Esteira de Espumas
Baía de Todos os Santos; 07 de novembro de 2008
(a bordo do catamarã “Ivete Sangalo”)
“O Barco!
Meu coração não aguenta
Tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração (…)”
Os Argonautas – Caetano Veloso
Ao redor da Baía de Todos os Santos
Há História e Riqueza,
Cultura e Tristeza,
Miséria, Devoção e Beleza.
Mas no espelho líquido de suas ondas
Há apenas a paz e a serena imensidade.
Nuvens aparecem como sonhos sem pastores
Que suavizam a dura dialética do dinheiro.
A espuma do catamarã são sereias sem cantos,
Noivas sensuais
Que dissolvem o suor da labuta
Na brancura de suas ondas.
Há a paz imensa que envolve o poeta
E as espumas indicam com sua esteira
A serenidade, o lar, o porto secreto do meu coração.
O porto secreto está logo ali na frente.
Há o desejo se chegar logo e erigir meus castelos.
Todavia, uma voz sábia vinda alhures diz:
O que importa a senda, o porto e os ventos
Se o capitão não souber apreciar a baía?
No fundo, só a certeza do porto a frente.
O restante são as espumas e as nuvens
Que aqui estão em paz, como companheiras.
São elas que construíram a viagem pela baía…
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