas incendiárias que despertavam paixões nos atingidos. Quando apresentado como criança, a ele é atribuído um irmão[4], Anteros, que surgia ora como um deus vingador "dos que são desprezados no amor", ora "como símbolo do amor recíproco" (BULFINCH: 1962, 16). Este irmão seria responsável pelo crescimento de Eros – fato interpretado como a metáfora de que o afeto necessita ser correspondido para desenvolver-se. Já quando é representado como adolescente, aparece casado com a princesa Psiquê, a personificação da alma humana. Em todos os casos, é um deus jovial, ousado, maroto e audaz que consegue exercer seu poder (inflamar o amor no coração) desde os seres humanos até os próprios deuses — não hesitando, inclusive, de flechar sua mãe e o próprio Zeus[5],[6], rei do Olimpo. Foi inflamado pelas setas de Eros que Zeus (mesmo casado com Juno) se envolveu em tantas aventuras amorosas com outras deusas e mortais ­- a exemplo dos mitos de Europa, Leda e Antíope. Aliás, já prevendo singular poder e suas conseqüências que Zeus, no nascimento de Eros, quis obrigar Afrodite que ela se desfizesse do filho, ordem que ela desobedeceu, ocultando o filho numa floresta e o amamentando com leite de animais ferozes. Outra versão, mais primitiva do mito, já o associa à Criação do universo, na geração anterior aos Titãs. Eros, neste caso, seria a força que teria ajudado a criar o Universo a partir do Caos (O ovo cósmico). Segundo René Ménard, "Cupido, nos tempos primitivos é considerado um dos grandes princípios do universo e até um dos mais antigo dos deuses. Representa "a força poderosa que faz com que todos os seres sejam atraídos uns pelos outros, e pela qual nascem e se perpetuam todas as raça" (MÉNARD: 1997, 01).
A partir do mito greco-romano, podem-se depreender dois aspectos que estarão presente na discussão sobre erotismo: Um, derivado do mito primevo, é a relação de criação dos seres, a força reprodutiva; Outro (de certa forma, reforçando o primeiro aspecto), de que o amor também é carnal, é sexo, é sensualidade.
Do significado Ερως, Eros como amor (também carnal) a língua grega herdou várias expressões, como Ερωτος, Erotos, significando "Amor"; Ερωτις, Erotis, significando "amante"; Ερωτύλος, Erotulos, significando tanto "amoroso" como "erótico" e Ερωτιον, Erotion, significando "namorico" ou "passatempo amoroso". Semanticamente a raiz "Ero–" conduz a palavra "erotismo" para o ambiente dos impulsos sexuais. Contudo, o erotismo não se limita a sexualidade no ponto de visto biológico. Como afirma Lúcia Castello-Branco, em seu livro "O que é erotismo":
Não será, portanto, apenas através dos canais da sexualidade explícita que Eros se fará ouvir. Aliás, o segredo de seu poder parece residir exatamente nesta maleabilidade: o erotismo deriva de impulsos sexuais, mas é capaz de ultrapassa-los e de revelar mesmo em contextos onde é grande a repressão à sexualidade, mesmo em casos de extrema sublimações dos impulsos sexuais. (CASTELLO-BRANCO: 2004, 14)
Partindo do mito dos andróginos[7], Lúcia transcende o conceito de união, implícito na união sexual ou amorosa que se efetua entre dois seres para uma noção mais ampla de conexão do ser com o universo. Da mesma forma que os seres mutilados surgidos da separação dos andróginos procuram suas metades correspondentes para restaurarem a antiga unidade, o impulso erótico se manifesta no ser humano como um desejo de união, completude e totalidade, de integração do eu com o universo. Este impulso passa pela união sexual entre dois ou mais seres humanos (cujo momento do orgasmo a pessoa atingiria este estado de união com o/a parceiro/a) e entre em outros terrenos da vida, como a arte.
