Sua Majestade, O Bardo

Minha foto
Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

sábado, 25 de janeiro de 2014

Balada Rubra dos Vinhos

Balada Rubra dos Vinhos
(para Otávio Mota, Adriano Pereira e outros revolucionários)

Valença, 25 de janeiro de 2014 (01h41)


Vinho! No vinho está a verdade e os versos!
Vinho, sangue em que os poetas descobrem teus cantos,
Vinho! Teu canto celestial eu entoo em minhas fibras
Como uma canção sem limites e sem fé.
Eu canto o vinho nobre das fadas apaixonadas,
O Vinho sem segredos e imaculado da aurora,
O vinho santo dos altares de minhas tristezas e incensos.
Vinho doce e azul, como uma sinfonia rascante,
Uma sinfonia nua de jasmins em orgias,
Uma sinfonia particular e sem volta,
Uma sinfonia ébria de signos sinestésicos,
Que funda uma nova Ilha Baratária sem Sancho Pança,
Uma ilha cheia de sonhos e altares rubros,
Uma província insonsa, mas cheia de desejos,
Uma terra única de símbolos e além da imaginação.
Galáxia de estrelas ébrias que é o farol metonímico dos jasmins doces
Onde o poeta crava teus sonhos como uma bandeira salgada,
Bandeira de teus sonhos e tuas luxúrias,
Chuva de nêutrons e fantasias, canções rubras e nuas,
Vinho delirante de fadas e jasmins,
Vinho dos sonhos boêmios,
Delírios e baladas surreais como o anjo de Buñuel,
Poemas tortos como Salvador Dalí,
Relógio de horas infinitas e tão cheias de vidas
E ainda assim enigmáticas, em uma hora triste e chuvosa,
Canção rubra onde a Revolução se faz atrasada e precisa,
Canção e balada morta como um beijo tarado e sem leme,
Quero na chuva noturna o gosto amargo dos mestres
Que descem o meu querido Rio Una de léguas e diamantes
E fundam no horizonte um paraíso ímpar e incolor,
Uma balada ébria e azeda, uma canção amorfa,
Um sonho de treze estrelas rubras que no carrossel escarlate,
Traz n’alma a marca feliz e marxista da revolução e dos sonhos,
A marca vermelha do vinho marxista e útopico,
A marca amarga dos pequenos príncipes sonhadores,
Engenheiros e profeta da utopia humana que forjam poetas e espaçonautas,
Quero que minha utopia seja sonhos e chuvas, engenho e arte,
Fé na balada ébria e boêmia,
Canção da música intangível da musa aérea,
Musa jovem e sem tanino selvagem,
Musa romântica e triste como o eco das ninfas pagãs,
Musa perdida em suas ilusões jovens onde Valença
Beberá os seios melancólicos da alvorada negra.
Musa, paixão vermelha do poeta morto,
Cravo em teus seios a profecia positivista de teus beijos,
Em tua aurora de treze arco-íris,
E meus sonhos ficaram alicerces na tua lágrima clara,
Estarei como um farol sombrio, gigante de granito e poemas,
Trazendo o porvir para corações surdos e materialistas,
Estrela morena e jovem da aurora,
Estrela âmbar e otavio-motaniana de meu sonhos,
Para fazer de Valença um paraíso vermelho,
Onde encerrarei a feliz-cidade dos poetas…


Nenhum comentário:

Biblioteca do Bardo Celta (Leituras recomendadas)

  • Revista Iararana
  • Valenciando (antologia)
  • Valença: dos primódios a contemporaneidade (Edgard Oliveira)
  • A Sombra da Guerra (Augusto César Moutinho)
  • Coração na Boca (Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo)
  • Pelo Amor... Pela Vida! (Mustafá Rosemberg de Souza)
  • Veredas do Amor (Ângelo Paraíso Martins)
  • Tinharé (Oscar Pinheiro)
  • Da Natureza e Limites do Poder Moderador (Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos)
  • Outras Moradas (Antologia)
  • Lunaris (Carlos Ribeiro)
  • Códigos do Silêncio (José Inácio V. de Melo)
  • Decifração de Abismos (José Inácio V. de Melo)
  • Microafetos (Wladimir Cazé)
  • Textorama (Patrick Brock)
  • Cantar de Mio Cid (Anônimo)
  • Fausto (Goëthe)
  • Sofrimentos do Jovem Werther (Goëthe)
  • Bhagavad Gita (Anônimo)
  • Mensagem (Fernando Pessoa)
  • Noite na Taverna/Macário (Álvares de Azevedo)
  • A Casa do Incesto (Anaïs Nin)
  • Delta de Vênus (Anaïs Nin)
  • Uma Espiã na Casa do Amor (Anaïs Nin)
  • Henry & June (Anaïs Nin)
  • Fire (Anaïs Nin)
  • Rubáiyát (Omar Khayyam)
  • 20.000 Léguas Submarinas (Jules Verne)
  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Jules Verne)
  • Manifesto Comunista (Marx & Engels)
  • Assim Falou Zaratustra (Nietzsche)
  • O Anticristo (Nietzsche)