Oferenda
Salvador, 24 de maio de 2002 (12h34 AM)
Em holocausto ofereço meu corpo
No altar do nosso imortal amor,
Para pedir a remissão de meus pecados.
Por todas as palavras inúteis,
Por todos os atos absurdos,
Por todos gestos incompreendidos,
Por todos os pensamentos amargos,
Por todas as lagrimas desperdiçadas,
Por todos os sorrisos abortados,
Por todos os beijos assassinados,
Por todos os olhares acres,
Pela nossa completa insensatez
Que nos privou das tardes a beira mar
E todos os afagos perdidos e agora necessitamos,
Peço o teu perdão.
Em holocausto me ofereço
Nas esperança de riso teu,
Conseguir a redenção deste exílio
Em que fui posto, longe de teus lábios,
Longe teus carinhos e de teu olhar.
A distância entre eu e o teu coração
é o inferno pútrido de desolação e terror.
Nenhum paul insalubre é mais amargo
Do que a sombra de nosso amor,
Vagando nas noites de verão
E na escuridão das nossas lembranças
Deste dias passados juntos.
Estas horas assombram-me
Como demônios azuis do passado.
O suave veneno doce destas recordações
Amargam-me meus olhos, como
Lêmures espectrais despertando nas tumbas.
Não há estrela no céu e no mar
Que não haja dirigido minhas súplicas.
Por ti, percorreria a via de Canossa,
Só para ter o teu perdão, e nada mais…
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