Sobre o impulso erótico dentro das artes, Lúcia diz que "A expressão artística se realiza em função de um mesmo impulso para a totalidade do ser, para sua permanência além de um instante fugaz". A comunicação obra de arte/ público é erótica: o primeiro contacto é sensual, pelos sentidos do corpo é que o objecto artístico agrada, desagrada ou se torna indiferente. E o gozo estético que o público teria com a obra de arte seria semelhante ao gozo erótico das perversões, cuja completude chegaria como um fim em si mesmo.
Esta idéia do "Eros" como completude está presente no início do Kama-Sutra. No primeiro capítulo, Vatsyayana, mostra que o Kama (entendido como uma amálgama de amor, gozo e prazer sensual), juntamente com o Dharma (virtude e vida espiritual) e o Artha (aquisição da riqueza material) estão juntos como os fins da existência humana. Para o autor hindu, "O Homem (…) deve praticar o Dharma, o Artha et o Kama" na sua vida – em épocas diferentes, entretanto – para que ele "alcançar o 'Makaha', que dispensa de uma transfiguração ulterior". Ou seja, o amor sensual (e o prazer que o mesmo provoca) é posto pela cultura hindu como um dos caminhos para o ser humano possa atingir a perfeição e voltar ao Criador (em última análise, ser completo e integrado à natureza). Purgar o Kama do ser humano implicaria em mantê-lo na eterna roda de reencarnações – tanto que Vatsyayana lembra que "A execução do ato genital é tão necessária à existência e ao bem estar corporal quanto o alimento e portanto os prazeres correlatos são igualmente legítimos, sendo tão importantes quanto a prática de Dharma e de Artha".
Este aspecto em que o impulso erótico união sexual entre seres humanos seria uma faceta do desejo de união do ser com os objectos do mundo, leva ao outro aspecto do Eros como força da criação. O desejo de totalidade e completude que este impulso remete ao Caos primordial, em que tudo esta junto no mesmo ovo cósmico. A Criação é a força da vida que continua que continua presente, se repetindo em pequena escala o mesmo instante que originou o Universo.
Com base neste aspecto que Georges Bataille define o erotismo como "a aprovação da vida até na morte" (1987:11). Partindo da dialética vida/morte, Bataille observa duas forças regeriam o ser humano: De um lado estaria a força de sobrevivência do indivíduo, sua permanência como ele mesmo. Do outro lado, o desejo de fusão com a pessoa amada (que representaria sua dissolução individual). A atividade erótica prepararia a fusão onde se dois seres humanos se misturariam. Deste modo, Ele afirma que:
A aprovação da vida até na morte é desafio, tanto do erotismo dos corações quanto no dos corpos, desafio, por indiferença, à morte. A vida é acesso ao ser: se a vida é mortal, a continuidade do ser não o é. (…) a desordem erótica imediata nos dá um sentimento que ultrapassa tudo, de forma que a sombrias perspectivas ligadas à situação do ser descontínuo caem no esquecimento. E, para além da embriaguez que abre a vida juvenil, é-nos dado o poder de abordar a morte de frente… (BATAILLE: 1987, 22)
Para tanto, o erotismo em Bataille seria uma experiência interior a ser vivida pelo do ser humano. Aliás, este aspecto de vida interior que seria mais uma diferença entre o erotismo e a sexualidade animalesca. Se nos animais ditos irracionais, a escolha do(a) parceiro(a) é uma escolha puramente instintiva (uma vez que parece que a mesma fora dada), no ser humano depende dos gostos individuais, a partir de seu interior. Como lembra Bataille, mesmo que a escolha do(a) parceiro(a) seja a concomitante com a da maioria, ela foi feita a partir da individualidade de cada um. Deste modo, pode-se depreender que o erotismo é uma atividade essencialmente humana, é a sexualidade indo além do mero instinto animal.
