Pequeno como uma Pérola: Um brevíssimo ensaio sobre Contos
(tradução do ensaio cujo original é em língua inglesa, entregue como parte da avaliação na disciplina "Conto em Língua Inglesa", ministrada pela profa. Sônia M. D. Simon)
Salvador, 15 de agosto de 2006
[tradução em Salvador, 27 de dezembro de 2007]
“Less than a pearl in a sea of stars”
Roma Ryan and Enya
Pelo senso comum, Conto é uma breve narrativa em prosa que é pequeno como uma pérola. Um romance pode ser um diamante tão grande como o Ritz Hotel – nunca um conto! Ele terá todas as características de uma romance, porém em menor escala. O tempo é curto e o enredo terá poucos eventos. Mas, qual deve ser o tamanho de um conto?Ou, será o tamanho apenas a única característica que determina a natureza do conto?Quais outras características precisam ter um conto?
Sobre quão longo (ou curto) pode ser um conto, nós temos diferentes visões. Observando a definição do Dicionário para Cambrigde Advanced Learners Dicitionary (02ª edição), um conto teria cerca de 10.000 palavras de extensão. Um grupo de autores escolheu determinar o tamanho de conto em cerca de 7500 palavras; outro, grupo, em 15.000 palavras. Ou seja, um conto teria algo em torno de 05 páginas e a estória deveria um único capítulo. Mas existem contos extensos que possuem 10. 15, até 30 páginas! Como exemplo destes contos extensos nós temos “Financiando Finnegan” de Scott Fitzgerald com cerca de 10 páginas; “Bola de Sebo” de Guy de Maupassant, com 33 páginas e “O Alienista” de Machado de Assis com mais ou menos 38 páginas. No outro extremo, existem contos que são tão cabe em apenas meia página, como alguns textos de Inácio de Loyolla Brndão e Evandro Affonso Ferreira (autor da coletânea “Grogotó”). Assim, o número de páginas não determina quão curto deve ser um conto. Como diz Edgar Allan Poe, o tamanho de conto é aquele que um leitor pode ler de uma única vez (ou, como diz o populacho, “de uma sentada”).
Se o tamanho não dá a resposta exata sobre o que é o conto, nós precisaremos ver outras características. No geral, o conto é uma narrativa como é uma peça teatral, uma telenovela, um mito, um romance, uma fábula, uma notícia jornalística e algumas crônicas. O conto possui uma ação ou evento que acontece com um grupo de personagens, num local definido durante um fragmento de tempo. O ponto central é O QUE DEVEM TER ESTA NARRATIVA, CASO EU QUERIA ESCREVER UM CONTO? Alguns autores (como Cortazar) entendem que um conto precisa ser como uma Polaroid, um recorte da realidade retratada numa pequena narrativa. Outros escritores, (como Poe) pensam que especificidade de um conto esteja nos eu efeito. Melhor dizendo, numa economia de estilo em que um autor deve usar o mínimo de recursos para alcançar o máximo de feitos. Todas estas abordagens dão algumas pistas e clareiam a questão. Um conto é pedaço da realidade que o autor precisa ser econômico na sua pena. Isso pode ser completada com mais três conceitos: Exatidão, Leveza e Rapidez. Essas características são usadas nos mesmo sentido dado por Ítalo Calvino no seu ensaio “Seis Propostas para o Próximo Milênio”: primeiro, um conto precisa ser leve como um salto ágil e imprevisto. Seu enredo precisa ser ágil caso ele queria ser igual a uma Polaroid. O conto pode ter um enredo denso ou não, porém tem que ser sempre ágil. Segundo, um conto precisa ser rápido na sua leitura, como uma explosão fulgurante. Assim, o leitor poderá ler a estória em uma única sentada. Por último, a linguagem do conto deve ser a mais precisa possível e que possa traduzir todas as faces do pensamento e imaginação. Deste modo, com esta linguagem, um conto de ter a economia de estilo.
Assim, um conto pode ser definido como uma narrativa breve, rápida, leve e precisa, em prosa, que tenha um único e simples efeito. Uma estória pequena e perfeita como uma pérola no mar da Literatura
BIBLIOGRAFIA
GOTLIB, Nádia Batella. Teoria do Conto. 10ª ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios).
GOMES, Goulart. Poetrix: uma proposta pra o novo milênio. In Iararana, Salvador: Aleiton Fonseca e Carlos Ribeiro, Ano VI, nº. 09, p. 72, ago. 2006.
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01) Texto inicialmente apresentado em inglês ("Less than a Pearl"), para no máximo duas páginas em espaçamento duplo. Fica como esboço de uma teoria maios ampla sobre o conto.
02) Coisas da tradução: Como na língia inglesa, "conto" é traduzido como "Short-Story" [literalmente, Estória Curta] e o ensaio deveria ser curto, pensei numa brincadeira: A Brief Essay about Short-Story, ous eja, um Breve Ensaio sobre Estórias Curtas... Pena não ter podido traduzir esta blague.
03) Quem conhece os contos de F. Scott Fitzgerald percebeu a brincadeira quando me refiro ao romance como sendo grande como um diamante do tamanho do Ritz Hotel.
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