Sua Majestade, O Bardo

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Valença, Bahia, Brazil
Escritor, autor do livro "Estrelas no Lago" (Salvador: Cia Valença Editorial, 2004) e coautor de "4 Ases e 1 Coringa" (Valença: Prisma, 2014). Graduado em Letras/Inglês pela UNEB Falando de mim em outra forma: "Aspetti, signorina, le diro con due parole chi son, Chi son, e che faccio, come vivo, vuole? Chi son? chi son? son un poeta. Che cosa faccio? scrivo. e come vivo? vivo."

quarta-feira, 5 de abril de 2006

Walpurgisnachstraun

Salvador, 31 de outubro de 2002

“Figures dance around and aroundto
drums that pulse out echoes
of darknessmoving to the pagan sound
(…)
I can see a light in the distance
Trebling in the dark cloak of night.
Candles and lanterns are dancing, dancing
A waltz on All Soul’s Night”

All Soul’s Night – Loreena McKennet

Aqui afloram brumas, ali há exalações,
Surgem chamas do fumo, ardentes fluorescências.
Corta o ar um filete de luz em evoluções, (…)”
Fausto, 1ª parte – Goethe

Eu vejo luzes dançando nos pauis,
Fogos bailando céleres na escuridão.
As bruxas passeiam pelo mágico luar
Na Noite de Todas as Almas.

As corujas, os morcegos, gatos e leprechauns
Dançam em espiral em volta do caldeirão.
Os lêmures saem de seus túmulos negros
Na Noite de Todas as Almas.

Virgens desmaiam em transe em volta da fogueira,
Ogros surgem em meio aos vapores espectrais.
Duendes e bruxas e fadas celebram o Sabat
Na Noite de Todas as Almas.

Druidas colhem o agárico mágico em pleno Samh’in,
Cisnes encantados se metamorfoseiam em donzelas
Para amar e amar os jovens poetas enamorados
Na Noite de Todas as Almas.

Fogueiras de espíritos crepitam na clareia alva
E a lua cheia se embriaga com vinhos e tambores.
Sortilégios e demônios são evocados nas brumas
Durante a Noite de Todas as Almas.

Sombras e fantasmas surgem nas paredes
Do velho Henge; as chamas azuis, os incensos
Formam pilares da sagrada sabedoria de outrora
Na Noite de Todas as Almas.

Minh’alma vagueia livre, livre pela floresta,
Em conjunto com unicórnios, fadas e centauros.
Entrego-me a orgia inebriante dos sentidos
Na Noite de Todas as Almas.

Cinjo minha fronte co’os louros dos antigos bardos,
Sigo indolente entre os braços e os seios das bruxas,
Sinto fluir em meu corpo o doce feitiço pagão
Da Noite de Todas as Almas.

Sigo sozinho dentre as frias brumas na florestas,
Cantando meus versos bucólicos e lascivos,
Evocando deuses esquecidos, antigas magias
Durante a Noite de Todas as Almas.

Bruxas e Feiticeiros continuam dançando
Até que o sol surja no alto horizonte. Cansados,
Todos nós ficamos esperando a próxima
Noite de Todas as Almas.

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