Este aspecto exclusivamente humano do erotismo é que leva Octávio Paz a considerar o mesmo pode ser definido como "sexualidade transfigurada". Dito de outra forma, "antes de tudo, o erotismo é exclusivamente humano: é a sexualidade socializada e transfigurada pela imaginação e vontade dos homens." (PAZ: 1994, 16). No caso, o erotismo para Octávio Paz equipara-se a metáfora, em a sexualidade vai além da procriação. Ela também se torna prazer, representação, subversão, sensação e sentimento (amor). Desviando da função reprodutiva 'prescrita' pela natureza (ou Deus, segundo a Teologia), a sexualidade passa a ser, no erotismo, um terreno onde a imaginação do ser humano (homem e mulher) reina. Por isso que Octávio Paz aponta para a multiplicidade do erotismo, a dizer que o mesmo "varia de acordo com o clima e a geografia, com a sociedade e a história, com o indivíduo e o temperamento". Ao contrário dos animais, que fazer sexo da mesma forma, para o ser humano vive sua sexualidade de várias formas, executando várias posições a união sexual e experimentando novas visões para o ato. Diante desta multiplicidade do fenômeno erótico ganha que os autores sentem dificuldade em definir precisamente o erotismo[8].
Esta multiplicidade se revela também na diferença entre sexos. Segundo Francesco Alberoni, "Não existe apenas uma raiz do erotismo, mas duas. Uma mais profundamente presente nas mulheres e a outra nos homens. A primeira tende a produzir uma comunidade de vida, unida pelo amor. A segunda, ao contrário, não tem projetos, vive de projetos". Deste modo, pode afirma que o erotismo feminino é contínuo; enquanto o masculino, descontínuo[9]. Esta continuidade feminina surgiria devido a saciedade do homem após o ato sexual, que levaria a um "decréscimo de interesse para com a mulher" (ALBERONI: 1987, 23), realizado por ter atingido o êxtase do orgasmo. Este comportamento é entendido psicologicamente como uma espécie de rejeição, de ser ratada apenas como corpo. Deste modo, o desejo erótico feminino passa pela permanência do homem ao seu lado após ao orgasmo. Deste modo que os sentidos do tato e do olfato. "a mulher que a presença física do seu homem, sentir suas mãos as suas mãos sobre a sua pele, (…) sentir o seu cheiro, sentir a mistura de seus cheiros" (ALBERONI: 1987, 29). Deste modo, as mulheres vêem o erotismo como um todo: o ato sexual deve está conjugado ao amor e a ternura[10]; a atração erótica ser atividade pela centralidade social, pelo reconhecimento social e/ou poder[11]. A fantasia erótica feminina procura a intimidade e a vida em comum (1987, 60) e tende se abrir com o mundo (1987, 67). Por isso "a sedução feminina deve renovar-se para exorciar o descontínuo que existe no homem". No homem, o erotismo é diferente. Ele é marcado pela descontinuidade, pois ele "experimenta com mais freqüência que a mulher o instante de eternidade. Este não é um intervalo temporal. É um estado particularíssimo, exterior ao tempo". (1987, 41). Esta descontinuidade afirma-se no homem como uma experiência mais interiorizada que a mulher. "há no homem um componente erótico muito forte que desdenha o externo e valoriza o interno" (1987, 67), o que levaria a excluir de sua vida erótica o compromisso, os deveres, a própria vida social" (1987, 60). No homem sua excitação é mais visual – não tato, mas a visão que provoca o excitamento[12].
Pelo o que foi analisado até agora, o erotismo pode ser considerado como a expressão criativa da sexualidade humana, que vai além da mera reprodução biológica para visar também o prazer sensual (que evoca os sentidos, como o Kama da Vatsyayana) e o amor como forma de chegar a completude. Sendo a procura da completude através do amor e do prazer, o ser humano retirar a procriação como característica central do ato sexual – deixando o sexo de ser instintivo para ser cultural. E sendo expressão criativa, o erotismo é múltiplo, varia para cada indivíduo (ou seja, cada sexo terá experiências diferentes de sua sexualidade).



[1] No caso de requinte, este é mais invocado quando se compara o erotismo com pornografia, sendo esta considerada a contraparte vulgar e menos sofisticada da sexualidade, enquanto aquele seria a representação mais nobre e sofisticada.
[2] "O nome Cupido, em latim, implica a idéia de amor violento, de desejo amoroso, em grego, Imeros. Contudo, na mitologia latina, presta-se a esse deus mais ou menos a mesma origem, a mesma história que ao deus grego Eros, Amor". (COMMELIN: 1997, 71)
[3] Embora os autores sejam unânimes em atribuir a maternidade de Eros à Afrodite; a paternidade já é mais contestada. Pierre Commelin diz que "(…) segundo a maioria dos poetas" Eros "nasceu de Marte e Vênus", o que explicaria a audácia deste deus. Contudo, René Ménard afirma que "Mitologicamente, não sabemos quem é seu pai, mas os poetas e escultores concordam em lhe dar Vênus como mãe (…)".
[4] Edith Hamilton, além de atribuir a Anteros também o caráter do que se opunha ao amor, também atribuí como irmãos de Eros/Cupido, os deuses Hímero (personificação da Saudade) e Himeneu (Deus que preside a festa de Casamento).
[5] Segundo Ménard, há uma ressalva quanto a extensão deste poder: "Não obstante o seu poder, (Eros) jamais ousou atacar Minerva e sempre respeitou às Musas".
[6] "Júpiter ­­– Vê, pequenino malandro, se não é grande mal insultar-me a ponto de fazeres com que eu me revestisse de forma de forma de sátiro, touro, cisne e águia. Não fizeste com que mulher alguma se apaixonasse de mim próprio (…)." Neste trecho de um diálogo satírico de Luciano, presente em René Ménard, Júpiter/Zeus reclama ao Cupido, citando às metamorfoses que se submeteu para conquistar algumas de suas amantes.
[7] "(…) Os seres andróginos redondos e possuíam quatro mãos, quatro pernas, duas faces, dois genitais, quatro orelhas e uma cabeça. Esses seres, por sua própria natureza, eram poderosos e resolveram desafiar os deuses, sendo, por isso, castigados por Zeus, que decidiu corta-los em duas partes." (CASTELLO-BRANCO: 2004, 09)
[8] Esta "imprecisão" do termo talvez fica mais patente quando se confronta com a definição de pornografia. Uma vez que ambos tratam da sexualidade humana transfigurada pela cultura e a separação se dar no plano da qualificação subjectiva, Alain Robbe-Grillet considera que "Pornografia é o erotismo dos outros". (ROBBE-GRILLET apud MORAES e LAPEIZ :, 199?, 109)
[9] "Estamos diante de uma estrutural temporal, diversa nos dois sexos. Há uma preferência profunda do feminino para o contínuo e uma preferência profunda do masculino para o descontínuo" (grifo do autor) (ALBERONI: 1988, 24)
[10] "Para a mulher, a ternura e a doçura combinam com o erotismo, inserem-se nele harmoniosamente. Para o homem isso acontece com muito menor freqüência. A mulher sente como erótica, tanto a emoção provocada pelo contato do corpo do filho, como aquela provocada pelo contato com o corpo do amante. Ás vezes, gostaria de tê-los a seu lado juntos, juntos na mesma cama. (…) Também a diferença entre amizade e amor é mais tênue na mulher. Dorothy Tennov observou que as mulheres confundem mais facilmente a enfatuação erótica e a paixão. O homem, ao contrário, tende a acentuar as diferenças, a separar as diversas emoções." (ALBERONI: 1987, 25)
[11] "O erotismo feminino é profundamente influenciado pelo sucesso, pelo reconhecimento social, pelo aplauso (…). O homem quer fazer amor com um mulher bonita e sensual. A mulher quer fazer amor com um artista famoso, com um líder (…)" (ALBERONI: 1987, 32)
[12] "Aos olhos masculinos, a mulher vestida está distante, protegida. A roupa e a maquilagem têm sempre um duplo significado: de convite e de obstáculo". (ALBERONI: 1987, 69)

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